Vamos ter saudades dele. Porquê: porque nos fazia rir e - principalmente - porque nos fazia recordar que há quem tenha menos sorte na escolha dos seus governantes. Mas a vida é assim. Para grande tristeza nossa - e maior desilusão do próprio -, Silvio Berlusconi foi afastado do poder em Itália.
Acaba-se a opera bufa em Roma, substituída por resquícios de um passado de igual má memória: Prodi e a sua coligação mais não são que os herdeiros do regime varrido pelas "mãos limpas" que permitiram a ascensão de Silvio. Esta escolha difícil entre um presente de vergonha e um passado de desonra está reflectida nas escolhas dos eleitores italianos - divididos quase a meio, dando a vitória a Prodi pelo que a esta hora parece ser a mais curta das margens.
Mas uma vitória, mesmo assim. De um político que já foi chefe de governo e não deixou saudades, sobre um outro que deveria ser idolatrado, pelo simples facto de ter sido o único primeiro-ministro italiano do pós-guerra que conseguiu cumprir toda uma legislatura de cinco anos.
E apesar disso… ciao, Silvio, que a Itália não quer estabilidade à custa de ser o bobo da corte europeia.
Sem comentários:
Enviar um comentário