sábado, dezembro 30, 2006

Quebrar a rotina!


Não queria quebrar a rotina, monótona e aborrecida, que se tornou este blog do CEPRI. De acesas discussões entre académicos embirrantes (nos quais me incluo) e projectos de artigos de opinião sobre os mais relevantes e irrelevantes assuntos internacionais, este blog passou a ser um mero "placard de cortiça", que anuncia algumas actividades relacionadas com a nossa àrea de estudo.
Apelo a todos os outros 10 académicos que constam na lista dos "contributors" e outros alunos que se queiram juntar, mostrem que existe vida nos nossos cursos e interesse na discussão e estudo das Relações Internacionais.
Deixo aqui para nos motivar, uma fotografia de David Cameron , um Tory que não fica parado, faz oposição ao governo trabalhista e até vai aos locais mais longínquos e distantes, para investigar os assuntos que defende. Neste caso da foto, o local é o ártico e o assunto é o aquecimento global e os problemas ambientais.
Aqui em Portugal, temos uma oposição e um blog monótono e inactivo. Reflexo do que é a sociedade cívil portuguesa, sendo simultaneamente a previsão de um futuro díficil para os portugueses.
Feliz 2007!

quinta-feira, novembro 30, 2006

PortugalMUN 2006


O Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Relações Internacionais de Coimbra (CIPRIC) informa que, entre os dias 18 e 21 de Dezembro do presente ano, vai organizar na mais antiga Universidade do país a edição 2006 da Conferência Portugal Model United Nations (MUN).
Todas as informações disponíveis sobre este evento podem ser encontradas aqui.
A nossa Universidade tem sido a melhor classificada das últimas duas edições e o CEPRI espera que este seja outro ano memorável, por isso convida todos os seus membros e outros alunos da Lusíada a participarem!

segunda-feira, novembro 27, 2006

A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e o Instituto Português de Relações Internacionais-UNL têm o gosto de convidar todos os interessados para a palestra intitulada:

África e os Desafios do Século XXI

a proferir por

S.E. Alpha O. Konaré

Presidente da Comissão da União Africana

que será apresentado por Manuela Franco, Grupo África (IPRI-UNL), no auditório da FLAD, quarta-feira, dia 6 de Dezembro de 2006, às 16 horas.

terça-feira, novembro 21, 2006

Simulação da Assembleia da República 2007




O CEPRI têm o prazer de anunciar a realização da Simulação da Assembleia da República a ter lugar na Universidade Lusíada no dia 11/01/07.
As inscrições estão abertas para todos os alunos universitários do país.
Contamos com a sua participação.
Todas as informações em: http://sarul07.blogspot.com/

“A Assembleia da República é a assembleia representativa de todos os cidadãos portugueses”. Daí a importância de incentivar a simulação deste exemplo máximo da cidadania que é a função de Deputado. A SAR (simulação da Assembleia da República) pretende ajudar a despertar o interesse pela participação política activa e pelo estudo e debate das temáticas fundamentais que preocupam o cidadão e são importantes para o futuro do país, valorizando assim a própia democracia.

sábado, novembro 18, 2006

XVI Jornadas de Relações Internacionais do ISCSP

De 21 a 23 de Novembro, no ISCSP, realizar-se-ão as XVI Jornadas de Relações Internacionais sob o tema "As Novas Problemáticas das Relações Internacionais", nos dias 21, 22 e 23 de Novembro.

Painel I - Sistema Petrolífero Mundial - Dia 21

Mesa: Professor Doutor Heitor Romana, ISCSP
Dr. Pedro Fonseca, ISCSP
Professor Doutor Manuel Collares Pereira, IST / ASPO
Professor Doutor Jaime Nogueira Pinto, ISCSP~

Workshop – Dr. Pedro Fonseca, ISCSP

PAINEL II - América Latina como Laboratório de Regimes Políticos - Dia 22

Mesa: Professor Doutor José Adelino Maltez, ISCSP
Professora Doutora Raquel Miranda, ISCSP
Professor Doutor Andrés Malamud, ICS
Dr. Jorge Rio Cardoso, Banco de Portugal

Workshop – Dra. Isabel David, ISCSP

PAINEL III - Choque de Civilizações - Dia 23

Mesa: Professora Doutora Maria de Fátima Amante
Dr. Nuno Ramos de Almeida, Jornalista
Sheik Munir
Dr. Joshua Ruah
Dr. Marcos Faria Ferreira, ISCSP

Workshop – Dra. Mónica Ferro



Painéis - 10h Anfiteatro 6 Piso 0 - Inscrições na A.E. até dia 20 (para quem desejar certificado)

Workshops - 14h Piso 2 - Inscrições limitadas a 15 pessoas (para o e-mail neri.iscsp@gmail.com)

domingo, novembro 12, 2006

IEP: Palestra Lord Acton - Professor George Weigel


Professor George Weigel, Senior Fellow, Ethics and Public Policy Center, Washington, D.C., Europe's Two Culture Wars, dia 17 de Novembro de 2006, 18 horas, sala a anunciar.
Palestra seguida de jantar Hotel Marriott, Lisboa (informações e inscrições até dia 15: secretariado.iep@iep.ucp.pt ou 217214129)

terça-feira, novembro 07, 2006

Conferência «A Catalunha, Portugal e a União Europeia»

No âmbito da Semana da Catalunha em Portugal, o IPRI-UNL e o Centro de Informação Europeia Jacques Delors convidam os alunos da nossa Universidade para assistir à conferência «A Catalunha, Portugal e a União Europeia» proferida por Joaquim Nadal, Conselheiro e Porta-Voz da Generalitat da Catalunha, que decorrerá na Mediateca do CIEJD, no dia 13 de Novembro às 18h00. A apresentação será feita pelo Dr. António Vitorino.

O que vai acontecer no Iraque em 2007?

quarta-feira, novembro 01, 2006

Estado da Arte.

Numa altura em que se reconhece a importância da educação e formação dos recursos humanos, e do nexo causal entre esta e o desenvolvimento das sociedades, decidi escrever sobre a percepção que tenho do efeito Bolonha no meu curso/universidade (Relações Internacionais/ Lusíada). Por isto peço desde já desculpa pelas generalizações abusivas.
No site da universidade de Oxford, li sobre a importância do diálogo e da conversação durante a vida académica do aluno universitário. O diálogo entre os alunos e entre estes e os professores, na perspectiva anglo-saxónica, é o factor essencial para a formação do aluno.
Em Portugal, antes de Bolonha, era o "ensino de sebenta" que reinava. Esse monólogo entediante, que realmente estimula no aluno uma grande capacidade de memorização, mas no meu entender, não o prepara para os desafios da sua área científica e da sua futura área profissional.
A revolução liberal aconteceu. Com Bolonha tentou-se aproximar o ensino ao estilo anglo-sáxonico. Mas destronado o "ditador", falta-nos uma sociedade cívil (professores e alunos) que saiba viver e assegurar este novo regime.
O que vejo (com a excepção de alguns casos) são professores que mantêm o ensino de sebenta, mas com a diferença de verem o seu tempo reduzido a unidades curriculares semestrais e por isso mandarem os alunos pesquisar e ler fora das aulas, por vezes sem oferecerem uma boa orientação bibliográfica.
A par disto vejo alunos que conservam os hábitos de estudo do secundário ou do "antigo regime" do ensino superior e por isso pouco interesse conservam em relação ao curso, em relação ao debate académico e científico, em relação a quererem trabalhar fora das aulas e alargar os seus conhecimentos sempre que possível. Tinha a esperança que Bolonha destruísse aquela mentalidade do: "dá cá o diploma e o resto que se lixe".
Existe ainda algo que Bolonha ofereceu aos professores e alunos: a orientação tutorial. Que é o mesmo que oferecer um ipod a um esquimó. O esquimó pode fazer com o ipod muitas coisas mas até conseguir ouvir música vai ter de compreender para que serve e como funciona.
Então o que trouxe Bolonha?
- Um novo sistema de avaliação, o que implica termos de entregar uns trabalhos de pesquisa em algumas unidades curriculares.
- Uma reestruturação dos cursos e uma maior facilidade na mobilidade dos alunos pelas universidades da União Europeia.
E pouco mais. Na verdade, mais importante que uma mudança estrutural, seria uma mudança de mentalidades.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Mao Sócrates!



Já não bastava o convite de Jerónimo de Sousa e do PCP às FARC para a festa do avante, agora existe um convite do PS ao Partido Comunista Chinês, para estes participarem no próximo congresso socialista (10 a 12 Nov).
Se é preocupante a existência de partidos de extrema-esquerda no parlamento português (PCP e BE), ainda é mais preocupante um partido que alterna no poder e actualmente forma governo, ter relações de amizade com um partido totalitário responsável por mais de 60 milhões de mortos nos últimos 50 anos na China. O PCC talvez seja a instituição que mais violou os direitos humanos até hoje, e o PS com estas atitudes viola a integridade da (fraca) democracia em Portugal!

terça-feira, outubro 17, 2006

"Máscaras"



Será que este homem é um militante laranja a torcer o nariz ao orçamento de estado proposto pelo Governo para 2007? Não mas podia ser e com razão, pois embora este orçamento possa conter a subida da despesa pública em 2007, falta a este governo a coragem para garantir a descida da despesa em anos futuros, que se faz através da mudança estrutural da máquina do estado e até através de uma redefinição das funções do mesmo.

A verdade é que o homem que se encontra na foto, envergando uma máscara de gás, é um sul-coreano que participa num exercício de defesa cívil por receio a futuros ataques militares por parte da Coreia do Norte. Será que o teste nuclear norte-coreano representa o fim da ordem internacional unipolar?

O prof. João Marques de Almeida responde:

"...A transformação da Coreia do Norte numa potência nuclear obriga-nos a chegar a algumas conclusões importantes sobre o estado das relações internacionais. (...) O resultado será novas potências nucleares: o próximo será o Irão e outros se seguirão. A isto chama-se anarquia internacional. A competição estratégica entre as grandes potências reforça ainda mais a tendência de anarquia mundial. No caso da Coreia do Norte, Pequim empenhou-se, mas em relação ao Irão nota-se, no mínimo, uma grande ambiguidade por parte de russos e chineses. Por interesses próprios, mas também devido a cálculos em relação à distribuição de poder mundial, a Rússia e a China não estão empenhadas em impedir Teerão de alcançar a capacidade nuclear. Julgam que o sucesso iraniano irá enfraquecer o poder dos Estados Unidos, e querem beneficiar dessa fraqueza. É um erro. Aliás só mesmo uma grande cegueira estratégica é que poderia levar a supor-se que a nuclearização de dois países vizinhos, Coreia do Norte no caso da China e o Irão no caso da Rússia, afecta mais a segurança de um país longínquo como os Estados Unidos. Por vezes, parece que travar o aparecimento de novas potências nucleares é um interesse exclusivo dos norte-americanos. Desconfio que mais cedo do que se imagina, haverá quem se arrependa desta visão. Com um poder militar incomparável, que garante a sua segurança territorial e nacional, os Estados Unidos têm capacidade para se defender de qualquer ameaça nuclear. O mesmo não se poderá dizer de muitos outros países. Além disso, a instabilidade política e estratégica que resultará da proliferação nuclear pós-Coreia do Norte e pós-Irão afectará, sobretudo, a Ásia e a Europa, e não o continente americano. Um dos possíveis resultados de tudo o que tem acontecido entre o 11 de Setembro e a nuclearização do Irão será a adopção de um ‘isolacionismo qualificado’ por Washington. Ver-se-á então a diferença entre um ‘unilateralismo nacionalista’ e um ‘intervencionismo unilateral’. A derrotada será a ordem mundial e a vencedora será, mais uma vez, a anarquia internacional."

in Diário Económico Online 16/10/06

sexta-feira, outubro 06, 2006

Ritz Guantanamo, 5 estrelas.

Porque oiço os especialistas em Direito Internacional, a opinião pública e publicada, a extrema-esquerda presente no nosso parlamento (PCP e BE), entre outros, preocupados em tornar Guantanamo um local agradável ao invés de arranjarem soluções para a maior ameça do séc. XXI - o terrorismo?

terça-feira, outubro 03, 2006

Moscovo e Rússia de novo de ligações cortadas ???

As últimas notícias são verdadeiramente preocupantes: no site da Euronews reportaram este furo jornalístico incrível!
Não passa de uma gralha, mas não deixa de ser divertido ler um cabçalho destes, parece que o país se chateou consigo próprio!

quarta-feira, setembro 27, 2006

Geografia americana

Estava a ler um guia para angariação de fundos feito pelos organizadores do Harvard World MUN para ajudar os participantes a obterem os fundos necessários para financiar a sua viagem até a China, quando me deparo com esta maravilha:
"Perhaps there are alternative ways to get to China (if you live in South America, a bus or train is a cheap alternative to air travel)..."
Portanto, parece que o Colombo tinha razão: o Novo Mundo que ele descobriu era a "entrada" da China; pelo menos de acordo com os alunos de Harvard.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Hungria instável

Manifestantes prometeram neste domingo manter o movimento para derrubar o primeiro-ministro socialista da Hungria, depois do maior protesto feito até agora. Os socialistas venceram as legislativas de Abril, após uma campanha dominada pelo discurso de que o país vivera no oásis, nos quatro anos anteriores da coligação entre socialistas e liberais (MSZP, SZDSZ).
Parece-me que Ferenc Gyurcsany deve resistir, mesmo após ter admitido que mentiu para ganhar a reeleição e o governo deverá manter as reformas no orçamento que ganharam apoio preliminar da Comissão Européia.
Esta é a crise política mais grave na Hungria democrática e evoca cenas da Revolução de 1956, cujo 50º aniversário se celebra em Outubro. Refira-se que o regime comunista caiu sem protestos de tal dimensão.
Em causa, está a sobrevivência política do primeiro-ministro húngaro, mas de forma mais crucial a do seu programa de austeridade, que prevê mais impostos e cortes na despesa. Serão despedidos funcionários públicos, aumentados preços do gás e electricidade. A oposição contesta, mas se estivesse no poder não poderia fazer outra coisa. Do ponto de vista do Fidesz, a saída de Gyurcsány seria um escândalo que o MSZP pagaria em 2010, nas próximas legislativas. Para os socialistas, se o primeiro-ministro se mantiver no cargo, a sua autoridade estará comprometida, isto no meio de uma crise complexa, e só a 1 de Outubro (altura das eleições locais e regionais) é que se tornará claro até que ponto Gyurcsány foi afectado pelos estragos desta crise.

sábado, setembro 23, 2006

Da produção do programa Prós e Contras entraram em contacto com a Universidade Lusíada a convidar docentes e alunos a estarem presentes no próximo programa, a realizar dia 25 de Setembro, com a presença do ex-Primeiro Ministro de Espanha, José Maria Aznar, do Dr. Ernâni Lopes e do Dr. Dias Loureiro, subordinado ao tema “relações bilaterais”.

Quem quiser assistir tem que estar na Casa do Artista no dia 25, às 21.00h, tendo sempre que confirmar até 2ª feira, à hora do almoço.

Contactos para o fazerem:

Cristina de Meirelles Moita
Direcção dos Serviços Editoriais
de Comunicação e Imagem
Fundação Minerva
Rua da Junqueira, 188-198
1349-001 Lisboa
Tel. 21 361 15 04
Fax. 21 362 29 59
cmm@lis.ulusiada.pt

O tema parece interessante... Gostava muito de vos ver por lá!!

terça-feira, setembro 19, 2006

Afinal o Imperador Bizantino, tinha ou não, a razão?

Ao contrário do Phil do cartoon que se arrepende dos comentários que faz, ao contrário do Miguel Portas que foi (com dinheiro dos contribuintes) filmar a apologia dos terroristas e do radicalismo islâmico. É necessário defender de cabeça erguida os valores democráticos do Ocidente.

É de louvar a existência do islamismo moderado e liberal, que tem menos projecção mediática, mas sim, existe... É de louvar o Partido Conservador britânico que tem como vice chairman uma mulher, liberal, que apoia os valores democráticos e acredite ou não, sim, é muçulmana.

Afinal o choque civilizacional só existe por causa das lavagens cerebrais que manipulam os conteúdos do Alcorão, ou por exemplo, o conteúdo de um discurso dado pelo Papa na Alemanha. O que está errado não é a citação que o papa fez, mas a reacção violenta de pessoas que acreditam em Deus, terrorismo, e são contra os valores democráticos como é a liberdade de expressão.

domingo, setembro 17, 2006

Revolta constante

Aconteceu novamente: um líder ocidental, neste último caso o Papa, cometeu o erro de mencionar o Islão de forma a ser malinterpretado e lá tivemos as cenas do constume: freiras assasinadas, protestos nas ruas, confrontos entre as comunidades, bonecos queimados, etc.
Lá também teve de correr o autor do erro a pedir desculpas apressadamente antes de que a ira do mundo islâmico reclamasse mais vidas inocentes.
Porque é que nós não corremos a protestar quando o maluco do Irão diz que se deve "apagar" Israel do mapa ou quando são lançadas fatwas contra os modos de vida corruptos do Ocidente?
Se nós conseguimos manifestar as nossas discordâncias de forma pacífica porque temos de aceitar os métodos brutais de partes do mundo islâmico como legítimos?

terça-feira, setembro 12, 2006

Exemplo de populismo


Encontrei ao ler a edição do fim de semana do Financial Times uma frase supreendentemente honesta do político francês do século XIX Alexandre Ledru-Rollin que vale a pena ser partilhada:

"Lá vai o povo. Devo segui-lo pois sou o seu líder"

domingo, setembro 10, 2006

Crise de auto-confiança

Com eleições parciais à porta, o partido Democrata norte-americano encontra-se numa excelente posição para retomar o controlo de ambas as câmaras do Congresso, ou pelo menos é esta a imagem que se obtém fazendo uma análise superficial do evento.

As condições parecem ideais: com uma guerra contra o terrorismo sem fim à vista, que tem provocado o desinteresse da população, o registro ainda fresco do fracasso em Nova Orleães, a incapacidade de aprovar reformas necessárias na segurança social, o problema da imigração ilegal, os vários escândalos do Partido Republicano (o “Plamegate”, escândalos de corrupção, saída do líder Tom DeLay, o caso Abramoff, etc.) e, acima de tudo, a desastrosa situação no Iraque, questão crucial da campanha, parece evidente que os democratas irão conseguir os 6 lugares no Senado e os 15 na Câmara de Representantes necessários para voltarem a deter o controlo do ramo legislativo. Contudo este resultado pode não passar de uma miragem.

Num momento em que os republicanos têm-se exposto a críticas contínuas com cada desaire na política externa e tentam neste momento afastar-se o mais possível de qualquer declaração ou acção do Presidente Bush, os democratas ainda não conseguiram apresentar nenhum plano alternativo convincente de política externa e de segurança e são ainda considerados o partido dos “fracos”.

Ouvindo as declarações de candidatos dos dois lados, consegue-se identificar membros do partido republicano que praticamente admitem que este não merece ganhar as eleições e ao mesmo tempo não se encontra nenhum democrata que contemple, sem sombra de dúvidas, a vitória do seu partido.

Temos, em resumo, uma situação caricata na qual os republicanos caminham determinados para o abismo, confiantes de que algum milagre os salvará no dia das eleições, enquanto que os democratas só têm que “esticar” a mão para retomar as rédeas do poder, mas não têm a mais mínima ideia de como faze-lo.

quinta-feira, setembro 07, 2006

A vergonha da Festa do Avante

Fui hoje supreendido por uma notícia no Diário de Notícias que me causou uma profunda revolta.
A última edição da Festa do Avante contou com a presença, a convite dos comunistas, de representantes das Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia, FARC, grupo terrorista que conduz uma sangrenta guerra civil na Colômbia desde há 35 anos.
Inicialmente inspirada pelos movimentos revolucionários comunistas de outros países, este grupo de assassinos há muitos que perdeu qualquer inclinação ideológica, dependendo do cultivo de droga, o sequestro e a extorção para se financiar, com o único fim de perpetuar a sua actividade criminosa e não para "lutar pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra" como refere o PCP.
As FARC estão clasificadas como um grupo terrorista pela União Europeia e a presença de membros dessa organização no nosso país não deixa de ser preocupante.
Esta última acção do PCP demonstra que o partido continua a viver num mundo irreal e a promover uma agenda totalitarista mascarada de luta contra a opressão. O seu apoio a grupos terroristas é uma vergonha para o país.

O artigo completo pode ser encontrado aqui

sábado, setembro 02, 2006

As contas do BE

A coluna do economista Daniel Amaral da edição do semanário "Expresso" de hoje consiste num muito interessante exercício de economia que demonstra o absurdo de algumas propostas do Bloco de Esquerda.

O comentador centra-se numa proposta em concreto deste partido: “Redução da semana de trabalho para as 36 horas, sem redução de salário, com a opção de o trabalhador poder fazer quatro dias com nove horas de trabalho, tendo um terceiro dia de descanso”. A proposta baseia-se no falhado modelo francês, que como já se sabe, não resultou.

Pegando na solução apresentada, o comentador demonstra em poucas linhas que da sua aplicação resultaria uma redução de 10% no tempo do trabalho, com a consequente redução na produção económica total. Ao mesmo tempo, como os salários e o número de trabalhadores se mantêm inalterados, a produtividade cai e os custos unitários aumentam, fazendo com que os nossos já elevados custos salariais unitários se elevem ainda mais!

No final, a aplicação da proposta do BE implicaria uma queda tal do PIB que o país só se recuperaria em 10 anos. Esta medida simplesmente rebentaria com as poucas exportações do país.

Vindas de um Doutor em Economia como Francisco Louça, este tipo de ideias são no mínimo surpreendentes, senão perigosas, e evidenciam um claro programa populista, que só engana e confunde as pessoas. Como o próprio economista Daniel Amaral refere nesta coluna: “(...) nada do que [o Bloco] afirma é realista, e muito menos sustentável.”

sábado, agosto 19, 2006

Os falafels imorais

O tradicional prato árabe de bolinhas de grão-de-bico conhecido como falafel é um dos últimos alvos dos radicais islâmicos do Iraque. Os vendedores de falafels são visitados por grupos extremistas, que os avisam de que é melhor fecharem as suas bancas se não querem ser mortos.

Os corajosos que se recusam a fechar as suas bancas são pouco tempo depois mortos por atentar contra a moral pública. Interrogados sobre qual era o problema de vender este prato, os radicais respondem que este não existiam no tempo de Maomé e que por isso não deveria ser vendido. O mesmo argumento é usado para ameaçar os vendedores de blocos de gelo para conservar os alimentos (numa cidade onde as temperaturas atingem os 50ºC).

Resta saber porque os vendedores de hambúrgueres ou kebabs podem continuar a exercer os seus negócios e porque os próprios radicais usam carros para se deslocarem e kalachnikovs para executarem os infiéis, quando no tempo de Maomé também não havia nada disso. É um puritanismo selectivo?

terça-feira, agosto 15, 2006

University Channel Podcasts

O verão é normalmente uma boa altura para pôr em dia as leituras atrasadas e outras tarefas que normalmente não há tempo para fazer durante o ano académico, por isso venho propor um novo meio de estar-mos actualizados sobre o mundo das Relações Internacionais e que funciona como um excelente complemento à nossa formação académica: chama-se University Channel Podcast e é, como próprio site informa: “uma colectânea de debates, conferências e outros eventos sobre assuntos de política internacional e nacional de vários países realizados em instituições académicas de todo o mundo”. Cada semana este site oferece gravações em formato mp3 (os denominados podcasts) de conferências e outros eventos realizados um pouco por todo o mundo, os quais são uma valiosa ferramenta para estudantes como nós, uma vez que nos põe em contacto com os mais actuais debates da actualidade.

Para os interessados há mais informação neste site. A partir dele podem fazer a subscrição gratuita para programas como o iTunes, que farão automaticamente o download dos ficheiros de áudio.

terça-feira, julho 18, 2006

Resolução do Conselho de Segurança 1559 (A situação no Médio Oriente).


A Resolução 1559 tomada em 2004 pelo Conselho de Segurança da ONU, é orientadora das questões de soberania no Líbano, o que implica a retirada das forças Sírias do território libanês e o desarmamento de mílicias. Assim e como Condoleeza Rice tem vindo a afirmar é possível exercer considerável pressão sobre a Síria e o Hezbollah com base na Resolução 1559.


United Nations S/RES/1559 (2004)
Security Council Distr.: General
2 September 2004


Resolution 1559 (2004)
Adopted by the Security Council at its 5028th meeting, on
2 September 2004

The Security Council,
Recalling all its previous resolutions on Lebanon, in particular resolutions 425
(1978) and 426 (1978) of 19 March 1978, resolution 520 (1982) of 17 September
1982, and resolution 1553 (2004) of 29 July 2004 as well as the statements of its
President on the situation in Lebanon, in particular the statement of 18 June 2000
(S/PRST/2000/21),

Reiterating its strong support for the territorial integrity, sovereignty and
political independence of Lebanon within its internationally recognized borders,
Noting the determination of Lebanon to ensure the withdrawal of all non-
Lebanese forces from Lebanon,
Gravely concerned at the continued presence of armed militias in Lebanon,
which prevent the Lebanese Government from exercising its full sovereignty over
all Lebanese territory,
Reaffirming the importance of the extension of the control of the Government
of Lebanon over all Lebanese territory,
Mindful of the upcoming Lebanese presidential elections and underlining the
importance of free and fair elections according to Lebanese constitutional rules
devised without foreign interference or influence,

1. Reaffirms its call for the strict respect of the sovereignty, territorial
integrity, unity, and political independence of Lebanon under the sole and exclusive
authority of the Government of Lebanon throughout Lebanon;

2. Calls upon all remaining foreign forces to withdraw from Lebanon;

3. Calls for the disbanding and disarmament of all Lebanese and non-
Lebanese militias;

4. Supports the extension of the control of the Government of Lebanon over
all Lebanese territory;

5. Declares its support for a free and fair electoral process in Lebanon’s
upcoming presidential election conducted according to Lebanese constitutional rules
devised without foreign interference or influence;

6. Calls upon all parties concerned to cooperate fully and urgently with the
Security Council for the full implementation of this and all relevant resolutions
concerning the restoration of the territorial integrity, full sovereignty, and political
independence of Lebanon;

7. Requests that the Secretary-General report to the Security Council within
thirty days on the implementation by the parties of this resolution and decides to
remain actively seized of the matter.



UN Security Council Resolutions 2004.

terça-feira, julho 11, 2006

Processo de Bolonha na Lusíada



Na próxima quinta-feira, dia 13 de Julho, pelas 19:00 horas vai ter lugar uma sessão de esclarecimento sobre a aplicação do Processo de Bolonha para os cursos de Relações Internacionais e Ciência Política.
O local deverá ser algum dos auditórios. Mais informações disponíveis na Universidade.

segunda-feira, julho 10, 2006

domingo, julho 09, 2006

A politização do Mundial de Futebol.


Neste Mundial foi observável a relação causa e efeito entre as prestações das selecções e o aumento do patriotismo e contentamento das populações nos respectivos países. Olhando para os semi-finalistas, a selecção portuguesa fez esqueçer o défice em Portugal; a selecção francesa fez esqueçer a crise social, económica e política da França; a selecção italiana vai provavelmente reforçar a ideia (verdadeira ou falsa logo se verá) que os tempos vindouros do novo governo italiano são auspiciosos, e por fim a prestação da equipa germânica veio gerar um novo nacionalismo alemão que temia em se materializar devido aos fantasmas do passado recente. Este nacionalismo liberal germânico em harmonia com os ideais democráticos fará certamente esqueçer o nacionalismo totalitário, agressivo e expancionista que se observou durante o regime Nazi, e será certamente mais uma pedra na construção e consolidação desta Alemanha do século XXI.


GERMANY'S NEW-FOUND PATRIOTISM.
Patriot Games
by Andrew Curry


Germany's World Cup aspirations ended this week in a heartbreaking loss to the Italians. While winning the championship certainly would have pleased the country's soccer fans, something more historically significant emerged from the games, something of which all Germans should be proud: a new sense of German patriotism.

In Germany, national feeling has always run either too hot or too cold, but never just right. But since the World Cup started on June 9, there's been a sudden outbreak of perfectly innocent flag-waving here. Everywhere--from streaks of face paint and Mohawk wigs to cars and apartment buildings festooned with black, red, and gold--the German tricolor has been flying. Along the city's "Fan Mile," which stretches from the Brandenburg Gate to the middle of Berlin's usually quiet Tiergarten, a sea of patriotic fans swelled with every German victory. At first glance, this was a little unsettling. Under ordinary circumstances, flying the German flag anywhere but on top of federal buildings is looked down upon. Patriotic displays aren't quite taboo in Germany, but they are certainly politically incorrect. Perhaps for Germany, then, the best thing to come out of the 2006 World Cup may be something Americans take for granted: an understanding that it is possible to be proud of one's country without being a nationalist.

After World War II, Germans tried burying the past in work and denial. Indeed, in the cold-war rush to get Germany up and running, the de-Nazification process was left unfinished, and even in the 1960s many university professors and government officials had Nazi pasts to hide. German baby boomers put an end to this hushed secrecy. "The libertarian, anti-authoritarian, democratic 'coming out' we had in the late '60s changed political culture down to the roots," says Klaus Fuecks, co-chair of the Heinrich Boll Institute, a Green Party think tank in Berlin. Like students all over the world, Germany's post-war generation spent the '60s fighting the establishment and dragging their country's past out into the light. The often violent protests of 1968, for example, included demands that professors with Nazi ties be removed from the university system. Confronting the past forced Germans to alter the way they viewed their country, and made it difficult to be proud of being German.

In the years afterwards, the sins of the past became a constant theme in the German political and educational systems. "In the '70s, we all grew up learning Germans did terrible things," says Michael Minkenberg, a political scientist at Viadrina University in Frankfurt-Oder. It was this guilt that turned Germany into one of Europe's most welcoming countries when it came to political asylum seekers and immigrants. By the 1980s, Germany was the European Union's strongest supporter. For young Germans, it was much more appealing to be European than German. And by the beginning of the century, alumni of '68 like Joschka Fischer--whose Green Party was another legacy of the student movement--ended up in charge of a very different Germany. Field trips to concentration camps were a feature in German schools; flags and the national anthem, on the other hand, were still anathema.

And so the recent flag fever has prompted a typically German round of hand wringing. One think tank suggested changing the national anthem, or at least prefacing it with a warning. Schools debated whether to forbid kids from coming to class wearing national colors. In an attempt to preserve the Berlin police force's neutrality, police officers here were ordered not to wear or fly the national colors. Some conservative politicians called this absurd. "We should all be patriots, Berlin cops included," one right-wing parliamentarian complained. There has been a much more serious backlash as well--not surprisingly, since Germany's radical right is currently experiencing a mini-boom. In the economically struggling provinces of Eastern Germany, hate crimes and neo-Nazi membership are on the rise; right-wing nationalist politicians have succeeded in getting elected to state parliaments in the past few years.

A few weeks before the Cup started, former government spokesman Karsten-Uwe Heye--now running an anti-racism organization called Show Your Face--warned black soccer fans to avoid the East German countryside, calling the provinces around host cities Berlin and Leipzig "no-go zones." The warning was widely discussed, and politicians pointed out that it amounted to a win for neo-Nazis looking to keep foreigners out of Germany. It was a reminder that while racism isn't a uniquely German problem, Germans are under unique scrutiny. "There is a problem, and we should talk about it," says Fuecks. "But that's not Germany, and you must not be afraid to come to Germany. The majority of people don't agree with these radicals, and there's a growing civil consciousness and awareness of the problem."

Which is why it is tempting to view the public displays patriotism as a hopeful sign. Neither nationalism nor self-loathing, the feeling here is one of pride without hate. Reports of serious fights between German and foreign fans can be counted on one hand, and the police patrolling the capital's Fan Mile have been mostly bored. Despite over six million visitors since the beginning of the Cup, only one serious breach of security occurred when a driver broke through crowd-control barriers last Sunday and injured almost two dozen fans.

Of course Germany has celebrated during past World Cups, but never with the patriotic outpouring--and the sense of community--of the past few weeks. In fact, Berlin probably hasn't partied this hard since the fall of the wall in 1989. That party was more a celebration of freedom than of patriotism. But Germans today can be proud of being German without forgetting or denying the past. Though Germany's flurry of flags is unlikely to outlast the World Cup, hopefully the country's new-found patriotism will.

Andrew Curry
New Republican Online

domingo, julho 02, 2006

Eça e o Islão!

Há cerca de 100 anos, Eça de Queirós escrevia num pequeno livro, acerca da presença dos Ingleses no Egipto: “Como o nosso Evangelho, a palavra de Maomé vai-se tornando objecto de poesia, de comentário, de controvérsia. Há Renans no Islão; e o verbo divino, uma vez analisado, deixa de inspirar a fé que leva à morte.”
Um erro de análise, ou a fé de que a religião perderia com o tempo a sua influência a nível global, levaram Eça a considerar a palavra de Maomé como “poesia”!

Socrates actualiza o Governo

Há já muito que se esperava a saída de Freitas dos Negócios Estrangeiros! Desde o início que o nome do professor de direito era de algum modo incomodo. Incomodo para o PS dada a existência de outros nomes que melhor desempenhariam o papel nas circunstâncias actuais, como o revelou agora a escolha do primeiro ministro, e incomodo para uma certa direita que deixara fugir por completo debaixo da sua alçada o homem que fundara o CDS. Tal como mudou e se actualizou o CDS, que Freitas vira nascer, também mudaram as formas de negociação internacional com que o ex-ministro aprendera a trabalhar. Diogo Freitas do Amaral era um ministro do passado num governo de futuro. Era realmente um peso pesado, com muita influência e reconhecimento, mas um homem de outra época governativa.
As escolhas agora feitas pelo engº Sócrates são de todo mais adequadas às circunstâncias. Pode concerteza esperar-se uma maior aproximação quer à Europa, quer às relações transatlânticas. O tempo mostrará o sucesso da opção!

quinta-feira, junho 29, 2006

EUA: Supremo invalida tribunais militares de Guantánamo

'O Supremo Tribunal dos EUA concluiu hoje que o Presidente George W. Bush ultrapassou os poderes que lhe são conferidos pela Constituição quando instituiu comissões militares para julgar os "combatentes inimigos" detidos em Guantánamo. A decisão, aguardada com ansiedade pela Casa Branca, representa um duro revés na política de combate ao terrorismo da actual Administração.
O acórdão, aprovado por cinco juízes do Supremo, com a oposição de três, considera que estes tribunais são ilegais à luz da legislação norte-americana e da Convenção de Genebra para o tratamento de prisioneiros de guerra. '

in publico.pt


O resto da notícia pode ser lida aqui

terça-feira, junho 27, 2006

CEPRI - Centro de Estudos Pol�ticos e Rela�es Internacionais

Realiza-se na próxima 6ª feira, dia 30 de Junho, pelas 11 horas a primeira Assembleia Geral em que estarão presentes os novos órgãos sociais do CEPRI. A AG realizar-se-á no espaço do núcleo.
CEPRI

Planos para possível retirada do Iraque

Será este anúncio o "início do fim" da presença americana no Iraque ou só uma manobra eleitoral para começar a reconquistar votos republicanos para as próximas eleições parciais do Congresso norte-americano e melhorar a imagem do Presidente George W. Bush?


Forças da coligação dão primeiros passos na retirada do Iraque

'As forças da coligação no Iraque preparam planos de retirada e começam a tranferência de responsabilidades para as forças iraquianas.

A Casa Branca confirmou a elaboração de um plano para a saída de uma parte importante das tropas norte-americanas até ao fim de 2007. No entanto, fez saber que se tratá apenas de uma opção entre várias e que depende "das condições no terreno".

Entretanto, soldados britânicos e australianos preparam-se para transferir para as autoridades iraquianas o controlo da província de Muthana, no sul do país.

O coronel britânico Giles Vosper-Brown diz que "se tomarem em consideração os acontecimentos das últimas semanas, com a formação do governo, a morte de Zarqawi, a transição da primeira província para controlo iraquiano, é algo que dá esperança".

Nima Abd, lugar-tenente do exército iraquiano acredita que a tranferência vai correr bem porque "é uma província pequena, como pouca população. Todos se conhecem, não há estrangeiros".

Mais de três anos após a invasão norte-americana, Muthana é a única região do país considerada suficientemente estável para a "passagem do testemunho" aos iraquianos. No Domingo, o Japão começou já a retirar os efectivos destacados em Samawah, perto de Bagdade.'


in euronews.net, artigo original disponível aqui

Bolonha na Lusíada

No site da nossa Universidade finalmente apareceu alguma informação referente ao famoso Processo de Bolonha que irá ser introduzido para o ano académico 2006/2007, mas pela informação actualmente disponível parece que todo o processo se resume a reduzir a duração das licenciaturas, mestrados e doutoramentos. O processo incluirá mais novidades? Esperemos que sim!
Mais informação no site: http://www.lis.ulusiada.pt/secretaria/bolonha/catalogo.htm

segunda-feira, junho 26, 2006

O mundial de futebol em Washington e Lisboa.


Encontrei um artigo no Público que reflecte duas formas diferentes de viver o mundial, não só da parte dos adeptos, mas também a nível institucional, comunicação social, etc.
Rita Siza confronta a realidade quotidiana de Washington com a lisboeta durante esta época da febre do mundial. Febre no nosso país, mas será que nos EUA a forma como se vive o mundial, não será uma espécie de terapia?

A crónica de Rita Siza:
Washington.

"It's all about the game"

Quando os jogos de futebol acabam, em Washington DC, as pessoas pagam a conta e vão às suas vidas. Os bares, sempre cheios, esvaziam-se ao mesmo ritmo dos estádios da Alemanha de onde chega a transmissão televisiva.

A multidão que momentos antes agitara bandeiras e cachecóis, berrara e cantara, sofrera e rejubilara, aplaudira, esbracejara e se abraçara, distribui civilizadamente os últimos sorrisos e cumprimentos e com calma volta a enfrentar o mundo - ao chegar à rua, o efeito do sol e do calor que agarra a roupa ao corpo só vem confirmar a dimensão material e física dessa transição que por segundos só se processa a nível intelectual.

Aqui não há entrevistas de fim de jogo, nem análises, nem comentários repetidos até à exaustão. As televisões não dedicam mais do que dois minutos de noticiário ao mundial, e são sempre peças sóbrias. Os únicos anúncios que vi foram aqueles fantásticos da Adidas, com os dois miúdos a jogar à bola com o Platini e o Beckenbauer, e mesmo esses só passam no intervalo dos jogos. O trânsito não para, nem os automobilistas apitam; as ruas não se enchem nem se esvaziam.

Nenhuma praça tem écrãs gigantes ou bancadas. As lojas prosseguem o seu comércio normal, não há ofertas, bónus, ou quinquilharias desnecessárias coladas aos pacotes de mercearia. As bandeiras penduradas nos edíficios são as mesmas de sempre-as das centenas de embaixadas e dezenas e dezenas de departamentos do governo federal.

Mas não me venham com o argumento que isso é porque na América ninguém liga nada ao futebol. Nesta cidade, onde vem parar gente de todo o mundo (literalmente), ninguém não liga a nada, ninguém não tem uma equipa, ninguém não quer ver os jogos. Quaisquer que eles sejam, os nossos e os dos outros, os bons e os maus, vê-se tudo com fervor e até ao fim. Aqui, o Mundial é uma festa, ninguém lhe é indiferente. Simplesmente ninguém faz do Mundial o único assunto do dia, ninguém pensa que não há mais vida para além do futebol. E talvez por isso, porque não temos todos que levar com o Mundial em todo o lugar a toda a hora, aproveitamos.

Porque há muito dia antes e sobretudo muito mais dia depois do jogo, aproveitamos. Naqueles 90 minutos, ou 120 minutos, ou em todos os outros minutos que vierem a mais, "it's all about the game". Aproveitamos os passes, os dribles, as defesas, os pontapés, os lançamentos, os cantos, as faltas, as fintas, os golos. Aproveitamos o futebol, sem peder tempo nem energia com mais nada. Sem fanatismo, sem exageros.

Aproveitamos a festa, o encontro, este encantador convívio com outras pessoas que também por algum tempo suspenderam a sua vida por causa deste jogo tão emocionante e imprevisível.

Somos sempre por alguém: por quem ganha, por quem joga melhor, por quem está na mó de baixo; por quem dá espectáculo, por quem surpreende, por quem fala a nossa língua, por quem defronta os que não gostamos.

Eu, neste instantinho, já fui pela República Checa, pela Austrália, pela Costa do Marfim, pela Suécia, por Trinidad e Tobago, pela Argentina, pela França, pelo Gana, pelo Brasil... Somos sempre pelos golos.

O que descubro com grande surpresa, nesta terra habituada a touch downs e home runs, é um renovado prazer de gritar golo. E assim vou gritando golo, nessa explosão maior do futebol, de braços no ar, cada vez mais cheia de alegria. Porque sei que ainda há muitos jogos. Quando acabarem fecho a conta e vou à minha vida.

Rita Siza, jornal Público (26/06/06).

quarta-feira, junho 21, 2006

Estrasburgo ou Bruxelas?

Como muitos dos nossos colegas devem saber, o Parlamento Europeu tem duas sedes, uma em Bruxelas e outra em Estrasburgo. A primeira é usada para os plenários "preparatórios" e a segunda para um plenário mensal final. Este sistema custa aos contribuintes europeus 200 milhões de euros por ano e implica, todos os meses, o transporte de toda a documentação necessária em dez camiões TIR e a transferência de todo o aparelho administrativo, que por sua vez tem sede em Luxemburgo, para ajudar à confusão.
A dualidade deve-se, mais que tudo, ao desejo francês de continuar a acolher pelo menos um dos principais órgãos da UE.
Se etiverem interessados em saber mais sobre o assunto podem consultar este site, http://www.oneseat.eu/ dedicado ao estabelecimento de Bruxelas como única sede do PE.

terça-feira, junho 20, 2006

Hipocrisias humanitárias

Para cumprir a tradição, aqui disponibilizo o artigo de João Marques de Almeida, sempre relevante para os cursos de RI e CP.


Hipocrisias humanitárias


Entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, os países ocidentais são aqueles onde se verifica uma maior sensibilidade humanitária.

Numa entrevista dada ao ”Público”, na semana passada, António Guterres queixou-se da pouca atenção que as opiniões públicas europeias dão às crises humanitárias africanas. Observou que com o Iraque todos se preocupam mas, por exemplo, com o Congo e com Darfour são poucos os que dão alguma importância. O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados explica esta duplicidade com a percepção de que o Iraque afecta a segurança internacional, enquanto os conflitos africanos não ameaçam a Europa. Em parte, esta justificação está correcta, mas convém acrescentar uma explicação adicional. Ao contrário do que muitos julgam, a atenção dada às crises humanitárias não resulta da extensão do desastre humanitário mas de escolhas políticas. E estas não são nada inocentes. O melhor exemplo é o conflito na Palestina. Pela leitura da maioria dos jornais e pela maioria das reacções na Europa, teríamos que concluir que a gravidade da crise humanitária na Palestina não tem equivalente em todo o mundo. Ora, não é verdade, seja qual for o ângulo de apreciação. É fácil encontrar dezenas de conflitos e de crises onde há mais mortes, mais refugiados e mais violações dos direitos humanos. O que se passa é que muita da atenção prestada à Palestina não resulta de uma genuína preocupação com desastres humanitários em geral mas da vontade política de atacar Israel. O mesmo se passa com o Iraque. É óbvio que a situação no país está muito complicada, com o recurso frequente à violência contra civis. No entanto, a dimensão da crise humanitária no Iraque não se compara com o que se passa no Sudão, no Congo e na Somália. Constitui, porém, uma oportunidade magnífica para criticar e atacar os Estados Unidos. As vítimas da violência que não tenha origem em Washington podem queixar-se de uma dupla injustiça: sofrem graves violações dos seus direitos elementares, e o seu sofrimento é geralmente ignorado.

Esta duplicidade constitui, antes de mais, uma traição ao ”ideal humanitário” das democracias ocidentais. As ligações históricas, a proximidade territorial e os interesses políticos influenciam obviamente as nossas preocupações humanitárias. Mas há limites ao particularismo. Perante certas tragédias humanitárias, a indignação dos cidadãos dessas democracias deveria ser universal. Embora compreenda, julgo que a diferença de tratamento no nosso país em relação a Timor e a Darfour revela uma certa falta de maturidade cosmopolita. Acho muito bem que se dê toda a atenção ao caso timorense, mas seria natural que o que se passa no Sudão, apesar de tudo, causasse uma maior indignação entre os portugueses. Em termos de violação de direitos humanos e de desastre humanitário, não há qualquer comparação.

Além da atenção dispensada pelas opiniões públicas ocidentais, as respostas a crises humanitárias dependem da disponibilidade política dos governos. Como notou na mesma entrevista António Guterres, as grandes potências são indispensáveis para o sucesso das acções humanitárias. Qualquer pessoa sabe que, entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, os países ocidentais são aqueles onde se verifica uma maior sensibilidade humanitária. Os países europeus, os Estados Unidos, e a própria Aliança Atlântica, estão sempre na liderança das respostas internacionais a desastres humanitários, como aqueles que ocorreram nos últimos tempos no Paquistão, na Índia, na Indonésia, e até no Irão. Há, em particular, um problema muito sério com o modo como a China e a Rússia lidam com crises humanitárias. Todos se referem ao crescimento, à expansão e ao aumento de poder da China e da Rússia, mas poucos notam a absoluta indiferença destes dois países perante problemas humanitários internacionais. E esta indiferença está igualmente presente nas opiniões públicas como nos governos dos dois países.


Nos últimos tempos, muitos observadores têm notado que uma das vantagens comparativas da China em África é o seu pragmatismo em relação a questões de democracia e de direitos humanos. Ao contrário do Departamento de Estado norte-americano, Pequim não demonstra qualquer tipo de preocupação com assuntos humanitários. O zelo norte-americano, de resto partilhado em muitos aspectos pela União Europeia, pode fazer perder alguns negócios, mas dará sem dúvida algum contributo para o progresso da justiça internacional. Corre-se hoje um risco nas capitais ocidentais. O voluntarismo em relação à promoção da democracia, a que muitos associam alguns dos erros mais graves cometidos no Iraque, pode ser substituído por um excessivo cinismo. Não só é necessário encontrar um equilíbrio entre a realpolitik e o idealismo, como fazer a distinção entre uma estratégia utópica de promoção da democracia com a preocupação em responder a crises humanitárias. Ninguém tenha dúvidas. Qualquer tipo de progresso humanitário neste mundo depende essencialmente dos países ocidentais. As chamadas novas grandes potências, tão elogiadas por muitos, estão apenas preocupadas com o seu poder e com a sua riqueza. A operação humanitária é um conceito que não faz parte das suas estratégias de expansão.

João Marques de Almeida, Director do Instituto de Defesa Nacional
in Diario Economico Online.

sábado, junho 17, 2006

A banalização da bandeira, "nacional"?!

Como consequência das estratégias de marketing de algumas empresas nacionais e estrangeiras, ou por causa de uma euforia cíclica ligada às competições futebolisticas, penso que é redutor reduzir o conceito de nação a um universo em que a selecção portuguesa de futebol é o centro.
Não sou particularmente adepto da actual bandeira nacional, pois esteve ligada a regimes autoritários (o do Partido Republicano e o Estado Novo) durante 64 anos. Se olharmos para o verdadeiro simbolismo da bandeira, esta para além de evocar um campo ideológico de esquerda tem um cariz maçónico, sendo que a única coisa que se manteve autêntica e desprovida de um cariz revolucionário foi o Brasão Nacional.
Por fim penso que a bandeira que melhor respeitaria a história nacional seria aquela em tons de azul e branco, claro que adaptada ao regime republicano seria apenas desprovida da coroa que se encontra por cima das Armas Nacionais.

Acho interessante um artigo de António Costa Pinto sobre esta temática:


A bandeira nacional

A bandeira portuguesa está aparentemente a ser apropriada pelo desporto de massas e pelos directores de marketing da banca e dos jornais, multiplicando-se as hesitações legais e políticas sobre esta movimentação. Agora que este símbolo nacional aparece nas casas ao apelo de treinadores de futebol, com cantos de publicidade a jornais e bancos, rebelam-se alguns contra esta banalização, mas nem o problema é simples nem a solução evidente.A bandeira portuguesa é recente e a I República não teve tempo de a "nacionalizar", apesar dos milhares de mortos portugueses na Grande Guerra de 1914-18. Foi a longa duração do Estado Novo que acabou por enraizar as quinas em verde e vermelho nos rituais de Estado, com a sua presença sempre vigilante nas próprias organizações paramilitares do regime, como a Legião e a Mocidade portuguesas e sobretudo nas Forças Armadas. Apesar dos "10 de Junho" da Guerra Colonial e de algumas manifestações com bandeirinhas à espera do almirante Tomás, no entanto, raramente a bandeira se aproximou do povo. A ditadura acreditava pouco nas virtudes da apropriação popular da bandeira, cultivando a reverência e a autoridade, não fosse a oposição republicana e comunista, que também a usava, ser matraqueada na rua com ela na mão.A bandeira raramente foi tema de polarização política durante a ditadura, apesar de entre o reduzido mundo político do final dos anos 60 ter ficado célebre a propaganda (falsa) da ditadura de que Mário Soares teria lá posto o pé numa manifestação anti- -Estado Novo em Inglaterra. A seguir à queda da ditadura, mesmo com a parte vermelha a querer sobressair em 1975 e a ser dobrada nas colónias, também esta não polarizou grande coisa. O mesmo se podendo dizer da coabitação pacífica entre o vermelho e verde e o prestigiado azul da União Europeia, esta última sempre presente em cada nova estrada e centro de saúde nos anos 80.Foi preciso chegar ao futebol em acalmia democrática para que o uso da bandeira se democratizasse, adquirindo um tom festivo e pouco chauvinista. De todos os usos que dela foram feitos talvez seja este o mais benigno e, mesmo que associada à abertura de uma conta bancária, não é de crer que faça mal a alguém.
António Costa Pinto
Professor universitário
in D.N. online

sexta-feira, junho 16, 2006

Cimeira da UE sem grandes decisões


Os líderes europeus decidiram adiar até 2008 as decisões sobre a constituição e não adoptar formalmente a capacidade de absorção da UE, como critério para futuras adesões.

A expansão da UE foi um dos temas que levou holandeses e franceses a votar contra o projecto.

O chanceler austríaco Wolfgang Schussel sublinhou que a capacidade de absorção da Europa já estava implícita, por exemplo,durante as conversações para a candidatura turca e afirmou que, "aquilo que importa hoje, é que a Comissão vai agora definir pela primeira vez em que é que consiste essa capacidade de absorção? o que, na minha opinião, vai ser útil a uma opinião pública por vezes céptica. Isso não se fará rapidamente, sem ter em consideração as consequências de um futuro alargamento, mas far-se-á para que o alargamento seja de uma maneira geral melhor preparado".

Assim, os critérios formais de adesão mantêm-se os mesmos estabelecidos em Copenhaga em 1993.

No final do encontro, o presidente da Comissão Europeia Durão Barroso mostrou-se optimista ao declarar: "nós subimos um degrau, de um período de reflexão estamos a chegar a um período de compromisso activo para atingir um acordo institucional e também de conquista política".

Agora resta a expectativa quanto às propostas alemãs quando Berlim presidir à União Europeia na primeira metade de 2007.

Mas também a esperança que as próximas eleições francesas e holandesas em Maio do mesmo ano possam instalar uma atmosfera política mais favorável ao Tratado Constitucional Europeu.

in euronews.net

terça-feira, junho 13, 2006

A França e a Europa





Tem sido recorrente, o alto nível de importância para os nossos cursos e para o interesse geral, dos artigos que João Marques de Almeida tem vindo a publicar no Diario Economico. Antes falou-nos do Islão/Ocidente e agora fala-nos do passado e futuro da Europa.
E por isso continuo a disponiblizar aqui no blog para aqueles que não tiveram oportunidade de ler no Jornal.


A França e a Europa

Como pode uma França mais fraca, numa Europa maior, voltar a ser um país central na construção europeia? Esta é uma das questões decisivas para o futuro da Europa. Neste momento, a França já não tem o poder para liderar, como fez até ao Tratado de Nice, mas possui a força suficiente para paralisar a União. A reconciliação dos franceses com a Europa exige, por um lado, uma nova política europeia e, por outro lado, alterações doutrinais nos principais partidos políticos. Não será nada fácil, mas não há nenhum atalho para encurtar o caminho. A primeira exigência pode ser reduzida a uma fórmula simples: a política europeia de Paris deve regressar a Monnet e abandonar De Gaulle. Para se entender esta afirmação, é necessário questionar a ‘versão convencional’ da história da integração europeia. Quando se refere a importância dos “Pais Fundadores” da integração europeia, sublinha-se a linha de continuidade entre a sua visão e os subsequentes momentos decisivos da construção europeia. As propostas iniciais de Monnet e de Schuman teriam que levar ‘necessariamente’ ao Tratado de Roma, o qual por sua vez estava condenado a culminar na Acto Único e na União Monetária, e o aprofundamento da integração europeia exigiria, ‘naturalmente’, a União Política e uma ‘Europa social’. Esta visão teve duas consequências muito negativas para as análises e os debates sobre a integração europeia. Em primeiro lugar, despolitizou a construção europeia, desvalorizando os confrontos entre diferentes interesses políticos. Depois, reduziu os conflitos doutrinais e ideológicos à oposição entre europeístas e anti-europeístas, ignorando assim as rupturas entre os diversos europeísmos, esta sim a questão crucial. Se colocarmos a política no centro da construção europeia e se aceitarmos a pluralidade das visões europeias, percebemos que De Gaulle não foi um herdeiro de Monnet. Este e Schuman foram dirigentes de uma França fraca, estavam, antes de mais, preocupados com a preservação da paz na Europa e eram genuinamente internacionalistas. A fraqueza da França e a paz europeia levou-os a aceitarem uma Europa com uma forte dimensão supranacional e assente no princípio da igualdade entre os Estados. O internacionalismo resultou na defesa de uma Europa aberta, atlântica e apoiada no funcionamento de um grande mercado regional. Em 1957, com a assinatura do Tratado de Roma, eles e os seus parceiros europeus acreditaram que tinham criado aquela Europa. No entanto, a visão dos Pais Fundadores ficou muito enfraquecida com o fim da IV República francesa. Logo em 1945, De Gaulle afirmou que “a grande causa da França é reconstruir o seu poder e recuperar a sua grandeza”. Quando regressou ao poder, em 1958, e iniciou a V República, foi para prosseguir a “grande causa”. De resto nunca escondeu a sua opinião negativa da construção europeia. Em 1954, os “Gaullistas” ajudaram a chumbar, na Assembleia francesa, a Comunidade de Defesa Europeia e, em 1957, votaram contra a ratificação do Tratado de Roma. Com De Gaulle na Presidência, a integração europeia deixou de ser uma solução para a fraqueza da França e transformou-se num instrumento da grandeza francesa. Por outro lado, o internacionalismo de Monnet e de Schuman deu lugar ao nacionalismo Gaullista. Para o general, a reconstrução europeia começou verdadeiramente com a assinatura do Tratado bilateral franco-alemão em 1963. A “Europa Gaullista” deveria ser uma pequena Europa subordinada à aliança franco-alemã, a qual por sua vez seria liderada por Paris. Assim, e de acordo com a lógica da aliança bilateral, De Gaulle impediu a entrada do Reino Unido na Comunidade Europeia e fez tudo para enfraquecer a Comissão. Os sucessores do General permitiram a adesão de Londres e alteraram a sua posição em relação à Comissão, mas no essencial continuaram, incluindo o único Presidente socialista, François Mitterrand, fieis à visão Gaullista. A fidelidade deve-se a uma razão muito simples: a grandeza da República e do Presidente estava profundamente ligada ao poder e à liderança da França na Europa. De um modo dramático, o fim da divisão da Alemanha e o alargamento da União acabaram com a visão Gaullista. A história raramente se engana nas suas ironias e não foi por acaso que o Presidente Chirac deixou de ser o símbolo da vontade colectiva do povo francês, um dos traços distintivos da V República, num referendo sobre a Europa. A nova Europa e a República Gaullista não pertencem ao mesmo mundo.Chegamos agora à segunda exigência. Como demonstram os últimos episódios da política francesa, o ‘nacionalismo anti-internacionalista’ continua a ser uma ideologia dominante, principalmente entre os principais partidos políticos. Em termos partidários deram-se três grandes transformações entre as IV e V Repúblicas. À direita, os partidos Gaullistas tornaram-se as principais forças políticas, e a democracia-cristã quase desapareceu. À esquerda, o Partido Socialista, que resultou da união de várias esquerdas não-comunistas, passou a ser o principal partido. Convém lembrar que os Gaullistas votaram por duas vezes contra a “Europa de Monnet”, apoiada pelos democratas-cristãos. Os socialistas dividiram-se nas duas votações dos anos de 1950, tal como aconteceu em 2005. Ou seja, enquanto a visão europeia de Monnet foi defendida por uma família política quase desaparecida, os principais partidos hoje ainda se revêem numa Europa que já acabou: a “Europa Gaullista”. Em grande medida, a resposta à questão inicial depende da resposta a uma segunda questão: conseguirão os principais partidos franceses aceitar uma visão da Europa contra a qual votaram na década de 1950? Esta questão é ainda mais relevante quando se percebe que a Alemanha da Chanceler Merkel se reconhece na “Europa de Monnet”. É neste contexto que se vai ter que resolver o confronto entre o Sim alemão e o Não francês ao Tratado constitucional.
João Marques de Almeida, Director do Instituto de Defesa Nacional
in Diario Económico

segunda-feira, junho 12, 2006

Mudanças no Blog

Devido às recentes confusões acerca do uso dos poderes administrativos no Blog e às constantes alterações aos posts, determinou-se que a partir de hoje, e até à realização de nova Assembleia Geral onde se discutirá este tema, todos os poderes administrativos foram revogados, ficando tão só esta conta original com tais poderes.
Assinado,

A Direcção do CEPRI

domingo, junho 11, 2006

sábado, junho 10, 2006

Presidente pede mais acção aos cidadãos


O Presidente da República quer que os portugueses se unam para construir um país melhor. No discurso oficial do 10 de Junho, no Porto, Cavaco Silva reafirmou a necessidade um maior investimento na recuperação social e económica. O Chefe de Estado diz mesmo que a responsabilidade no futuro do país é de todos os portugueses.

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, pediu hoje aos portugueses para não se resignarem face às dificuldades do país, ao discursar na sessão solene do Dia de Portugal, realizada no Porto. "Isso seria indigno do nosso passado, um desperdício do nosso presente e o adiar do nosso futuro", alertou.

Na sua intervenção no edifício da Alfândega do Porto, Cavaco Silva disse pretender "interpelar directamente" os portugueses, para os exortar "a reflectir sobre o que desejam e o que se dispõem a fazer" pelo país. "Ambicionamos um país mais rico e mais justo, uma sociedade que não seja atravessada por tantas assimetrias e desigualdades, um território mais equilibrado no desenvolvimento de todas as suas parcelas", sublinhou.

Cavaco Silva recusou a ideia de se comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades como "um ritual passadista", mas considerou que o país pode colher lições na "insatisfação colectiva" e na "coragem para enfrentar dificuldades" evidenciada nas descobertas marítimas de há cinco séculos. "Sem ela [a coragem] teríamos ficado reféns da resignação", sublinhou, para apelar depois para que os portugueses "não se deixem vencer pelo desânimo ou pelo cepticismo".

Noutro ponto do seu discurso, o Presidente da República pediu aos portugueses que corrijam "uma certa tendência para atribuir aos outros muito daquilo" que acontece e que desistam da ideia de que o "Estado é, para o bem e para o mal, a raiz e a solução de todos os nossos problemas". Alertou ainda para as exigências determinadas pela globalização, mas referiu que "as condicionantes" que o país enfrenta e que "colocam novas exigências" não impediram a realização das "justas ambições" dos portugueses. "Num mundo cada vez mais interdependente, globalizado e competitivo, vivemos cada vez mais dependentes de nós próprios, do nosso trabalho, da capacidade de defenderemos os nossos interesses no plano externo", assinalou.

Referindo-se à escolha do Porto para as comemorações do 10 de Junho deste ano, o Chefe de Estado referiu: "Aqui existe vontade granítica de triunfar". Antes da cerimónia na Alfândega do Porto, o Chefe de Estado assistiu a um desfile militar na zona litoral da cidade e sublinhou, na altura, o seu "profundo respeito" por umas Forças Armadas cujo papel "nem sempre" tem sido reconhecido. Cavaco Silva, que por inerência é o comandante supremo das Forças Armadas, destacou particularmente o envolvimento dos militares na revolução de 25 de Abril de 1974 e na intervenção de 25 de Novembro do ano seguinte.

Este envolvimento, disse, "trouxe a Portugal a democracia, a liberdade, o Estado de Direito, o respeito da comunidade internacional e a plena integração no espaço europeu". O Presidente destacou ainda o papel das Forças Armadas em missões internacionais e na realização de tarefas essenciais para o bem-estar das populações, numa alusão ao envolvimento da Engenharia Militar em trabalhos para a sociedade civil.
In SIC

Austrália na NATO???



Os amantes das teorias da conspiração devem-se ter regozijado com as declarações do nosso Ministro de Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral no início desta semana, quando afirmou por duas vezes que a Austrália era membro da NATO.
Para todos aqueles que acreditam que esta organização é mais um dos instrumentos de opressão do Governo americano, sempre pronto a colonizar qualquer país rebelde, este "erro" do Ministro deve ter sido a confirmação de que efectivamente a NATO já controla todos os cantos do mundo.
O mais impressionante é que aparentemente ninguém no MNE foi a tempo de prevenir que Freitas repetisse a calinada de pôr um país do Pacífico Sul no Atlântico Norte.

Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades e da Selecção?




Um pouco por todo o país se festeja efusivamente mais um aniversário do 10 de Junho, o dia de Portugal.

Senão vejamos:

-A Presidência da República escolheu este ano o Porto para celebrar este dia, mas colocou um site na internet com todas as informações, discursos, depoimentos, imagens, programa dos festejos etc...

-O famoso e multi-milionário portal Google, colocou na sua página o símbolo de Portugal.
Uma homenagem que agradecemos e que muito honra o nosso país.

-Por fim, já a alguns dias, está no Rossio uma vaca inserida no programa Cowparade, pintada com as cores da bandeira de Portugal. Mas é importante este exemplo para percebermos a imagem que estamos a passar para a geração seguinte:

-Oh pai! Pai! Olha ali a vaca da selecção!!!

sexta-feira, junho 09, 2006

"Fairy-tale".


Perante a actual crise em Timor Leste, achei interessante um artigo de Paul Kelly (jornalista australiano) sobre esta problemática. Permite-nos perceber melhor o panorama circunstancial de Timor em 1975, o passado e o presente de Mario Alkatiri, e enfim os interesses australianos na região.
A maior lição a tirar pelos Australianos e Portugueses é que Timor Leste, nunca foi um conto de fadas, ao contrário do que se pensava em 1999. Para ajudar a perceber esta noção recorro ao Cambridge Dictionary: Fairy-tale - having a special and charming or beautiful quality, like something in a fairy-tale.



AUSTRALIA'S necessary military intervention in East Timor is now hostage to the political divisions and constitutional deadlock that have been played out during the past week. This should end the romantic and unrealistic view of East Timor that has shaped Australia's public debate since the 1975 Indonesian invasion, driven relentlessly by Australia's media. The ministries in Jakarta will be rocking with laughter this week. In seven short years East Timor has ceased to be Indonesia's problem and has become Australia's problem.
Consider these harsh truths. The reason Indonesia invaded East Timor 31 years ago (having previously ignored the territory) is because Jakarta had no faith whatsoever that an independent East Timor in 1975 would have been other than a divided, unstable, pro-Marxist entity, chronically weak after its brief civil war, yet resistant to Indonesian leverage and susceptible to penetration by other powers in an Asia where Vietnam had fallen to communism six months earlier.
Of course, being right about East Timor in 1975 justified neither Indonesia's invasion nor its subsequent brutality. It confirms, however, that East Timor's story has been more complex than the fairytale spun for Australians for so long.
Consider that Foreign Minister Jose Ramos Horta in 2002 said of the East Timorese performance in 1975 "that we were inexperienced, immature and stupid", that the civil war was a blunder and that Fretilin's unilateral declaration of independence in November 1975 was a "tactical political error". Indeed, it made Jakarta's invasion inevitable. One of the ministers in that brief Fretilin government was Mari Alkatiri who, 31 years later, is Prime Minister in another East Timorese government subject to military intervention.
This time Australia, as a friend, has been invited in by East Timor in contrast to Indonesia's 1975 invasion. Australia does not "own" East Timor in the way that Indonesia did, but Australia has prime responsibility for East Timor and, frankly, if this can be discharged successfully over the next five years then Australia will be fortunate.
The chief difficulty has been on display all week. Australia underwrites police and military security in East Timor yet it cannot dictate the domestic political outcomes on which any enduring stabilisation of the country depends. We have responsibility without power.This means Australia must devise a new strategy for dealing with East Timor.East Timor's epic political struggle this week between President Xanana Gusmao and Alkatiri was resolved in a compromise that favoured Alkatiri, who heads the anti-Australian Mozambique clique.
Alkatiri's survival is an immense political obstacle for Australia in seeking to shape East Timor's future.
At the time of Australia's military intervention, the Howard Government knew East Timor's political crisis was reaching a climax. John Howard and Foreign Affairs Minister Alexander Downer knew the game plan was for Gusmao to remove Alkatiri and for Ramos Horta to become acting prime minister. In this struggle Gusmao examined both options: forcing Alkatiri's resignation and sacking him under the constitution.
Alkatiri survived for three reasons. There were doubts over the President's constitutional power to dismiss him. There was support for Alkatiri from Fretilin parliamentarians who feared his removal would be tantamount to an admission the violence was Fretilin's fault. And there was fear that Alkatiri, if removed, would mobilise sections of the armed forces on his behalf, only escalating the crisis. Australia had intelligence giving credence to this risk.
The upshot was a disputed compromise between Gusmao and Alkatiri in which the President declared a state of emergency, took control of the armed forces and internal security from Alkatiri and saw the resignation of two of Alkatiri's supporters, Interior Minister Rogerio Lobato and Defence Minister Roque Rodrigues. When Alkatiri disputed the details of this compromise, he told the ABC that if Fretilin rallied for his support "we will get up to 100,000 or more people in the streets", an ominous warning.
At least the thwarted Ramos Horta was good for a joke. Asked whether Alkatiri's resignation has been considered during the talks he said that "it has been looked at by everybody else in the country".
Alkatiri's survival entrenches the split within the armed forces. East Timor's rebel military leader, Major Alfredo Reinado, has no trouble with the Australian troops but demands, in effect, Alkatiri's resignation as the price for a settlement.
"You can't deal with a criminal," Reinado told the ABC's AM program. "Mari Alkatiri is responsible for so many criminal acts that have happened in Dili."The Australian intervention is achieving its primary purpose in stabilising the situation, but Australia cannot solve East Timor's political crisis, and without this solution the security situation will remain fragile.
Meanwhile, cabinet's National Security Committee has endorsed an Australian military-civilian strategy for East Timor's future based on a paper from Downer.
This envisages that Australia will control military security in the short term through the Australia-led coalition that now exists and influence East Timor's military structure in the long run. The aim is to minimise the influence of the UN or other nations, notably Portugal, on East Timor's military structure.Downer believes the worst decision the UN took at East Timor's independence was to agree to the creation of an army. This was demanded by Fretilin to employ its resistance fighters from the old Falantil banner. This army is no protection against Indonesia or Australia but it does pose a danger to the East Timorese people: witness the rebellion and the politicisation of the military.
However, Australia's preference will be hard to achieve: it is a gendarmerie model that combines the military and police.
The lesson Australia has drawn from the intervention is that its security views cannot be marginalised any longer as they were ignored at the time of independence. The feature of East Timor's brief history is that Portugal has exercised more influence than Australia, notably on its language, constitution and institutions. This is one of the reasons for its failure. It is obvious that as ultimate security guarantor, Australia must exert a greater authority.
At the same time Australia wants a stronger UN civilian role in East Timor's governance, its civil service and its police. Australia will support a UN police presence to assist in keeping law and order and in training the East Timorese police.
East Timor constitutes a new challenge for Australia as a regional power. This intervention has a significance beyond its immediate stabilisation objectives. It will test Australia's diplomatic and political skills and its commitment to bolster a deeply fragile neighbouring state. Australia's intervention was necessary because the East Timor national experiment had failed and that experiment must be renewed. Australia has a decisive role but it cannot substitute for East Timor's leaders, the real heart of the problem.
Paul Kelly
in The Australian.

A QUESTÃO DE TIMOR



Esteve esta quinta feira à noite na SIC Notícias, o Prof. Paulo Gorjão do Departamento de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Lusíada de Lisboa, a comentar os actuais desenvolvimentos relativamente à política interna e política externa de Timor-Leste, passando pela análise ao papel de Portugal, Nações Unidas, Austrália entre outros.

De salientar que o Prof. Paulo Gorjão tem um vasto conhecimento científico e pessoal da região de Timor, é autor do estudo “O fim de um ciclo: as políticas externas da Austrália e de Portugal em relação a Timor-leste” e tem dedicado inúmeros comentários, desde a primeira hora do conflito, na sua página na Internet Bloguitica.

O C.E.P.R.I. quer assim dar os parabéns e congratular o Prof. Paulo Gorjão pela excelente análise do tema que tem desenvolvido, e do seu contributo para o esclarecimento nacional de uma questão que está efectivamente na ordem do dia.

domingo, maio 28, 2006

Brasil - prisioneiros no poder?????

Todos sabemos que a situação no Brasil não é a melhor.

Recebi um e-mail que achei interessante, porque apesar de ser a gozar consegue espelhar bem o descontentamento da população brasileira relativamente à classe política:


"Nosso amigo Marcola provou ser o melhor administrador que já surgiu em São Paulo, e diria até mesmo no Brasil. Deveria estar concorrendo ao prêmio de melhor administrador público do ano!!! "

"Por isso, resolvemos iniciar a sua campanha para as eleições de 2006
Começa hoje a campanha MARCOLA GOVERNADOR!
Vamos aos fatos:


1) PCC já tem nome de Partido... poderia muito se chamar... Partido que Comanda a Capital. 2) Os candidatos seriam: Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, e vice Orlando Mota Júnior, o Macarrão. Vereadores, Deputados Estaduais e Federais tmb estariam na parada, afinal são inúmeros os integrantes da facção.

3) Contariam com uma expressiva qtdade de votos, pois os presos na democracia q vivemos tmb votam (presos me refiro aos da cadeia e não nós que estamos presos dentro de casa).

4) Em apenas poucos dias no poder de São Paulo, o "partido" conseguiu façanhas q nenhum governador ou prefeito fez. Segue alguns exemplos:

4a) Na terça-feira reduziu sensivelmente o trafego em São Paulo, o congestionamento foi mínimo mesmo sem o sistema de rodízio na cidade.

4b) Conseguiu reduzir a carga horária de trabalho em todos os segmentos de atuação. Isso é coisa q nem o presidente da republica conseguiu. E mais, sem com isso reduzir o valor do pagamento no final do mês.

4c) Nenhum camelo trabalhou na cidade. As ruas estavam limpas e completamente tranquilas.


4d) Conseguiu levar o pessoal do Direitos Humanos para as cadeias, para acompanhar velórios e levantar a bandeira e dizer... "Preso tmb é gente! Estamos aqui pra ajudar!!!

4e) Conseguiu fazer com q os policiais realmente fizessem jus ao seu salário, com um patrulhamento ostensivo, atendimento rápido e com força máxima.

4f) Conseguiram mobilizar os deputados a aprovarem leis mais brandas aos bandidos, coisa q ha anos estava parada e ninguém teve peito de chamar a responsabilidade.

4g) Aumentou o poder da fé e da religiosidade em inúmeras pessoas. HJ estamos precisando disso, e os jovens cada vez mais perdidos. Por isso q eu digo a fé move montanhas... precisamos orar, rezar e agradecer. Qtas pessoas não fizeram isso cada vez q o filho, mãe, pai, marido ou esposa chegava em casa são em salvo? Da-lhe Marcola... aumentou muito a fé nas pessoas nesses seus primeiros dias de mandato em SP.

4h) Segunda-feira muitos puderam reunir a família e Jantar junto! Ha qto tempo isso não era possível? A correria do dia-a-dia, a faculdade, o trabalho, enfim, inúmeros afazeres... mas segunda-feira foi diferente. Todo mundo junto! Graças ao nosso candidato Marcola!

5) Bom... é isso! Ladrão por ladrão vote no mais sincero. Afinal, esse assume seus atos sem precisar de CPI!


AFINAL, SE DA CADEIA ELE CONSEGUIU ADMINISTRAR UM ESTADO INTEIRO E APENAS PELO CELULAR. IMAGINE SE FICAR NO GABINETE QUANTAS COISAS SERÁ POSSÍVEL FAZER!!!! ISSO QUE É PROFISSIONAL!"

Dom Alberto João no seu Melhor


"Nós somos portuguses porque queremos ser. Lisboa aqui não risca nada!"
Estas duas frases, proferidas pelo sr João Jardim, na abertura do congresso do PPD/PSD Madeira são reveladoras de um desprovimento completo do sentido de Estado e de Nacionalidade. Revelam apenas a dependência financeira total por parte do continente. De salientar que no momento estava presente e tinha até discursado em conformidade um outro senhor que partilha das anteriores características, Dr. Marques Mendes. Ora, não ficará o presidente do PPD/PSD (o de Lisboa) preocupado com as declarações públicas do líder do PSD Madeira? Não há ninguém que diga áquele senhor que um tanto de moderação lha ficava muito bem? Não deverá haver uma palavra da parte do Presidente da República em realção a este tipo de declarações? Com este tipo de posições, que considero despropositadas num Estado unitário como Portugal, só me ocorre propôr a auto-determinação da República da Madeira. Democrática ou Popular, ver-se-á depois!

quinta-feira, maio 25, 2006

"Roteiro para a inclusão".

De facto, a eleição de Cavaco Silva foi extremamente importante para o aumento da credibilidade da democracia portuguesa, pelo facto de, embora somente passados 30 anos, surgir um presidente de Direita.
Para a semana o presidente vai iniciar o seu "roteiro para a inclusão" que pretende contribuir para a diminuição da pobreza, causa que definiu como prioritária no discurso de 25 de Abril. Nessa altura vi teimosamente o Bloco e o PCP não aplaudirem o presidente e ouvi muitos a dizerem que o discurso do Cavaco era de Esquerda.
Mas será que ainda ninguem tinha percebido que a Direita também tem esse tipo de preocupações!? Foi por isso certamente que os partidos da extrema-esquerda incrivelmente ainda presentes no nosso parlamento decidiram não aplaudir. É que estava a ser lhes retirado algo que achavam que era exclusivo da esquerda: a justiça social. Desde o 25 de Abril, que a Esquerda, pretende confundir o regime autocrático do Estado Novo com a Direita democrática fazendo demagogia!
Na Direita, existe um método diferente de aplicar a justiça social, onde a sociedade cívil tem um papel fundamental, deixando o Estado de ser a resolução de todos os problemas. Ou seja existe a responsabilização do indíviduo, fazendo com que a solidariedade social não se esgote somente no pagamento de impostos.
Recorrentemente a Esquerda vê nos pobres um pretexto para criticar os ricos, mas esquece-se que não foi na União Soviética mas sim nos países mais ricos onde se encontrou maior justiça social.
Felizmente, hoje, a disputa eleitoral faz-se entre o PS e o PSD, mas é questionavel a razão de ser dos votos de 14% dos eleitores, já agora se desejam tanta pluralidade porque não legitimar igualmente os partidos de extrema-direita?..
Espero que hoje os partidos do centro redefinam as suas linhas ideológicas (aliás o PS devia-se chamar PSD pois apresenta um projecto social democrata, e o PSD devia-se chamar PPD pois representa melhor a sua posição ideológica) e permitam a existência de opiniões divergentes dentro dos seus partidos, é definitivamente saudável o debate interno, assim como é saudável no debate político em Portugal acabar acabar com a velha ideia da demonização da Direita!