quarta-feira, setembro 27, 2006

Geografia americana

Estava a ler um guia para angariação de fundos feito pelos organizadores do Harvard World MUN para ajudar os participantes a obterem os fundos necessários para financiar a sua viagem até a China, quando me deparo com esta maravilha:
"Perhaps there are alternative ways to get to China (if you live in South America, a bus or train is a cheap alternative to air travel)..."
Portanto, parece que o Colombo tinha razão: o Novo Mundo que ele descobriu era a "entrada" da China; pelo menos de acordo com os alunos de Harvard.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Hungria instável

Manifestantes prometeram neste domingo manter o movimento para derrubar o primeiro-ministro socialista da Hungria, depois do maior protesto feito até agora. Os socialistas venceram as legislativas de Abril, após uma campanha dominada pelo discurso de que o país vivera no oásis, nos quatro anos anteriores da coligação entre socialistas e liberais (MSZP, SZDSZ).
Parece-me que Ferenc Gyurcsany deve resistir, mesmo após ter admitido que mentiu para ganhar a reeleição e o governo deverá manter as reformas no orçamento que ganharam apoio preliminar da Comissão Européia.
Esta é a crise política mais grave na Hungria democrática e evoca cenas da Revolução de 1956, cujo 50º aniversário se celebra em Outubro. Refira-se que o regime comunista caiu sem protestos de tal dimensão.
Em causa, está a sobrevivência política do primeiro-ministro húngaro, mas de forma mais crucial a do seu programa de austeridade, que prevê mais impostos e cortes na despesa. Serão despedidos funcionários públicos, aumentados preços do gás e electricidade. A oposição contesta, mas se estivesse no poder não poderia fazer outra coisa. Do ponto de vista do Fidesz, a saída de Gyurcsány seria um escândalo que o MSZP pagaria em 2010, nas próximas legislativas. Para os socialistas, se o primeiro-ministro se mantiver no cargo, a sua autoridade estará comprometida, isto no meio de uma crise complexa, e só a 1 de Outubro (altura das eleições locais e regionais) é que se tornará claro até que ponto Gyurcsány foi afectado pelos estragos desta crise.

sábado, setembro 23, 2006

Da produção do programa Prós e Contras entraram em contacto com a Universidade Lusíada a convidar docentes e alunos a estarem presentes no próximo programa, a realizar dia 25 de Setembro, com a presença do ex-Primeiro Ministro de Espanha, José Maria Aznar, do Dr. Ernâni Lopes e do Dr. Dias Loureiro, subordinado ao tema “relações bilaterais”.

Quem quiser assistir tem que estar na Casa do Artista no dia 25, às 21.00h, tendo sempre que confirmar até 2ª feira, à hora do almoço.

Contactos para o fazerem:

Cristina de Meirelles Moita
Direcção dos Serviços Editoriais
de Comunicação e Imagem
Fundação Minerva
Rua da Junqueira, 188-198
1349-001 Lisboa
Tel. 21 361 15 04
Fax. 21 362 29 59
cmm@lis.ulusiada.pt

O tema parece interessante... Gostava muito de vos ver por lá!!

terça-feira, setembro 19, 2006

Afinal o Imperador Bizantino, tinha ou não, a razão?

Ao contrário do Phil do cartoon que se arrepende dos comentários que faz, ao contrário do Miguel Portas que foi (com dinheiro dos contribuintes) filmar a apologia dos terroristas e do radicalismo islâmico. É necessário defender de cabeça erguida os valores democráticos do Ocidente.

É de louvar a existência do islamismo moderado e liberal, que tem menos projecção mediática, mas sim, existe... É de louvar o Partido Conservador britânico que tem como vice chairman uma mulher, liberal, que apoia os valores democráticos e acredite ou não, sim, é muçulmana.

Afinal o choque civilizacional só existe por causa das lavagens cerebrais que manipulam os conteúdos do Alcorão, ou por exemplo, o conteúdo de um discurso dado pelo Papa na Alemanha. O que está errado não é a citação que o papa fez, mas a reacção violenta de pessoas que acreditam em Deus, terrorismo, e são contra os valores democráticos como é a liberdade de expressão.

domingo, setembro 17, 2006

Revolta constante

Aconteceu novamente: um líder ocidental, neste último caso o Papa, cometeu o erro de mencionar o Islão de forma a ser malinterpretado e lá tivemos as cenas do constume: freiras assasinadas, protestos nas ruas, confrontos entre as comunidades, bonecos queimados, etc.
Lá também teve de correr o autor do erro a pedir desculpas apressadamente antes de que a ira do mundo islâmico reclamasse mais vidas inocentes.
Porque é que nós não corremos a protestar quando o maluco do Irão diz que se deve "apagar" Israel do mapa ou quando são lançadas fatwas contra os modos de vida corruptos do Ocidente?
Se nós conseguimos manifestar as nossas discordâncias de forma pacífica porque temos de aceitar os métodos brutais de partes do mundo islâmico como legítimos?

terça-feira, setembro 12, 2006

Exemplo de populismo


Encontrei ao ler a edição do fim de semana do Financial Times uma frase supreendentemente honesta do político francês do século XIX Alexandre Ledru-Rollin que vale a pena ser partilhada:

"Lá vai o povo. Devo segui-lo pois sou o seu líder"

domingo, setembro 10, 2006

Crise de auto-confiança

Com eleições parciais à porta, o partido Democrata norte-americano encontra-se numa excelente posição para retomar o controlo de ambas as câmaras do Congresso, ou pelo menos é esta a imagem que se obtém fazendo uma análise superficial do evento.

As condições parecem ideais: com uma guerra contra o terrorismo sem fim à vista, que tem provocado o desinteresse da população, o registro ainda fresco do fracasso em Nova Orleães, a incapacidade de aprovar reformas necessárias na segurança social, o problema da imigração ilegal, os vários escândalos do Partido Republicano (o “Plamegate”, escândalos de corrupção, saída do líder Tom DeLay, o caso Abramoff, etc.) e, acima de tudo, a desastrosa situação no Iraque, questão crucial da campanha, parece evidente que os democratas irão conseguir os 6 lugares no Senado e os 15 na Câmara de Representantes necessários para voltarem a deter o controlo do ramo legislativo. Contudo este resultado pode não passar de uma miragem.

Num momento em que os republicanos têm-se exposto a críticas contínuas com cada desaire na política externa e tentam neste momento afastar-se o mais possível de qualquer declaração ou acção do Presidente Bush, os democratas ainda não conseguiram apresentar nenhum plano alternativo convincente de política externa e de segurança e são ainda considerados o partido dos “fracos”.

Ouvindo as declarações de candidatos dos dois lados, consegue-se identificar membros do partido republicano que praticamente admitem que este não merece ganhar as eleições e ao mesmo tempo não se encontra nenhum democrata que contemple, sem sombra de dúvidas, a vitória do seu partido.

Temos, em resumo, uma situação caricata na qual os republicanos caminham determinados para o abismo, confiantes de que algum milagre os salvará no dia das eleições, enquanto que os democratas só têm que “esticar” a mão para retomar as rédeas do poder, mas não têm a mais mínima ideia de como faze-lo.

quinta-feira, setembro 07, 2006

A vergonha da Festa do Avante

Fui hoje supreendido por uma notícia no Diário de Notícias que me causou uma profunda revolta.
A última edição da Festa do Avante contou com a presença, a convite dos comunistas, de representantes das Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia, FARC, grupo terrorista que conduz uma sangrenta guerra civil na Colômbia desde há 35 anos.
Inicialmente inspirada pelos movimentos revolucionários comunistas de outros países, este grupo de assassinos há muitos que perdeu qualquer inclinação ideológica, dependendo do cultivo de droga, o sequestro e a extorção para se financiar, com o único fim de perpetuar a sua actividade criminosa e não para "lutar pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra" como refere o PCP.
As FARC estão clasificadas como um grupo terrorista pela União Europeia e a presença de membros dessa organização no nosso país não deixa de ser preocupante.
Esta última acção do PCP demonstra que o partido continua a viver num mundo irreal e a promover uma agenda totalitarista mascarada de luta contra a opressão. O seu apoio a grupos terroristas é uma vergonha para o país.

O artigo completo pode ser encontrado aqui

sábado, setembro 02, 2006

As contas do BE

A coluna do economista Daniel Amaral da edição do semanário "Expresso" de hoje consiste num muito interessante exercício de economia que demonstra o absurdo de algumas propostas do Bloco de Esquerda.

O comentador centra-se numa proposta em concreto deste partido: “Redução da semana de trabalho para as 36 horas, sem redução de salário, com a opção de o trabalhador poder fazer quatro dias com nove horas de trabalho, tendo um terceiro dia de descanso”. A proposta baseia-se no falhado modelo francês, que como já se sabe, não resultou.

Pegando na solução apresentada, o comentador demonstra em poucas linhas que da sua aplicação resultaria uma redução de 10% no tempo do trabalho, com a consequente redução na produção económica total. Ao mesmo tempo, como os salários e o número de trabalhadores se mantêm inalterados, a produtividade cai e os custos unitários aumentam, fazendo com que os nossos já elevados custos salariais unitários se elevem ainda mais!

No final, a aplicação da proposta do BE implicaria uma queda tal do PIB que o país só se recuperaria em 10 anos. Esta medida simplesmente rebentaria com as poucas exportações do país.

Vindas de um Doutor em Economia como Francisco Louça, este tipo de ideias são no mínimo surpreendentes, senão perigosas, e evidenciam um claro programa populista, que só engana e confunde as pessoas. Como o próprio economista Daniel Amaral refere nesta coluna: “(...) nada do que [o Bloco] afirma é realista, e muito menos sustentável.”