domingo, dezembro 30, 2007

Que Rússia temos hoje?

http://www.nytimes.com/packages/html/world/20071201_RUSSIA_FEATURE/index.html

Os 3 minutos do audio-slide show que se encontra no New York Times sobre a Rússia, resumem na perfeição a Rússia que temos hoje. A Rússia de hoje é a Rússia de Putin. E o que isso significa?

Uma autocracia musculada, um nacionalismo saudosista em relação ao passado soviético e um capitalismo selvagem.

A palavra que melhor se adapta ao fenómeno da Rússia de Putin é: "ressurgência". A Rússia será como sempre foi, um major player nas Relações Internacionais. O papel da Rússia na ordem internacional estará dependente não só da eficácia da NATO e da evolução do processo de integração da UE, mas também do tipo de relações que mantiver com outro país que "ressurge" há 50 anos: a Alemanha.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Benazir Bhutto, R.I.P. (by Francis Fukuyama)

I find myself greatly saddened by the news of Benazir Bhutto’s assassination. I met her for the first time when we took a class together on Middle Eastern Politics at Harvard, while she was still an undergraduate. I saw her twice since then, both occasions on visits to Dehli in December 2003 and then again last March.

The event in March was an India Today conclave where she, along with the Indian Prime Minister, Manmohan Singh, was a keynote speaker. She gave a real stemwinder of a speech, attacking Musharraf’s dictatorship for failing to crack down on al-Qaida and terrorism, and urging a return to democracy as the only way to deal with extremist Islam. She talked about wanting an open or “soft” border with India and broader economic cooperation between the two countries, and said that she was deeply embarrassed by the way that her country was associated with terrorism by the rest of the world. She said she wanted the United States to be consistent in its support for democracy, and to realize that its security interests were better served by a democratic government in Pakistan. After the dinner she called me over to her table and said she had read my latest book, and noted that the neocons wanted good things like democracy and human rights, and that it was important not to give up on those goals.
Benazir was a powerful speaker, and was most impressive handling questions. During the 2003 event the Indian audience was at times hostile, and at one point the former Chief of Staff of the Indian Army asked her point blank as to whether she had ever supported terrorism in Kashmir while she was Prime Minister. She swore that she had not, an assertion that met with skepticism by some of the Indians in the audience. But she was quite possibly telling the truth, since she as Prime Minister never fully controlled the Army or the Inter-Services Intelligence (ISI) organization that was responsible for many of the attacks there and in Afghanistan. During the March event the Indian audience was completely won over by her; my host noted how courageous she was to be giving that kind of speech in Dehli. She obviously made a lot of enemies in her campaign to return to Pakistan, and has now paid with her life.

There was justifiable skepticism as to whether Benazir Bhutto’s return to political life in Pakistan would really mean a return of democracy. She came from the same narrow elite as many of Pakistan’s democratic politicians, an elite whose corruption tainted democracy and paved the way for Musharraf’s takeover. I think though that she was ultimately right that both Pakistan and the war on terrorism would have been better served by a return to democracy. It is Musharraf who has been responsible for undermining Pakistan’s already weak rule of law, for failing to get control over ISI and the Northwest Frontier, and for destabilizing the country in his effort to hang on to power. But her murder, and the manner in which she was killed (at a campaign rally), now throws the whole political process into chaos. There will obviously be charges that Musharraf, if not complicit in her killing, failed to do enough to protect her. Who can emerge at this point as the country’s legitimate leader is anyone’s guess.

by Francis Fukuyama

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Líbia - Energia

Como poderão aperceber-se estou de volta com alguns artigos, para prazer de alguns e desprazer de muitos. O que me traz aqui hoje é um tema ao qual dedico "energia" e penso ser de extrema relevância e actualidade: ENERGIA.

Neste caso não tratarei o tema per si, mas sim em torno de um estado, a Líbia, que é um parceiro estratégico não só da UE como também de Portugal.


A Líbia está pronta para intensificar a sua exploração petrolífera entre empresas estrangeiras e a companhia petrolífera estatal NOC (National Oil Corporation), num esforço tendente à sua reentrada na comunidade internacional.

Tripoli está a tentar desenvolver uma estratégia de longo prazo para o desenvolvimento dos seus substanciais recursos de petróleo e de gás, no sentido de aumentar os rendimentos totais do sector e gerar um crescimento que possa ser usado na reestruturação da sua economia controlada, ainda em grande parte, pelo Estado.

O Governo líbio está interessado numa maior participação das companhias petrolíferas estrangeiras quanto ao desenvolvimento dos campos controlados pela NOC. A produção em muitos campos tem vindo a cair, em particular por causa da falta de tecnologia avançada de produção.

Os acordos de partilha da produção (PSAs – Production Sharing Agreements) podem ser concretizados com petrolíferas estrangeiras, concedendo efectivamente ao sector privado e ás companhias a propriedade das reservas em questão.

Muito tem sido feito ao longo dos últimos seis meses, relativamente aos problemas do sector petrolífero global. Embora a procura da China, da Índia, entre outros tenha aumentado, a falta de capacidade no que respeita à refinação é um grande factor para a subida dos preços do petróleo. Contudo, grande parte da nova produção petrolífera (aquela produzida durante os últimos dois anos), resume-se a matéria-prima pesada que é geralmente imprópria para o uso de muitas refinarias.

Uma das principais razões pelas quais a área de produção líbia provou ser tão bem sucedida é que a quota petrolífera líbia é constituída por light crude, que é altamente valioso, e assim sendo, muita da área de exploração líbia será altamente valorizada, particularmente por causa dos preços de produção reconhecidamente baixos, o que leva a crer que esta estratégia pode vir a ter grandes retornos.

Os projectos líbios que foram suspensos durante longos anos foram reiniciados, como se nota na indústria petrolífera que se começa a desenvolver.

Considerando a falta de capacidade, na América do Norte, no que à refinação diz respeito, as firmas dos Estados Unidos podem estar interessadas em tal proposta, sendo que as companhias petrolíferas norte-americanas já começaram a retomar as suas operações no país e as relações entre Washington e Tripoli continuam a melhorar. Os EUA foram aliviando gradualmente as sanções impostas desde que a Líbia anunciou que tinha abandonado qualquer desejo de desenvolver WMDs e convidadou inspectores para confirmar o termo dos seus alegados programas de WMD.

Não obstante, as empresas petrolíferas norte-americanas são pouco susceptíveis de se intimidarem com dúvidas que permanecem em Washington, sendo que biliões de dólares de investimento norte-americano, serão cada vez mais prováveis na Líbia, durante os próximos cinco anos. Ao mesmo tempo que procura expandir o seu próprio sector petrolífero, a Líbia usa a sua perícia na indústria, no sentido de vir a tornar-se no líder político e económico de todo o continente africano.

Embora seja improvável que os produtores petrolíferos africanos aceitem fornecer petróleo a baixos preços aos seus vizinhos menos afortunados, a projecção da subida da sua produção e o preço muito alto do petróleo poderá ajudar nas ambições da Líbia à liderança africana. Com um potencial deveras atraente, com a retirada de sanções e com os altos preços do petróleo, o futuro do sector petrolífero líbio parece de facto muito promissor.

Enquanto o investimento no sector petrolífero líbio tem crescido firmemente, o país quer agora tirar vantagens quanto às suas vastas reservas de gás no sentido de desenvolver o seu potencial de exportação, em particular para a Europa que se encontra muito próxima geograficamente.

Contudo, Tripoli anseia por atrair muito mais investimento no sector do gás. Os gasodutos com vista à exportação poderão finalmente ser mais rentáveis mas as abundantes reservas justificam um maior desenvolvimento e, nesse sentido, o Governo deve continuar a lançar uma série de autorizações com a intenção precisa de impulsionar o sector do gás. Após tantos anos de estagnação, Tripoli é desafiada a abrir tantas áreas de gás como o fez para a exploração petrolífera. Presentemente, a bacia de Sirte tem 80% das reservas de petróleo provadas do país e contabiliza cerca de 90% da produção. Assim as áreas de produção de outras bacias que foram recentemente abertas a concurso a fim de aumentar a produção confirmam que o país se encontra relativamente inexplorado.

Estes objectivos parecem realizáveis, dada a grande atracção, que se verifica actualmente, sobre concessões líbias e os custos muito baixos da produção de petróleo no país, mas muito dependerá dos termos de investimento da oferta, sendo que a concessão de alguns recursos a montante poderia ser realizada juntamente com o investimento a jusante nas refinarias de petróleo e gás.

Presentemente, o projecto ocidental de gás líbio (Western Libya Gas Project), que é partilhado pela companhia italiana Eni-Agip e pela NOC, é a base do sector de gás líbio. O gás é exportado para Europa através do gasoduto (Greenstream) que corre sob o mediterrâneo e sob a Sicília antes de continuar rumo ao continente, já na Itália.

O gás é actualmente vendido, sob a forma de negócios a longo prazo, aos consumidores italianos mas poderá mais tarde ser introduzido no mercado da UE, para suprir as necessidades energéticas de muitos países europeus.

A Argélia está actualmente a desenvolver dois novos gasodutos, para além do importante sector de gás natural liquefeito (LNG), para exportação para a União Europeia, que lhe dará quatro rotas em direcção ao enorme mercado europeu. Um outro gasoduto proposto para exportar o gás líbio será aquele para Espanha e dado que a rota prevista passará através da Argélia e de Marrocos, é possível que o mercado marroquino possa fornecer uma outra opção para as exportações líbias.

Consequentemente não existe nenhuma razão pela qual a Líbia não possa igualmente desenvolver gasodutos adicionais através do Mediterrâneo. As reservas provadas de gás da Líbia são muito substanciais o que torna inteiramente possível que consiga ultrapassar a Argélia dado o investimento adicional na exploração, que tem vindo a ser realizado.

O aumento da procura europeia relativamente ao gás certamente que proporciona um mercado convenientemente localizado para as exportações líbias. O crescimento económico e a prosperidade da Europa devem constituir um mercado em crescimento para o gás norte-africano para os próximos anos.

Os vários mercados de gás da UE oferecem uma oportunidade excelente para os produtores de gás na Líbia fixarem negócios a longo prazo para a exportação, mas o progresso não será directo ou mesmo automático.

Em primeiro lugar, a Líbia não é o único país que procura a região. Os produtores de LNG na Nigéria, na Argélia, no Egipto e em Trinidade e Tobago já têm acordos concretos postos em prática e outros serão ajustados no futuro. Existe igualmente muita competição relativamente aos fornecimentos de gás da Argélia, da Noruega e sobretudo do gigante russo a Gazprom.

Em segundo lugar, adicionais descobertas de gás líbio não serão garantidas por qualquer meio. Dado o tamanho das reservas provadas e do interesse difundido nas prospecções de petróleo e de gás, este facto não deverá constituir por si só um obstáculo.
Mas uma possível falha no que respeita à séria revisão da administração e burocracia líbias poderá constituir por si só mais que um problema. É necessário um processo de licenciamento equilibrado e transparente no sentido de dar aos investidores de todas as nacionalidades toda a confiança relativamente ao país.


não será preciso dizer para que se sintam á vontade para criticar, comentar.... o que seja, á vossa vontade!

Human movement: it's about taking care of people

Antonio Guterres
December 11, 2007
The ideal is for people not to have to move, and to care for them if they do.
THE 21st century will be defined by the movement of people from one country and continent to another. The number living outside their homeland already stands at 200 million, the same as the population of Brazil, the fifth largest country.
Looking to the future, it seems certain that the world will witness new and more complex patterns of displacement and migration.
Climate change and natural disasters will make life increasingly unsustainable in many parts of the planet. The growing gap between the winners and losers in the globalisation process will induce millions more to look for a future outside their own countries.
These developments have created a number of important challenges for the international community.
The first arises from the increasingly complex nature of human mobility. The majority of people on the move are migrants who leave their own country because they are unable to maintain their livelihoods at home and because their labour is needed elsewhere.
Others are forced to abandon their homes as a result of persecution and armed conflict. Under international law, these people are considered as refugees. They have been granted specific rights, including protection from being forced to return to their own country.
The responsibility of the United Nations High Commissioner for Refugees, the UN's refugee agency, is to uphold the rights of this latter group. In many parts of the world, however, refugees and migrants are to be found travelling alongside each other, heading in the same direction, using the same forms of transport and lacking the passports and visas that states require them to carry.
Such "irregular" movements have prompted many states to erect new barriers to the admission of foreign nationals. Regrettably, these measures have had the effect of preventing refugees from seeking the safety they need. We must therefore ensure that border controls enable people to exercise their right to seek and enjoy asylum in other states.
A second challenge is to provide more opportunities for people to move in a safe and legal manner.
Most states have now recognised the need for goods, services, capital and information to flow freely across national borders. But governments are apprehensive about applying the same principal to the movement of people.
The result has been a massive growth in the expansion of an industry whose purpose and profit lies in smuggling and trafficking people across international frontiers. As well as cracking down on such activities, states should consider opening new channels and expanding existing programs of legal migration.
The forces that are prompting many people to migrate are deeply entrenched within the international economy. It is an illusion to think that their numbers can be brought down in the present and dynamic phase of globalisation.
Greater efforts are therefore needed to prevent the emergence of situations in which people are forced to leave their homes as a result of human rights abuses, armed conflict or other calamities that disrupt their lives and livelihoods.
If this third challenge is to be tackled in an effective manner, serious efforts must be made to promote environmentally sensitive forms of development in countries where the struggle for survival threatens to lead to violence.
Above all, governments in every part of the world must be encouraged and supported to protect the lives and wellbeing of their citizens, thereby enabling them to live a peaceful and prosperous life in their own country.
When people move from one country to another, they should do so out of choice and not because it is the only way they can survive.

Antonio Guterres is the United Nations High Commissioner for Refugees.

APNU - Associação Portuguesa das Nações Unidas


A recém-criada APNU – Associação Portuguesa das Nações Unidas, é um projecto novo, que tem tido o apoio de todos os portugueses influentes que ocupam ou ocuparam lugares cimeiros nas Nações Unidas, nomeadamente, o Professor Freitas do Amaral, o Engenheiro António Guterres e a Professora Paula Escarameia, entre muitos outros.


Penso ser um projecto que vale a pena e que deve ser apoiado por todos nós.


Peço então a quem estiver interessado, que me contacte (luisalbogas@gmail.com) no sentido de ser enviada a ficha de inscrição.


Para fazer parte desta Associação, que é única em Portugal, basta enviar a ficha de inscrição devidamente preenchida para o fax n.º 21 793 12 28, ao cuidado da Dra. Mónica Ferro.


Sem mais assunto,

Cumprimentos


Luis Albogas

sábado, dezembro 08, 2007

A Desunião faz a Força...


Após algum tempo a ter o privilégio de colocar artigos de minha autoria no blog do C.E.P.R.I não pude de deixar de notar a disponibilidade com que a maioria das pessoas comenta os artigos de opinião. A vivacidade com que nos debatemos neste espaço sem ter de atacar alguém para não vermos os nossos artigos à míngua e ficarmos a pensar que mais não passou de um exercício para saudar o ego.

Se Portugal é hoje uma democracia é por ter uma sociedade crítica, que não faz crítica pela crítica mas pela construção. Uma tal sociedade civil onde os compromissos são respeitados, onde as pessoas querem ver assegurados os seus direitos e sabem cumprir os seus deveres.

A todos vós um bem-haja. Vamos continuar a trabalhar com este vigor com esta disponibilidade com esta garra! Nem eu poderia imaginar que neste mundo houvessem almas com tanta vontade de se agarrar assim à vida. Uma vez mais um grande obrigado. Tudo isto me leva a crer que este blog é mais do que um local onde os contributors mais do que querem deixar a sua marca anseiam pela excelência dos comentários. É por isso que Fernando Pessoa acreditou num V Império, por saber bem a qualidade do que se faz por cá.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

O Perigo Verde


Após a queda da URSS longe estavam os analistas políticos que anteviam o fim da história de acreditar que neste mundo enquanto há vida há política há conflituosidade. Em política a máxima de que um espaço de poder vazio é logo preenchido por outro actor deve ser tomado em linha de conta. Em suma não existem espaços de poder por ocupar. Porém a conflituosidade dos nossos dias nem sempre nos dá a possibilidade de interpretar as ameaças no Sistemas Internacional (S.I), a URSS deixou de existir mas dos seus despojos brotaram novas ameaças e desafios tais como: a ameaça nuclear por parte de grupos não estaduais; o que será a Rússia no Século XXI; ou mesmo a função dos EUA depois de um mau planeamento e gestão na guerra do Iraque. Isto tem muito que ver com o (in)constante fenómeno Chávez.

A Rússia nunca viveu um período de uma democracia liberal como esta é entendida no Ocidente, talvez seja uma premissa errada a de levar aos povos “bárbaros o fogo” quando estes se adoptam ao frio. O período de 1991 a 2000 marca a subida ao poder de Vladimir Putin e a transformou da Rússia numa economia feudal de oligarcas. A corrupção a nível institucional é um dos focos de cristal da Rússia actual, com mais de 600mil novos funcionários públicos na era Putin o gigante Estado não para de crescer. Desde o tempo dos czares que a Rússia é uma oligarquia o próprio comunismo com o Politburo era uma oligarquia, ainda que diferente da realidade chinesa, mas com total domínio sobre a Rússia. Não foi Putin que criou o regime de oligarcas mas Yelstin, ainda que não fosse tão conservador como Putin foi este que o nomeou seu sucessor.

Uma esmagadora maioria por parte do partido de Putin revela que a Rússia não é nem quer ou pode ser uma democracia liberal. Portugal só atingiu esse patamar a partir da primeira revisão constitucional de 1982, de S. Bento ao Kremlin vão anos de história nos quais em Portugal como em todos os Estados da Europa Ocidental nunca houve escravatura de nacionais.

O futuro a Deus pertence porém ainda iremos ouvir falar muito no senhor Putin, agora que o pano cai e a plateia aplaude Putin vai dar as indicações aos seus figurantes. A Rússia do século XXI vive num limbo entre os anos de hegemonia internacional e o pós comunismo. Na sua procura de dominação regional que não será simples de refrear, num mundo multipolar este actor não pode nem deve ser subestimado.

Mas não é só na Rússia que podemos notar inquietações, na Venezuela está longe de ter saído de cena Hugo Chávez. A sua política externa entra em choque com aquilo que sempre foi a “doutrina monroe”. Os seus ataques aos EUA como um “império do mal”, nem da parte dos americanos inédito no seu “axis of evil”, agora achar que na América latina os EUA deixaram de exercer a sua influência é puro idealismo. Mesmo que a intervenção a nível internacional dos EUA seja diminuída pelo logro da guerra no Iraque, mesmo que o isolacionismo defendido por algumas elites americanas vença, o que não vai ser em catadupa ou mesmo nos próximos anos, caso os EUA queira manter a sua hegemonia cada vez mais contestada e atacada. Chávez ficou com 49% dos votos a favor e 51% contra. Perdeu a batalha mas não a guerra. No seu comunicado deixou bem claro que não votaram três milhões de pessoas que, segundo ele, iriam certamente votar a favor da referenda constitucional caso o tivessem feito. Até 2013 tem tempo para se adaptar e alterar este desaire, e será isso que vai fazer…

Um novo socialismo não me parece o melhor termo, porque esses países como a Venezuela usam o nacionalismo económico, pelo facto de possuir altas reservas de petróleo. O socialismo por definição é uma passagem para o comunismo e não tem nacionalismo mas uma ideologia de partido de vanguarda que aspira a revolução mundial contra o capitalismo. Chávez é regional, o seu projecto é para a América do sul. Na Rússia também podemos ver o nacionalismo económica a funcionar ainda que sem uma carga ideológica mas com uma ambição regional de longo prazo de recuperar o lugar perdido.

Em suma a questão nuclear na Rússia e a falta de fiscalização deve ser um assunto mais premente. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) determinou que eleição foi ilegal sofrendo para o efeito manipulações. No mais vasto país do mundo é complicado levar a cabo tais medidas como no Ocidente e mesmo levar os russos a ter em linha de conta os preceitos democráticos. Com isto podemos considerar que longe estão os dias que em os analistas políticos e o público em geral não tenha de se preocupar com o que se passa do outro lado do mundo, a isto chama-se o fenómeno da globalização.

Este fenómeno tem sido muito mal-encarado na sua globalidade. O que nos permite abordar o fenómeno Chávez também nos permite abordar acerca de Putin e fazer uma comparação. Porém Chávez não representa uma ameaça ao S.I como Putin. A Federação Russa não é encarada pela esmagadora maioria dos teóricos de Relações Internacionais como um perigo. Atendendo à sua praxis de política externa o cerco a Kaliningrado por parte dos países membros da NATO assim como os antigos satélites soviéticos é visto pelo Kremlin com reservas, até aqui nada de novo, o facto é que a NATO reconhece com criação de um Conselho NATO-Rússia a sua relevância no futuro da Europa.

Não só na Europa como no S.I falasse de um perigo verde (a cor do Irão) mas o perigo verde também vem da Rússia. Leon Tolstoi fala da cor verde como sendo a cor da Rússia, no tempo dos czares a cor dos uniformes do exército era verde. Por isso à uma duplicidade na cor verde. Se o perigo amarelo é tido como uma ameaça o perigo verde não é de chalacear. No perigo amarelo temos sob alvo a pressão que as economias liberais sofrem com a sua emergência, mas do perigo verde temos os antigos impérios Russo, Persa e Otomano. O Mundo Ocidental até pode aceitar que se formem blocos de poder, o que não pode aceitar é uma aproximação dos amarelos com os verdes sob pena de os azuis, a cor mais usada no mundo ocidental e a que talvez caracteriza melhor, serem colocados numa posição de serem dominados.


Pode ser alarmista e precipitado mas enquanto Roma arde a União da Europa Ocidental (UEO) deve ser revitalizada assim como a Nato deve ser encarada como um mecanismo com que a UEO deve trabalhar. Numa tendência de Pan-zonas assentes em alianças militares um mundo mais complexo emerge perante nós. Não de autarcias, pois, o Mundo de hoje não interage com autarcias que é o oposto da globalização, todavia uma resistência a esta será certamente de esperar.

domingo, dezembro 02, 2007

Harvard World Mun 2008


Estão abertas as inscrições para integrar a delegação da Universidade Lusíada que irá participar no World MUN 2008, evento que terá lugar em Puebla, México em Março de 2006.

Os interessados em participar deverão inscrever-se no C.E.P.R.I. (Centro de Estudos Políticos e de Relações Internacionais) até o dia 10 de Dezembro.

As condições para participar são as seguintes:

- Ser aluno da Universidade Lusíada de Lisboa,
- Falar e escrever correctamente Inglês,
- Estar familiarizado com o Sistema das Nações Unidas e as demais Organizações Internacionais,
- Dar-se há prioridade aos alunos das licenciaturas de Relações
Internacionais e Ciência Política,
- Dar-se há prioridade aos alunos que tenham participado no
Portugal MUN 2006 e 2007.

Para a escolha dos participantes será tido em conta:

- os conhecimentos do candidato sobre o mundo das Nações Unidas e demais Organizações Internacionais representadas no World MUN 2006,
- os conhecimentos do candidato sobre a actualidade e os mais recentes acontecimentos relevantes ao evento.
- as capacidades de oratória e negociação do candidato,
- a capacidade de trabalho em equipa do candidato,
- o desempenho no Portugal MUN 2006 e 2007, se o candidato participou nos eventos.

Para solicitar a ficha de inscrição, qualquer informação ou esclarecimento de dúvidas é favor contactar o CEPRI.
Contactos: cepri@lis.ulusiada.pt
918981010 (Rui Saraiva)