Aumentam os receios do regresso da Guerra Fria. Moscovo considera "imoral" e "provocatória" a atitude de Londres em expulsar quatro diplomatas russos da embaixada na capital britânica. É o último episódio do caso Litvinenko, depois da recusa da Rússia ao pedido de extradição do principal suspeito do caso.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Mikhail Kamyin, afirma que a atitude de Londres é imoral, quaisquer acções provocatórias tomadas pelas autoridades britânicas vão ter consequências para as relações globais entre os dois países.
O governo britânico iniciou também uma revisão da cooperação bitalteral, em particular a facilitação de vistos de entrada a cidadãos de nacionalidade russa.
O primeiro-ministro Gordon Brown diz que foi cometido um crime contra um cidadão britânico em território britânico, o caso deve ser julgado pelas instâncias nacionais, não tem desculpas a apresentar pela decisão tomada mas quer que o caso se resolva o mais depressa possível.
Andrei Lugovoi é o homem que Londres quer levar a tribunal. A acusação acredita que o também antigo agente do KGB convidou o ex-espião Alexandre Litvinenko para tomar chá num hotel de Londres. O rasto de Polónio 210 segue Lugovoi desde o avião em que viajou para o Reino Unido. Lugovoi assegura que está inocente
As autoridades britânicas avisam ainda que Lugovoi pode ser preso em países com quem tenham acordos de extradição.
A Rússia considera que a atitude britânica serve para justificar a recusa em cooperar no sentido da extradição de Berezovski e Zakayev, dois cidadãos russos a viver em Londres, assumidos adversários do presidente Vladimir Puntin.
FONTE
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Britânicos assustados com dois Tupolev-95
O comandante-em-chefe da Força Aérea da Rússia, general Alexandr Zelin, desmentiu hoje (18) que os bombardeiros Tupolev-95 (Tu95) tenham tentado ontem invadir o espaço aéreo do Reino Unido."Nossos aviões cumpriam missões de vôos sobre águas neutras", disse Zelin à agência "Interfax"
Segundo informações da Efe o Ministério da Defesa do Reino Unido ontem mantinha no ar dois aviões da Real Força Aérea para interceptar dois bombardeiros Tu95 que voavam em direção à Escócia .
Segundo o porta-voz, os aviões russos não foram interceptados porque se afastaram e não entraram no espaço aéreo britânico, mas sim no da Noruega .
Zelin disse que o episódio nada tem a ver com a recente tensão diplomática entre Londres e Moscovo.
“Estes voos tem sido feitos e vão continuar de acordo com o nosso plano de treinos de equipas de longo-alcance”, disse .
O incidente lembrou os piores tempos da Guerra Fria.
Por Lyuba Lyulko
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Parece que temos nova crise UE/Rússia, antes foi aquele problema do Gás natural, e agora o problema das bases de misseis e radares dos EUA e esta tensão entre a Rússia e o Reino Unido. Vamos esperar para ver o que vai sair da próxima Cimeira Russo-Europeia que se realizará em Portugal e ainda este ano. Como é que os colegas do CEPRI e de RI comentam a situação? (Se é que comentam...)
Cumprimentos a todos.
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ResponderEliminarOlá João, em primeiro lugar, queria saudar a tua estreia aqui no blog. De facto os temas que aqui referiste têm estado em relevo nos últimos dias.
ResponderEliminarAcho que o desenrolar da situação relacionada com o caso Litvinenko, é a prova como o Tratado Constitucional Europeu não tem condições práticas para ser aprovado e aplicado.
O caso Litvinenko, ameaçou de facto a segurança no espaço da União Europeia. Mas o problema que se desenvolveu recentemente em relação aos diplomatas russos em Londres e os diplomatas britânicos em Moscovo é um problema anglo-russo e não uma crise UE-Rússia.
Ou seja mostra-nos que a UE ainda não pode ter uma política externa a uma só voz.