quinta-feira, dezembro 29, 2005

Corporativismo

Em Portugal a lógica de poder funciona, invariavelmente, em torno dos centros e aglomerados corporativistas os quais pormovem a sua posição e estatuto revogando e bloqueando as decisões reformistas mais preementes em Portugal. Existem aspectos bastante curiosos e comuns, ou seja, não é preciso recorrer aos centros de poder mais influentes e elevados na hierarquia social para constatar o fenómeno corporativista e as suas características autoritárias e bloqueadoras.

Um exemplo normalíssimo é o corporativismo universitário e todos os condicionamentos que provoca ao desenvolvimento técnico e profissional das novas elites. É sintomático os erros de avaliação que se cometem, bem como, a incapacidade de leccionar correctamente apontando para as necessidades do "mundo exterior".

É notório, para um universitário, que um número elevado dos docentes se encontra numa posição defensiva e bloqueadora face à concorrência, que no futuro, manterá com esse aluno pois, o corporativismo é na sua definição clássica uma posição bloqueadora e, por sua vez, defensiva do status pessoal e colectivo de um grupo.

Tudo isto é claro mas, ao mesmo tempo, obscuro e de difícil percepcção, na medida que, a classe estundantil centra as suas preocupações em outros aspectos da vida universitária deixando de parte um problema importantíssimo, não só para nós mas para os desígnios administrativos da coisa pública.P.S: apetecia-me dizer algo do género "Estudantes Uni-vos" mas, não partilhando o optimismo de consciência de Marx, direi "Estudantes atentos e vocacionados Uní-vos".

P.S: tenho consciência que este post poderá ser polémica mas, um dos grandes problemas que enfrentamos é a ausência de conflito, ou seja, as ideias necessitam de ser expostas sem reservas e de boa-fé e, consequentemente, serem respeitadas pela sua validade ou refutadas pelo carácter negativo ou falaccioso em si encerrado.

Creio que esta predisposição para o debate limpo e, sem reservas mentais, é um dos melhores desejos que podemos e, devemos, projectar para o novo ano.

Por Portugal.

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