domingo, maio 28, 2006
Brasil - prisioneiros no poder?????
Recebi um e-mail que achei interessante, porque apesar de ser a gozar consegue espelhar bem o descontentamento da população brasileira relativamente à classe política:
"Nosso amigo Marcola provou ser o melhor administrador que já surgiu em São Paulo, e diria até mesmo no Brasil. Deveria estar concorrendo ao prêmio de melhor administrador público do ano!!! "
"Por isso, resolvemos iniciar a sua campanha para as eleições de 2006
Começa hoje a campanha MARCOLA GOVERNADOR!
Vamos aos fatos:
1) PCC já tem nome de Partido... poderia muito se chamar... Partido que Comanda a Capital. 2) Os candidatos seriam: Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, e vice Orlando Mota Júnior, o Macarrão. Vereadores, Deputados Estaduais e Federais tmb estariam na parada, afinal são inúmeros os integrantes da facção.
3) Contariam com uma expressiva qtdade de votos, pois os presos na democracia q vivemos tmb votam (presos me refiro aos da cadeia e não nós que estamos presos dentro de casa).
4) Em apenas poucos dias no poder de São Paulo, o "partido" conseguiu façanhas q nenhum governador ou prefeito fez. Segue alguns exemplos:
4a) Na terça-feira reduziu sensivelmente o trafego em São Paulo, o congestionamento foi mínimo mesmo sem o sistema de rodízio na cidade.
4b) Conseguiu reduzir a carga horária de trabalho em todos os segmentos de atuação. Isso é coisa q nem o presidente da republica conseguiu. E mais, sem com isso reduzir o valor do pagamento no final do mês.
4c) Nenhum camelo trabalhou na cidade. As ruas estavam limpas e completamente tranquilas.
4d) Conseguiu levar o pessoal do Direitos Humanos para as cadeias, para acompanhar velórios e levantar a bandeira e dizer... "Preso tmb é gente! Estamos aqui pra ajudar!!!
4e) Conseguiu fazer com q os policiais realmente fizessem jus ao seu salário, com um patrulhamento ostensivo, atendimento rápido e com força máxima.
4f) Conseguiram mobilizar os deputados a aprovarem leis mais brandas aos bandidos, coisa q ha anos estava parada e ninguém teve peito de chamar a responsabilidade.
4g) Aumentou o poder da fé e da religiosidade em inúmeras pessoas. HJ estamos precisando disso, e os jovens cada vez mais perdidos. Por isso q eu digo a fé move montanhas... precisamos orar, rezar e agradecer. Qtas pessoas não fizeram isso cada vez q o filho, mãe, pai, marido ou esposa chegava em casa são em salvo? Da-lhe Marcola... aumentou muito a fé nas pessoas nesses seus primeiros dias de mandato em SP.
4h) Segunda-feira muitos puderam reunir a família e Jantar junto! Ha qto tempo isso não era possível? A correria do dia-a-dia, a faculdade, o trabalho, enfim, inúmeros afazeres... mas segunda-feira foi diferente. Todo mundo junto! Graças ao nosso candidato Marcola!
5) Bom... é isso! Ladrão por ladrão vote no mais sincero. Afinal, esse assume seus atos sem precisar de CPI!
AFINAL, SE DA CADEIA ELE CONSEGUIU ADMINISTRAR UM ESTADO INTEIRO E APENAS PELO CELULAR. IMAGINE SE FICAR NO GABINETE QUANTAS COISAS SERÁ POSSÍVEL FAZER!!!! ISSO QUE É PROFISSIONAL!"
Dom Alberto João no seu Melhor
Estas duas frases, proferidas pelo sr João Jardim, na abertura do congresso do PPD/PSD Madeira são reveladoras de um desprovimento completo do sentido de Estado e de Nacionalidade. Revelam apenas a dependência financeira total por parte do continente. De salientar que no momento estava presente e tinha até discursado em conformidade um outro senhor que partilha das anteriores características, Dr. Marques Mendes. Ora, não ficará o presidente do PPD/PSD (o de Lisboa) preocupado com as declarações públicas do líder do PSD Madeira? Não há ninguém que diga áquele senhor que um tanto de moderação lha ficava muito bem? Não deverá haver uma palavra da parte do Presidente da República em realção a este tipo de declarações? Com este tipo de posições, que considero despropositadas num Estado unitário como Portugal, só me ocorre propôr a auto-determinação da República da Madeira. Democrática ou Popular, ver-se-á depois!
quinta-feira, maio 25, 2006
"Roteiro para a inclusão".
quarta-feira, maio 24, 2006
Que Jornalismo?
O recente lançamento do livro de Carrilho teria tudo para trazer à discussão, mais do que a tese da cabala, a ideia de que devemos pensar nos jornalistas que temos em Portugal.
Teria tudo para promover um debate aprofundado pois, bem ou mal, Carrilho lança diversos nomes à praça e grande parte deles nem sequer ponderou desmentir o que o candidato a Lisboa afirma.
Seria um belíssimo catalisador para a discussão caso ela interessasse ao promiscuo meio da comunicação social.
Não há verdadeiramente comunicação social idónea no nosso país. Não há jornalista que não dê um bocadinho da sua opinião acerca da notícia que relata (vejam-se os da TVI), chegando mesmo a contorcer-se na cadeira no momento em que uma multidão por um qualquer motivo apoia os EUA. Não há por cá jornalista que não defenda profundamente ideias ecologistas! Apareça uma colónia de libelinhas e logo terá que se alterar todo um projecto de uma ponte. E o jornalista não desiste enquanto não voltar a levar à cena o senhor que deu início ao protesto: um qualquer deputado dos verdes.
Vejamos o caso da “belíssima” reportagem que saiu na Focus acerca do World MUN. Tudo o que se lhe tivesse dito seria demais pois a senhora estagiária trazia já as ideias pré-concebidas de como iria escrever a peça. Vê-se o resultado!
Conhecem-se as promiscuidades entre a imprensa e as empresas. O senhor jornalista vai fazer uma reportagem sobre uma nova empresa de “coisas velhas” e depois tem o almoço e o hotel pago pela empresa que convida! Vão na comitiva presidencial e apenas reportam o press-realise preparado pela acessória de imprensa do presidente.
E depois aparecem senhores a defender a classe, que até tem um estatuto deontológico que de pouco serve, mas que defendem a classe que está debaixo do mesmo chapéu. A classe que está para lá do chapéu são diferentes entre os iguais.
Carrilho pode não ter tido razão na forma como expôs o problema, mas teve o mérito de o expor. Debata-se agora a questão
Eleições CEPRI
Caros colegas e amigos, decorrerão amanhã, 25 de Maio de 2006, a partir das 9:30h as eleições para os órgãos oficiais do CEPRI. A mesa de voto estará situada perto da piscina. O encerramento da mesa far-se-á às 19h. Compareçam!
sábado, maio 20, 2006
6 MESES DEPOIS...
Passados seis meses da criação do Blogue do C.E.P.R.I., podemos afirmar com segurança que o seu lançamento está a ser um sucesso!
Atentemos a alguns dados:
O número total de visitas neste periodo foi de 1,570, e de page views num total de 3097.
-Registámos uma média de 14 visitantes por dia que estão em média cerca de 3 min e 43 segundos no site.
-A média mensal prevista é de 443 visitantes, e 797 page views.
-A titulo de curiosidade, o post que mais visitantes registou, tornando-se no dia mais visitado de sempre do blog foi o post sobre o Processo de Bolonha.
-O blog do C.E.P.R.I. é hoje visitado por cidadãos de toda a Europa, nomeadamente Itália, Alemanha, Luxemburgo e Reino Unido, bem como do Brasil, Canadá e Estados Unidos.
Parabéns a todos que fazem deste blog um verdadeiro sucesso!
sexta-feira, maio 19, 2006
O sábio Cícero
O antigo orador romano Cícero uma vez disse: "Uma idade avançada, especialmente uma considerada virtuosa, possui uma tal autoridade que é muito mais valiosa do que todos os prazeres da juventude".
Sobre isto a gerontocracia que actualmente domina a política italiana só pode dizer “Ámen”. Os últimos acontecimentos em Itália (as eleições legislativas e a posterior eleição do novo Presidente da República) tornam-se ainda mais extraordinários se temos em consideração a idade de todos os seus participantes.
Carlo Azeglio Ciampi, o Presidente cessante, concluiu agora o seu mandato com 85 anos, apesar de a maioria da população preferir que ele tivesse concorrido para um segundo mandato. Tendo-se negado a faze-lo, foi substituído pelo candidato de centro-esquerda Giorgio Napolitano, com 80 anos.
O candidato da direita para Presidente do Senado era Giulio Andreotti de 87 anos, que foi derrotado por Franco Martini de 73. Para esta derrota foi fundamental o voto de Rita Levi-Montalcini de 97 anos!
Os próprios protagonistas destas eleições já não são propriamente jovens. Apesar dos inúmeros face-lifts e transplantes de cabelo, Berlusconi dificilmente consegue esconder os seus 70 anos. Prodi não fica muito atrás, chegando aos 67 este mês.
Nestas condições não admira que os jovens prodígios da política italiana rondem os 45 a 55 anos, que corresponde à idade média das classes políticas dos demais países europeus. Mesmo tendo em consideração o perfil demográfico do país, é evidente que um regime deste tipo não pode estar mais afastado da realidade.
terça-feira, maio 16, 2006
Epílogo (2ª parte)
Falar com o Irão
É fundamental abandonar a doutrina da mudança de regimes através do uso da força militar, defendida por alguns nos Estados Unidos.
Na semana passada, o Presidente George W. Bush recebeu uma carta do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e um apelo da Chanceler alemã, Ângela Merkel, para negociar directamente com o Irão. No primeiro caso, já afirmou que não tenciona corresponder-se com Teerão, e não podia ter dado outra resposta. A carta não passa de um velho truque Troskista, quando Trotsky afirmou em 1917 que a diplomacia soviética não seria mais do que fazer “apelos revolucionários”. De resto, a carta revela a natureza revolucionária do regime iraniano. Como demonstram as críticas à democracia, ao liberalismo e ao Ocidente em geral, os objectivos são mobilizar a esquerda radical e anti-globalização e o “mundo islâmico” para se opor aos Estados Unidos e aos países europeus. Não há uma única referência a negociações entre Washington e Teerão sobre o programa nuclear iraniano para evitar uma escalada do conflito. Neste sentido, a carta é extremamente clarificadora sobre as intenções provocadoras do Presidente iraniano. Dito isto, parece-me que o pedido de Merkel faz, pelo contrário, todo o sentido.
Há duas razões que podem explicar a recusa dos Estados Unidos em falar com o Irão. Ou porque não querem reconhecer a legitimidade do regime iraniano; ou então porque não acreditam na eficácia do diálogo. Ambas as razões são más e o governo norte-americano deveria reconsiderar a sua posição. A questão do reconhecimento da legitimidade do regime islâmico tem vários pontos que devem ser discutidos. Em primeiro lugar, o regime goza de legitimidade interna, a que mais conta, tem uma existência política real e é reconhecido por uma imensa maioria de Estados e instituições internacionais. Os próprios norte-americanos reconhecem a importância do Irão para o processo de estabilização do Iraque e, ninguém tenha dúvidas, têm contactos regulares com autoridades iranianas. No outro plano da legitimidade política, o tipo de comportamentos externos, o regime iraniano tem indiscutivelmente problemas: apoia grupos terroristas, nomeadamente no Líbano e na Palestina; e desrespeita os seus compromissos com o Tratado de Não Proliferação. Resta saber se a estratégia do não-reconhecimento será a melhor maneira de lidar com regimes radicais como o do Irão. A história demonstra que normalmente o resultado é o aumento da radicalização. E aqui chegamos a um ponto crucial. É inteiramente compreensível que Washington deseje a queda do regime iraniano, o qual tem sido um permanente factor de perturbação regional. No entanto, é fundamental abandonar a doutrina da mudança de regimes através do uso da força militar, defendida por alguns nos Estados Unidos. Seria o caminho para uma grande instabilidade internacional. Além disso, a estratégia de confronto não ajuda a oposição iraniana, como afirmam muitos dos dissidentes do país. Pelo contrário, tem reforçado a ditadura teocrática de Teerão. A história recente das relações com o Irão demonstra que é necessário repensar as estratégias de apoio à mudança de regime por meios pacíficos. E a história das revoluções europeias de 1989 mostra que os movimentos internos são decisivos para acabar com regimes totalitários.
Por outro lado, a garantia norte-americana de que não recorrerá ao poder militar para derrubar o regime iraniano é a última possibilidade de atrasar o programa nuclear de Teerão. Aceito que as hipóteses do Irão alterar o seu comportamento são muito reduzidas, mas neste momento as negociações directas constituem a única opção para evitar a nuclearização ou a guerra. Há duas razões que deveriam Washington a levar a sério a diplomacia, obviamente sem nunca renunciar à possibilidade de recorrer á guerra. Em primeiro lugar, a maior potência mundial tem responsabilidades especiais perante a manutenção da ordem internacional. Ora, as negociações são um instrumento crucial para a imposição da ordem, principalmente quando se adivinha um sarilho muito complicado. O Governo norte-americano tem que evitar a todo o custo cair numa situação em que o recurso à diplomacia é entendido como um sinal de fraqueza e apenas a guerra seja vista como um sinal de poder. Uma das maiores artes da diplomacia é ser capaz de negociar numa posição de força. Aliás, há um exemplo histórico bem próximo da actual administração republicana: o segundo mandato de Ronald Reagan. Em segundo lugar, os Estados Unidos só contarão com o apoio dos países europeus se levarem a diplomacia a sério e esgotarem as possibilidades de negociação. E desta vez, a tese de fazer da “Europa” uma potência alternativa aos Estados Unidos não tem força. Teve durante a crise do Iraque, mas agora já não tem. Foi isto que Merkel disse a Bush no encontro da Casa Branca. Há ainda uma coisa pior do que uma guerra no Irão ou um Irão nuclear: o fim da Aliança Atlântica.
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João Marques de Almeida, Director do Instituto de Defesa Nacional
in Diário Económico
quinta-feira, maio 11, 2006
O Islão e a Democracia
A maior virtude da doutrina da promoção da democracia não é, ironicamente, promover democracias, mas impedir que surja uma entidade geopolítica.
Para evitar um confronto com o Islão, e parto do pressuposto que uma guerra dessa natureza seria trágica para o Ocidente e para o mundo, é preciso entender a natureza das estratégias que procuram o conflito. A politização do Islão é o primeiro elemento dessa estratégia.
Nos documentos e nas declarações dos grupos radicais islâmicos surge invariavelmente a ideia de que o afastamento da religião foi a principal causa do declínio dos países muçulmanos. No plano interno, os problemas económicos e sociais e a corrupção dos governos foram o resultado da adopção de modelos seculares, importados do Ocidente e da antiga União Soviética.
Na maioria dos países, à descolonização após 1945, seguiu-se a importação de regimes políticos de inspiração ideológica externa. Com mais ou menos nacionalismo, como mais ou menos socialismo, do Marrocos à Indonésia, excluindo as monarquias do Golfo, as receitas foram, no essencial, importadas, e a religião ficou afastada do poder político. Em quase todos os casos, as coisas correram mal, e o Islão começou a ser visto como a resposta à pobreza, à corrupção política, e aos vícios de costumes. A Revolução iraniana de 1979 foi o início do ressurgimento islâmico, e o exemplo de maior sucesso da politização do Islão. Paralelamente, criou-se uma interpretação da história, onde o passado grandioso e imperial está a associado à presença da religião na vida política e o declínio aparece como resultado da marginalização política do Islão. Ou seja, os modelos seculares são a causa do problema e a religião faz parte da solução.
Nos países ocidentais, a percepção é oposta. A secularização, iniciada com o Renascimento e desenvolvida pelo Iluminismo, está associada à grandeza e, por isso, embora tenha desempenhado um papel importante na consolidação de uma ética pública virtuosa, no essencial, a religião deve remeter-se à esfera privada. No mínimo, todos aceitam a separação absoluta entre a autoridade política e o poder religioso. São estas experiências históricas opostas que concedem, desde logo, uma natureza radical a muitos movimentos islâmicos. Juntar César com Deus, e Maomé foi a versão muçulmana da junção, não é visto, no Ocidente, como uma proposta moderada de ordem política. O facto dos movimentos islâmicos estarem na oposição e a lutar contra os poderes estabelecidos, recorrendo á violência, reforça o seu carácter radical. Estamos na presença de movimentos que querem chegar ao poder através da revolução e da guerra.
Mesmo o Hamas que ganhou eleições, adquiriu a sua legitimidade política recorrendo ao uso da violência. Assim, a politização do Islão é acompanhada pela radicalização do Islão político. Há, por fim, o elemento transnacional que completa a estratégia do movimento radical islâmico. É fundamental criar causas que sejam sentidas e partilhadas do mesmo modo pelo maior número possível de muçulmanos, independentemente da sua origem. A “causa palestiniana” é um dos exemplos de maior sucesso. A ocupação da Palestina transformou-se no símbolo do domínio do Ocidente sobre o “mundo islâmico”.
As caricaturas sobre Maomé publicadas no jornal dinamarquês foram igualmente usadas para reforçar a unidade transnacional do Islão, em luta contra a “intolerância religiosa do Ocidente”, afinal um dos traços definidores do imperialismo ocidental. E veremos nos próximos tempos manifestações a defender o “direito do Irão ao nuclear” e a atacar as potências ocidentais por mais uma vez quererem “dominar o Islão”. A estratégia de Teerão é fazer do seu programa nuclear mais uma causa do mundo muçulmano contra o Ocidente. São estas “causas” que juntam às mesmas horas, com mensagens iguais, centenas de milhares de pessoas nas ruas da Nigéria, do Egipto, do Irão, do Paquistão, da Indonésia e dos países europeus. E esta percepção de que estão numa luta global comum dá uma enorme força e confiança ao “Islão político”.
Desta analisa, sobram duas conclusões óbvias. Por um lado, a condição fundamental para a “guerra entre o Ocidente e o Islão” é a transformação do segundo numa entidade geopolítica transnacional. Daí, o meu cepticismo em relação a iniciativas como a “aliança com o Islão”. Bem intencionados, os seus autores sublinham a palavra aliança, mas se a estratégia falha, embora involuntariamente, contribuiu-se para a criação do “Islão político”. Por outro lado, a partir desta perspectiva, entendemos os méritos do argumento da promoção da democracia. Mesmo que não se tenha sucesso a promover democracias, está a manter-se o problema num plano político, e de Estados, e a evitar que passe o campo religioso e transnacional. Além disso, os processos de democratização permitem o estabelecimento de alianças entre países ocidentais e movimentos políticos muçulmanos.
Dito de outro modo, neste momento a maior virtude da doutrina da promoção da democracia não é, ironicamente, promover democracias, mas impedir que surja uma entidade geopolítica chamada “Islão”.
João Marques de Almeida, Director do Instituto de Defesa Nacional
in Diario Económico
terça-feira, maio 09, 2006
Ministro acena a homólogo
Alegadamente, segundo um jornal palestiniano, o Ministro dos Estrangeiros português terá, há alguns dias, apertado a mão ao responsável pela diplomacia palestiniana.
Ora, sendo política comum a todos os Estados da União o corte de relações com o governo da autoridade Palestiniana enquanto este não renunciasse ao terrorismo e à violência, o simpático ministro deveria ter passado pelo seu homólogo e tê-lo ignorado, fingido que não se lembrava dele (o que não seria de estranhar), ou mesmo dado um pontapé. Seria talvez a melhor forma, de um pequeno país, de um pequeno e fraco continente ter mostrado que a questão do terrorismo nos incomodava.
Chega de brincadeiras!
Embarcar neste tipo de jogos, que só se iniciam porque favorecem o fanatismo árabe, é tornarmo-nos o peão num tabuleiro em que os Reis são regimes despóticos. Entrar nestes jogos favorece, como diz e bem o Professor Marques de Almeida, a criação de uma entidade geopolítica adversa a todos os valores ocidentais. É dar valor a uma situação que, ao que diz o porta-voz do ministério, nem sequer foi bem assim. É entrar no jogo que interessa à Palestina que seja jogado. Afinal, um membro de um governo europeu cumprimentou um responsável palestiniano. E que tem isso de mal? Na sociedade ocidental não é a boa educação um valor a preservar?
sábado, maio 06, 2006
Processo de Bolonha 2006/2007
-do regime de transição adoptado pela instituição de ensino;
-do número de créditos ECTS acumulado pelos estudantes durante o triénio;
-das novas regras de obtenção do grau de licenciado associadas ao curso pós-Bolonha.
Alguns exemplos de como a transição se pode processar são passíveis de indicar:
-É possível que, em virtude do estudante já ter completado os 180 créditos ECTS exigidos e de ter feito as disciplinas obrigatórias à conclusão da licenciatura curta (3 anos), o grau de licenciado lhe seja atribuído.
-Sendo os programas de estudo diferentes e apesar das disciplinas pré-Bolonha terem equivalência às disciplinas pós-Bolonha (na sua grande parte), um segundo cenário que se coloca é a necessidade do estudante ter que fazer mais algumas disciplinas para obter o grau de licenciado.
-Uma terceira situação ainda é a adopção de um regime de transição em que os dois programas de estudo coexistam durante um ano lectivo. Neste caso, um aluno que termine o 3.º ano no presente ano lectivo de 2006/2007, e cujo curso seja de 4 anos, continuará, em princípio, no programa de estudos actual, não sendo abrangido por Bolonha.
Muitas mais situações poderiam ser apresentadas, devendo o aluno dirigir-se aos órgãos competentes da sua instituição de ensino para obter mais informações.
Esta informação está disponível aqui
Mas informações podem ser obtidas directamente sobre o Processo de Bolonha.
Eleições 2006/2007 e novo Site
Também já se encontra funcional o novo site do CEPRI, cujo endereço é: http://alunos.lis.ulusiada.pt/cepri/paginas/. Algumas partes do site ainda se encontram em construção, contudo planeamos ter todo o site plenamente funcional e actualizado para o Verão
TPIJ
Pode-se começar por debater a própria razão de ser do Tribunal, mas este é um debate que já tem sido discutido até a exaustão e que, ao meu ver, é ridículo, pois a criação destes tribunais ad hoc, e a sua posterior institucionalização no TPI, são uma consequência natural da consolidação de princípios morais imperativos pelos quais demonstra-mos que a justiça deve ser sempre aplicada e que o sítio para o fazer é nos tribunais e não “na rua”.
Mas outros argumentos são apresentados e as respostas não são claras: tem justificação que cada julgamento se alastre durante anos e que não se apresentem razões claras para tal atraso? Os meios do Tribunal são suficientes? O apoio que os Estados interessados na questão prestam é honesto e útil? etc.
Um outro argumento, um tanto ou quanto divertido, diz que o Tribunal já não tem razão de existir uma vez que morreu o principal acusado, o que equivale a dizer que os julgamentos de Nuremberga não se deveriam ter feito porque Hitler já estava morto.
O trabalho do Tribunal deve, neste momento, ser intensificado para evitar que estas, e outras críticas, o debilitem, numa altura em que aguardam julgamento tantos outros culpáveis e ainda se encontram à solta grandes actores no conflito, como Karadzic ou Mladic. O processo de conciliação com o passado não estará completo até que a justiça do TPIJ não seja integralmente aplicada.
Será a U.E. noiva dos E.U.A. ?
sexta-feira, maio 05, 2006
Conferências. Valerá a pena organizá-las na LUSÍADA???
quinta-feira, maio 04, 2006
Partidos
Estas palavras são de Carlos Carreiras, o líder da secção do PSD de Cascais, e traduz a atrofia generalizada dos partidos políticos. Carlos Carreiras orgulha-se das reuniões quinzenais da sua secção, das acções de formação autárquicas, mas a regra nacional não é essa. A Assembleia Distrital de Lisboa do CDS, alegadamente um dos órgãos mais dinâmicos deste partido, não se reúne desde Novembro do ano passado.
Regra geral, os partidos portugueses trabalham pouco. A excepção será o PCP, que tem no "centralismo democrático" uma teia permanente de circulação e controlo de informação. No PS, a Comissão Política não é convocada há três meses. Regra geral, as estruturas partidárias raramente discutem ideias, apenas lugares, não estudam, não questionam a política do Governo ou do partido, não preparam propostas para resolver problemas, não se abrem aos cidadãos sem partido, ou às empresas, ou às universidades. Um dos instrumentos fundamentais para a acção política passa pelo estudo. A arte de bem governar passa pela preparação das políticas, pela formação, pelo contacto internacional permanente. Para os partidos mobilizarem a sociedade têm de manter laços estreitos com os cidadãos militantes e não militantes. A sociedade em rede que se vai estendendo não tem nos partidos políticos entrepostos interessantes de informação.
Lembramo-nos dos partidos como máquinas de campanha eleitoral - e é pressuposto que o sejam -, mas não mais do que isso. Recordamos arregimentações de votos, lutas pouco nobres por lugares, financiamentos obscuros e éticas duvidosas. Fala-se dos partidos pelas piores razões. Não espanta que a militância partidária vá diminuindo, que o voto tenda para a abstenção e que o discurso antipartidos ou antiparlamentar ganhe adeptos e alimente a demagogia populista. A política depende cada vez menos das bases dos partidos, está refém de interesses e clientelas mais ou menos dissimulados.
Quando a política não depende dos partidos, que é pressuposto organizarem a representação democrática, significa que vai perdendo legitimidade e transparência. E, no entanto, nem por isso a sociedade portuguesa parece preocupar-se. Além da abstenção, como dizia há poucos dias a politóloga Marina Costa Lobo no DN, não há respostas positivas. Nem clivagens assumidas nos partidos, nem novos partidos, nem novos foros de intervenção política. Portugal parece satisfeito com a alternância entre o PS e o PSD. Afinal tão iguais, apesar da tal "ginástica discursiva" do ministro Santos Silva. É por isso que as eleições se perdem mais do que se ganham. É por isso que importa mais a eficácia dos líderes do que as propostas dos partidos. Da democracia dos partidos regredimos para o plebiscito dos líderes.
quarta-feira, maio 03, 2006
CONFERÊNCIA 5 Maio 2006
1º painel: 9:30h - "Segurança Energética": Prof. Manuel Enes Ferreira e Eng. António Costa e Silva.
Coffe Break
2º painel: 11:00h - "Estamos em Guerra com o Islão?": Prof. Jõao Marques de Almeida e Eng. Ângelo Correia.
E o calimero....
António Pires de Lima
Deputado do CDS
Esta liderança é frágil?
Um ano depois da eleição de Ribeiro e Castro, é forçoso reconhecer que esta liderança tem revelado insuficiências importantes. É discutível a eficácia do próprio líder quando fala para os portugueses, que parecem não entender muito bem a mensagem dele. A agenda do partido tem sido muito confusa. Há uma reflexão a fazer sobre as prioridades do CDS no combate político. E já não há pachorra para ver Ribeiro e Castro justificar sistematicamente as suas insuficiências de afirmação externa com o funcionamento do próprio partido, queixando-se de mim e de Telmo Correia, ou lamentando que Paulo Portas não tenha emigrado. Esperaríamos que valorizasse aqueles que dão a cara pelo partido todos os dias em vez de fazer o discurso de um presidente-Calimero.
In Diário de Notícias
Telmo Correia
Deputado do CDS
Telmo Correia afirmou ao CM que o presidente centrista “tem falta de estômago” por não aceitar as críticas, numa alusão ao comentário feito por Ribeiro e Castro sobre as suas duas entrevistas no último fim-de-semana: “É necessário mais envolvimento da parte de todos.”
segunda-feira, maio 01, 2006
DARFUR
O actor norte-americano George Clooney pediu hoje aos Estados Unidos para reforçarem as suas iniciativas a favor do Darfur (ocidente do Sudão) a fim de pôr fim ao que chamou «o primeiro genocídio do Século XXI».
Durante uma conferência de imprensa em Washington, Clooney disse:
Regressado no início da semana de uma viagem ao Darfur, o actor advertiu que «toda uma geração já não estará lá (à) e só ficará a História para nos julgar». Clooney exortou à mobilização da opinião pública para levar os governos de todo o mundo a reforçar a sua acção, nomeadamente por ocasião de manifestações previstas para domingo em Washington e São Francisco.
«O Presidente Bush quer pôr fim a isso, o Congresso quer o mesmo. Precisamos agora que os americanos e os povos do mundo venham em sua ajuda, que eles lhes digam a que ponto é importante para eles», acrescentou.
O apelo de Clooney ocorreu precisamente no dia em que George W.Bush ordenou o congelamento dos bens de quatro responsáveis sudaneses culpados, segundo a Casa Branca, de «crimes ignóbeis» no Darfur, na sequência da aplicação de sanções decididas pelo Conselho de segurança da ONU por proposta norte-americana.
Dez mil pessoas responderam ao apelo de George Clooney só em Washington. O actor tinha pedido aos norte-americanos que exigissem nas ruas o fim do que diz ser o primeiro genocído do século XXI. "Salvem o Darfur" foi a frase que deu o mote às manifestações.
A manifestação em Washington foi a que teve maior participação, mas o apelo de George Clooney levou milhares de pessoas à rua em todo o país. Políticos, actores, atletas, religiosos ou sobreviventes à violência do Darfur estiveram presentes nos protestos.
As declarações de Bush na Week of Prayer and Action for Darfur podem ser lidas clicando aqui.
Mais informações podem ser obtigas através do site SAVE DARFUR.