Observando a tendência da ordem unipolar do pós- Guerra Fria se tornar gradualmente numa ordem multipolar, a Índia assume-se como uma das grandes potências que no século XXI irá no contexto de um equilíbrio de poderes, concertar posições com os EUA e as outras grandes potências do sistema internacional como a China, Japão, União Europeia, Brasil e Rússia.
Actualmente a Índia assume-se como a primeira potência mundial fora do Ocidente, que é simultaneamente uma democracia, um Estado multi-étnico e multireligioso, poderosa economicamente e culturalmente vibrante. Ou seja, tem todas as condições para se sobrevalorizar em relação ao seu rival regional, a China, porque consegue exercer mais Soft Power junto dos outros Estados do sistema internacional. Para além desta vantagem, tem também um vasto território, amplos recursos energéticos disponíveis e uma elevada demografia que proporciona simultaneamente mão de obra barata e altamente qualificada.
Ao nível do Hard Power é de salientar que a Índia não é signatária do Tratado de Não-Proliferação de 1968. Em 1974 concretizou o primeiro teste nuclear e em 1998 realizou outro teste em simultâneo com o Paquistão, o que originou sanções económicas por parte da comunidade internacional. No entanto, em 2005 foi assinado um Pacto Nuclear entre os EUA e a Índia, o que veio consagrar a Índia enquanto potência nuclear e reforçar o poder da mesma na região.
Segundo C. Raja Mohan, membro do Departamento de Segurança Nacional da Índia, a estratégia indiana desde o final da Guerra Fria, para obter o estatuto de grande potência, divide o mundo em três círculos concêntricos. O primeiro diz respeito aos países que partilham fronteiras com a Índia, em que esta procurou estar sempre numa situação de supremacia e afastar as influências de terceiros sobre esses países. O segundo estende-se desde os países fronteiriços, passando pela Ásia até ao litoral do Oceano índico. Aqui a Índia tentou balançar a sua influência com outras potências exteriores a fim de preservar os seus interesses na região. Por fim, o terceiro círculo inclui todo o globo, onde a Índia tenta assumir o seu lugar enquanto grande potência e actor fundamental para a paz e segurança internacionais.
Actualmente a Índia assume-se como a primeira potência mundial fora do Ocidente, que é simultaneamente uma democracia, um Estado multi-étnico e multireligioso, poderosa economicamente e culturalmente vibrante. Ou seja, tem todas as condições para se sobrevalorizar em relação ao seu rival regional, a China, porque consegue exercer mais Soft Power junto dos outros Estados do sistema internacional. Para além desta vantagem, tem também um vasto território, amplos recursos energéticos disponíveis e uma elevada demografia que proporciona simultaneamente mão de obra barata e altamente qualificada.
Ao nível do Hard Power é de salientar que a Índia não é signatária do Tratado de Não-Proliferação de 1968. Em 1974 concretizou o primeiro teste nuclear e em 1998 realizou outro teste em simultâneo com o Paquistão, o que originou sanções económicas por parte da comunidade internacional. No entanto, em 2005 foi assinado um Pacto Nuclear entre os EUA e a Índia, o que veio consagrar a Índia enquanto potência nuclear e reforçar o poder da mesma na região.
Segundo C. Raja Mohan, membro do Departamento de Segurança Nacional da Índia, a estratégia indiana desde o final da Guerra Fria, para obter o estatuto de grande potência, divide o mundo em três círculos concêntricos. O primeiro diz respeito aos países que partilham fronteiras com a Índia, em que esta procurou estar sempre numa situação de supremacia e afastar as influências de terceiros sobre esses países. O segundo estende-se desde os países fronteiriços, passando pela Ásia até ao litoral do Oceano índico. Aqui a Índia tentou balançar a sua influência com outras potências exteriores a fim de preservar os seus interesses na região. Por fim, o terceiro círculo inclui todo o globo, onde a Índia tenta assumir o seu lugar enquanto grande potência e actor fundamental para a paz e segurança internacionais.
No âmbito económico, desde os finais dos anos 80 que se assiste à liberalização da Índia e evolução da mesma para uma economia de mercado. A população jovem indiana altamente qualificada abraçou o conhecimento das novas tecnologias, tornando o país num dos maiores centros de alta tecnologia a nível mundial. Bangalore, onde estão instaladas numerosas empresas de computadores e tecnologias de informação é considerada a segunda Silicon Valley mundial. No entanto, a par do desenvolvimento e do crescimento da classe média na Índia, existem casos de extrema penúria. Um terço da população vive abaixo do limiar da pobreza.
No sentido de procurar afirmar o estatuto de grande potência mundial, a Índia integra o grupo do G4 (Japão, Índia, Brasil e Alemanha). Conjunto de nações que pretendem se tornar membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
No quadro geopolítico regional a Índia poderá controlar a ascensão da influência da China na Euroásia. Este facto, a sua proximidade ao Afeganistão e o combate aos radicais islâmicos em Kashmir e Jammu poderá resultar numa cooperação mais próxima com Washington.
Considerando a fábula da lebre e a tartaruga, a rápida emergência de uma China “semi-totalitária”[1] (a lebre) concorre com os benefícios a longo-prazo do facto de a Índia (a tartaruga) ser uma democracia, valorizada pelo Estado de Direito e avançados mercados de capital. A estabilidade das instituições democráticas liberais indianas assume-se assim como o factor chave de sucesso na corrida por um lugar predominante no palco das grandes potências mundias do século XXI.
Bibliografia
BENDERSKY, Yevgeny; India: A Rising Power, in Power and Interest News Report, http://www.pinr.com/report.php?ac=view_report&report_id=198&language_id=1, 2008
MOHAN, Raja C; India and the Balance of Power, in Foreign Affairs, July/ August 2006
VARSHNEY, Ashutosh; India’s Democratic Challenge, in Foreign Affairs, March/ April 2007.
[1] O termo semi-totalitarismo é aqui utilizado porque em certas regiões da China o Estado actua de forma totalitária, como por exemplo no Tibete. E noutras zonas de forma autoritária, caso de Hong Kong.
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