quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Album de fotos de Obama!





O poder da imagem nas campanhas políticas é reconhecido, quer pelos apoiantes dos Clinton que terão posto a foto da polémica a circular na net a partir de um blogue chamado Drudge Report, quer pelo próprio Obama que prontamente respondeu: «Everybody knows that whether it's me or Senator Clinton or Bill Clinton that when you travel to other countries they ask you to try on traditional garb that you have been given as a gift," "The notion that the Clinton campaign would be trying to circulate this as a negative on the same day that Senator Clinton was giving a speech about how we repair our relationships around the world is sad"». Talvez sejam os Republicanos que ganhem com este fait-divers dos democratas,

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Rússia em tempo de mudança?


Em 2008, vamos assistir a duas eleições presidenciais de extrema importância para as Relações Internacionais. Nos EUA, vamos assistir a um combate Obama/ Clinton contra Mccain, enquanto que na Rússia sabemos antecipadamente quem será o eleito, Dmitry Medvevdev, denunciando assim o défice democrático que existe nesse país. Com a excelência do Financial Times, aqui estão 3 visões sobre o que é a Russia de Putin hoje, sobre o perfil de Medvedev e uma opinião sobre o futuro da Rússia.



segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Kosovo



O Kosovo está para a Sérvia, como Guimarães está para Portugal. Para muitos sérvios essa região é o berço da nação sérvia. Além disto, declarada a Independência, os sérvios tornam-se uma minoria étnica e religiosa no Kosovo, apesar das declarações de Hashim Tacic, primeiro ministro Kosovar, que reafirmam o respeito pelos direitos humanos. Ora o que para uns é o finalizar do processo de desagregação da ex-jugoslávia, para outros é um factor de instabilidade nos Balcãs e no resto da Europa.
A Rússia e a Sérvia desde sempre se manifestaram contra a independência do Kosovo. Amanhã (2ª feira), os EUA devem declarar o seu apoio e na UE as posições dividem-se. A Grã Bretanha, a Alemanha e a França deverão declarar o apoio a uma independência limitada do Kosovo, como a ONU recomendou. A Grécia, Chipre, Eslováquia, Bulgária, Roménia e Espanha deverão mostrar se contra a independência do Kosovo. Certamente não interessá à Espanha a declaração unilateral de independência por parte de uma das suas regiões autónomas como a Catalunha ou Bilbao. O argumento dos que estão contra, defende que o Costume e o Direito Internacional obriga à realização prévia de um acordo entre as partes, declarando assim o reconhecimento de uma independência unilateral como ilegal.
Com a independência do Kosovo, abre se uma caixa de pandora (como Dimitri Peskov, porta voz de Putin, referiu). Daqui pode advir o ínicio de novas independências e nacionalismos em efeito dominó. Pode também ser o retorno a um certo clima bipolar Este/Oeste que existia na Guerra Fria. E finalmente será esta a prova de como a UE nunca poderá vir a ter uma política externa comum?
Bowring: What about all the other Kosovos?
The Balkans may be a long way from Asia but the word "Balkanization" is still etched in the minds of many leaders, particularly those who lived through the years of instability that followed decolonization.
Though the issue of Kosovo is not attracting too much public comment in Asia, it is a worry for those who ponder the implications for countries struggling with separatist minorities of their own.
They note that while the original break-up of Yugoslavia resulted from internal forces, the independence of Kosovo was made possible because the United States and the European Union supported this dismemberment of Serbia. Whether this is the result of idealism or is regarded as punishment for Serbia's actions during the Milosevic era does not matter from the point of view of those not directly involved.
Indonesia and Sri Lanka have said that they will not recognize Kosovo's independence. China and Vietnam insist that any solution must not compromise the territorial integrity of Serbia. Most other Asian official reaction is similarly likely to be negative.
There are two issues here from an Asian perspective. The first is how far the principle of self-determination should be taken. Kosovo is a landlocked state of 2 million people, 10 percent of whom are Serbs strongly opposed to its independence.
The second is to ask when and where the process of dismemberment of former empires will end. After all, the very word "Balkanization" derives from the break-up of the Balkan territory of two empires, Ottoman and Austro-Hungarian, into 10 states.
It may be that the nature of the European Union can allow many mini-states to exist within a broader political entity, and that Kosovo is as viable as Luxembourg. Just possibly, the EU can be successor to the former Ottoman and Hapsburg empires, embracing all states of the Balkans, big and small.
Possibly. But none of that is much consolation to other regions of the world which do not possess equivalents to the EU. Since 1945, if not earlier, they have mostly lived with two concepts: First, the nation state as accepted by their peers at the United Nations; second, borders defined by their histories as parts of Western empires.
Thus far there have been remarkably few post-colonial formal splits. The major one was the creation of Bangladesh out of an untenable Pakistan divided by a thousand miles and an equally large cultural gap. Singapore's separation from Malaysia was peaceful. Eritrea's from Ethiopia was not.
But African and Asian nations still worry deeply about national integrity. The end of formal Western empires (most recently the Russian one) is still far too close for successor nations to be confident that their borders will survive. So they are particularly sensitive when they find the West instinctively supporting separatist movements, even if only verbally.
Whether the issue is Darfur, West Papua, Nagaland or the Shan states, the old colonial powers are often seen on the side of difficult minorities opposed to the central governments the powers themselves created.
Nor does it appear, at least from a distance, that an independent Kosovo offers even a sensible solution to the problem of linguistic nations divided from their national state. Logic would surely be the partition of Kosovo between Albania and Serbia, rather than the creation of another mini-state with another disgruntled minority.
Many in the rest of the world do not even credit the West with good intentions, noting that some influential voices in Western capitals would be happy to see Iraq divided into three states, Shiite, Sunni and Kurd.
Even if they appreciate that the European Union and the United States are trying to solve problems rather than introduce new divide-and-rule stratagems, they worry.
Take Sri Lanka. Kosovo logic suggests that the Tamils in the north deserve a separate state, an eventuality that would have huge implications for an India which can only exist if its major constituent parts - be they Tamil, Sikh or Bengali - accept an overriding identity and the benefits of diversity and size.
None of this is to argue that minority rights do not matter - that China can suppress Tibet and (Turkic) Xinjiang, that Russia can brutalize Chechnya, thatThailand can submit its Malay/Muslim minority to alien laws and language, and so on.
But for most of Africa and Asia the issue is sustaining states capable of delivering administration and a stable basis for development. As Kenya shows, even in states without overt separatist problems and with some success in economic development, the over-riding problem remains integrating diverse peoples into states.
Kosovo's independence may be the last act in the Balkanization of former empires. But it also looks like a victory for tribalism and creates a principle which can only exacerbate problems in other countries. In place of acceptance of minority autonomy within a single state structure there will be fights to the bitter end between centralism and separatism.
by Phillip Bowring
In The International Herald Tribune

domingo, fevereiro 10, 2008

Dalai Lama Goes to Washington...

Aqui podemos ver de forma priviígiada o que pensam as duas partes, assim como ouvir do próprio Dalai Lama o que ele pensa ser mais correcto para os assuntos internos da China. As motivações que conduzem a China a evitar este "monge" são" preocupações de interesse nacional, ou seja, de evitar que exista a independência do Tibete.

Deixar o Dalai Lama voltar é começar a incutir que este possa despoletar no Tibete uma insurgência. Podemos aludir se é correcto deixar que este volte só porque foi expulso, sim é! Desde que a Itália volte a ser uma monarquia, pois, também caiu sem a vantade expressa numa eleição, temos também a Alemanha,Austria,França e Portugal. Também podemos pedir a Estado português que devolva as peças que estam expostas no Museu Nacional de Arte Antiga aos descendentes dos Távoras, visto que estes foram acusados injustamente. Já a França tem de devolver toda a arte que saqueou aquando das invasões napoleonicas...

Isto num sentido moral, tem lógica de um uma perspectiva racional e práctica não faz sentido. Usar o passado como fonte de direito tem razão de ser quando este mesmo direito não é afectado pele lei de carácter de excepção.Corremos o risco de ver causasserem defendidas, com o mesmo valor, só pela base histórica. As Nações Unidas não podem falar da China como se fosse um monstro dos direitos humanos, pois, a sua acção no Ruanda ou Darfur deixa no ar que os direitos humanos são como um chapéu, só se abre quando chove

La llama que llama - Dalai Lama

Apenas um anuncio a uma companhia telefonica a jeito de piada para desanuviar um pouco. Espero que gostem!

A Verdade Escondida

Mao Zedong himself, when he passed through the border regions of Tibet during the Long March and was given food and shelter by local Tibetans, remarked, "This is our only foreign debt, and some day we must pay the Mantzu (sic) and the Tibetans for the provisions we were obliged to take from them." [Red Star over China, Edgar Snow, New York, 1961, p.214. Emphasis added].

Este firme perturbador feito por uma reputada agência mundial, e ciêntifica revela uma história sombria qual não devemos viver na ilusão de que nada foi assim...

Dalai Lama II

No sentido de tentar esclarecer algumas dúvidas suscitadas aqui no blog sobre as ideias e príncipios que o Dalai Lama defende, não há melhor que ouvir o próprio a falar. No âmbito das Relações Internacionais penso que é um tema de grande relevância, porque envolve o interesse nacional de grandes potências, o respeito pelos direitos humanos, a violação do Direito Internacional, a acção das OIG's e das ONG's a este respeito, a interdependência entre os Estados, etc.

sábado, fevereiro 09, 2008

Dalai Lama


Sou a favor do pluralismo de opiniões. No entanto, quando se analisa a vida e o papel político, social e religioso do Dalai Lama ou outras individualidades, é necessário olhar para as circunstâncias e as condicionantes que os rodeiam. As violações aos direitos humanos levadas a cabo pelo regime comunista na China ao longo de mais de meio século, não só na região do Tibete mas em toda a China, são conhecidas do público "democrático" em geral. A China hoje tem duas opções, ou democratiza-se e respeita os territórios autónomos e os príncipios da Carta das Nações Unidas como o da autodeterminação dos povos, ou então é minha a convicção que a emergência da sua economia vai abrandar e gradualmente vai se tornar um Estado hostil às democracias ocidentais. A invasão do Tibete por parte da China é uma violação do Direito Internacional, da mesma maneira que foi a invasão do Kuwait pelo Iraque no ínicio dos anos 90.

Quem conheça os príncipios fundamentais do budismo, sabe que os valores que o Dalai Lama defende, não são só operações de estética e imagem com objectivos políticos. De facto, hoje o Dalai Lama , à semelhança de Ghandi no passdo, é um dos homens que desempenhou as suas funções políticas através da defesa de príncipios como a não-violência, a paz e os direitos humanos.
Breve biografia de S. S. Dalai Lama:
Em 1950, com 15 anos de idade, Sua Santidade foi solicitado a assumir a completa responsabilidade política como chefe de estado e de governo, após a invasão chinesa do Tibet. Em 1954, foi a Beijing para tratativas de paz com Mao Tsetung e outros lideres chineses, como Chou En-Lai e Deng Xiaoping. Em 1956, durante visita à Índia para participar das festividades do aniversário de 2500 anos de Buda, esteve presente em uma série de reuniões com Nehru, o Primeiro Ministro Indiano, e o Premiê Chou, sobre a situação do Tibet que se deteriorava rapidamente.
Seus esforços para alcançar uma solução pacífica para o problema sino-tibetano foram frustrados pelas atrocidades da política chinesa, no leste do Tibet, dando origem a um levante popular. Esse movimento de resistência espalhou-se por outras partes do País, e em 10 de Março de 1959, Lhasa, a capital do Tibet, explodiu em um grande levante. As manifestações da resistência tibetana exigiam que a China deixasse o Tibet, reafirmando a sua independência.
Quando a situação se tornou insustentável, pediu-se ao Dalai Lama que saísse do país para continuar no exílio a luta pela libertação. Sua Santidade seguiu para a Índia, que lhe concedeu asilo político, acompanhado de outros oitenta mil refugiados tibetanos. Hoje há mais de 120.000 tibetanos vivendo como refugiados na Índia, Nepal, Butão e no Ocidente. Desde 1960, Sua Santidade reside em Dharamsala, uma pequena cidade no norte da Índia, apropriadamente conhecida como "Pequena Lhasa", por sediar a sede do governo tibetano no exílio.
Desde a invasão chinesa, Sua Santidade apresentou vários recursos às Nações Unidas sobre a questão tibetana. A Assembléia Geral adotou três resoluções sobre o Tibet, em 1959, 1961 e 1965.


Processo de Democratização


Com o estabelecimento do Governo Tibetano no Exílio, Sua Santidade percebeu que a tarefa mais imediata e urgente era lutar pela preservação da cultura tibetana. Fundou 53 assentamentos agrícolas de larga escala para acolher os refugiados; idealizou um sistema educacional tibetano autônomo (existem hoje mais de 80 escolas tibetanas na Índia e Nepal) para oferecer às crianças refugiadas tibetanas pleno conhecimento de sua língua, história, religião e cultura. Em 1959 criou o Instituto Tibetano de Artes Dramáticas; o Instituto Central de Altos Estudos Tibetanos se transformou em uma universidade para os tibetanos na Índia. Sua Santidade inaugurou vários institutos culturais com o propósito de preservar as artes e ciências tibetanas, e ajudou a restabelecer mais de 200 monastérios para preservar a vasta obra de ensinamentos do budismo, a essência do espírito tibetano.


Pelo lado da política, em 1963 Sua Santidade apresentou o esboço de uma constituição democrática para o Tibet, baseada nos princípios budistas e na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A nova constituição democrática promulgada como resultado desta reforma foi denominada "Carta dos Tibetanos no Exílio". Essa carta defende a liberdade de expressão, crença, reunião e movimento. Oferece também detalhadas linhas de ação para o funcionamento do governo tibetano no que diz respeito aos que vivem no exílio.


Em 1992, Sua Santidade publicou linhas diretrizes para a constituição de um futuro Tibet livre. Anunciou que o a primeira e imediata tarefa do Tibet libertado será estabelecer um governo interino com a principal responsabilidade de eleger uma Assembléia Constituinte, para criar e implantar uma constituição democrática tibetana. Nesse dia, Sua Santidade transferirá toda a sua autoridade política e histórica para o Presidente interino, passando a viver como um cidadão comum. Ele também afirmou esperar que o Tibet, incluindo suas tradicionais três províncias (U-Tsang, Amdo e Kham), seja federativo e democrático.


Em maio de 1990, as reformas propostas por Sua Santidade deram ensejo à realização de uma administração verdadeiramente democrática para a comunidade tibetana no exílio. O Gabinete tibetano (Kashag), que até então sempre fora indicado por Sua Santidade, foi dissolvido, juntamente com a Décima Assembléia de Deputados do Povo Tibetano (o Parlamento tibetano no exílio). Nesse mesmo ano, tibetanos exilados no subcontinente indiano e em mais de 33 outros países elegeram 46 membros da ampliada 11ª Assembléia Tibetana, numa votação direta. A Assembléia, por sua vez, elegeu os novos membros do Gabinete. Em setembro de 2001, um passo ainda maior para a democratização foi dado quando o eleitorado tibetano elegeu diretamente o Kalon Tripa, ministério-mor do Gabinete, que por sua vez indicou seu próprio Gabinete, a ser aprovado pela Assembléia Tibetana. Na longa história do Tibet, essa foi a primeira vez que o povo elegeu seus líderes políticos.


Iniciativas pela paz


Em setembro de 1987, Sua Santidade propôs o Plano de Paz de Cinco Pontos para o Tibet, como um primeiro passo na direção de uma solução pacífica para a situação que rapidamente se deteriorava no país. Em sua visão, o Tibet se tornaria um santuário, uma zona de paz no coração da Ásia, em que todos os seres sencientes poderiam viver em harmonia, com o delicado equilíbrio ambiental preservado. A China, até o momento, não respondeu positivamente às várias propostas de paz criadas por Sua Santidade.


O Plano de Cinco Pontos


Em seu discurso aos membros do Congresso Americano em Washington, D.C., realizado em 21 de setembro de 1987, Sua Santidade propôs o seguinte plano de paz, composto por cinco pontos básicos:


Transformação de todo o Tibet em uma zona de paz.


Cessação da política chinesa de transferência de população, que ameaça a própria existência dos tibetanos como povo.


Respeito pelos direitos humanos fundamentais dos tibetanos, bem como de suas liberdades democráticas.


Restauração e proteção do ambiente natural tibetano, e o abandono do uso do território tibetano, pela China, para produção de armas nucleares e como depósito de lixo nuclear.


Início de negociações sérias sobre o futuro status do Tibet e das relações entre os povos chinês e tibetano.


Proposta de Estrasburgo


Discursando no Parlamento Europeu de Estrasburgo, na França, em 15 de junho de 1988, Sua Santidade detalhou minuciosamente o último dos Cinco Pontos desse plano de paz. Ele propôs o estabelecimento de conversações entre chineses e tibetanos para a criação de um governo autônomo das três províncias tibetanas, "em associação com a República Popular da China". O governo chinês continuaria sendo responsável pela política exterior e defesa do Tibet.


Para Sua Santidade, essa proposta era "o modo mais realista para se restabelecer uma identidade independente do Tibet e restituir os direitos fundamentais do povo tibetano, conciliando ao mesmo tempo os próprios interesses da China." Enfatizou por outro lado que "qualquer que seja o resultado das negociações com os chineses, o povo tibetano por si mesmo deve ser a autoridade decisória máxima."


Posteriormente, no entanto, em 2 de Setembro de 1991 (Dia da Democracia Tibetana), o Governo do Tibet no exílio declarou que a Proposta de Estrasburgo não estava mais em vigor: "Sua Santidade, o Dalai Lama, deixou bem claro, em sua declaração de 10 de março, que em razão da atitude fechada e negativa da atual liderança chinesa, percebeu que seu compromisso pessoal com as idéias expressas na proposta de Estrasburgo tornou-se sem efeito, e que se não houver novas iniciativas por parte dos Chineses ele se considerará livre de qualquer obrigação com relação a essa proposta. Entretanto, continua firmemente compromissado no caminho da não violência e em encontrar uma solução para a questão tibetana através de negociações e entendimentos. Sob as atuais circunstâncias, Sua Santidade, o Dalai Lama, não mais se sente obrigado ou limitado a manter a Proposta de Estraburgo como uma base para encontrar uma solução pacífica para o problema tibetano."


Contatos Oriente-Ocidente
Desde 1967, Sua Santidade iniciou uma série de viagens que o levaram a 42 países. Em fevereiro de 1990, foi convidado pelo Presidente Vaclav Havel para ir à Tchecoslováquia, onde divulgaram uma declaração conjunta incitando "todos os políticos a desvencilharem-se de restrições e interesses de grupos públicos ou privados e a guiarem suas mentes por sua própria consciência, sentimento e responsabilidade, fundamentados na verdade e na justiça."

Em 1991, encontrou-se com o Presidente dos Estados Unidos da América, George Bush, Neill Kinnock, o lider britânico de opsição, os ministros das Relações Exteriores da França e da Suíça, o Chanceler e Presidente da Áustria, e vários outros membros de governo estrangeiros. Em reuniões com líderes políticos, religiosos, culturais e comerciais, como também em grandes platéias em universidades, igrejas ou centros comunitários, falou de sua crença na união da família humana e da necessidade do desenvolvimento de um senso de responsabilidade universal.

Sua Santidade disse: "Vivemos atualmente em um mundo interdependente. Os problemas de uma Nação não podem ser solucionados muito tempo somente por ela mesma. Sem um senso de responsabilidade universal, nossa sobrevivência está em perigo. Basicamente, responsabilidade universal significa sentir pelo sofrimento de outras pessoas o mesmo que sentimos pelo nosso próprio sofrimento. Eu sempre acreditei num melhor entendimento, numa cooperação mais próxima e num respeito maior entre as várias Nações do mundo. Além disso, sinto que o amor e a compaixão são a tessitura moral para chegar à paz mundial."
Sua Santidade encontrou-se no Vaticano com os papas Paulo VI (em 1973) e João Paulo II (em 1980, 1982, 1986, 1988 e 1990).
Em um encontro com a imprensa em Roma, em 1980, expressou deste modo seu desejo de se encontrar com o Papa João Paulo II: "Vivemos em um período de grandes crises, de desenvolvimentos mundiais turbulentos. Não é possível encontrar paz na alma sem segurança e harmonia entre os povos. Por esta razão, espero ansiosamente por um encontro com o Santo Padre, para trocar idéias e sentimentos, e para ouvir suas sugestões sobre os caminhos para uma pacificação progressiva entre os povos."
Em 1981, Sua Santidade conversou com o Arcebispo de Canterbury, Dr. Robert Runcie, e com outros líderes da Igreja Anglicana em Londres. Ele também se encontrou com lideranças da Igreja Católica e comunidades judaicas, e pronunciou-se em um serviço interreligioso promovido em sua honra pelo Congresso Mundial da Fé. Em Outubro de 1989, durante um diálogo realizado em Dharamsala contando com a presença de oito rabinos e acadêmicos dos Estados Unidos, Sua Santidade enfatizou: "Quando nos tornamos refugiados, sabemos que nossa luta não seria fácil; ela levará muito tempo, gerações. Com freqüência nos referimos ao povo judeu e à forma como ele manteve sua identidade e fé a despeito de tamanha privação e sofrimento. Quando as condições externas amadureceram, ele estava prontos para reconstruir sua nação. Assim, pode-se concluir que há muitas coisas a aprender com os irmãos e irmãs judeus."
Em outro fórum sobre a comunhão de fé e a necessidade de união entre as diferentes religiões, ele afirmou: "Sempre acreditei que é muito melhor termos uma série de religiões e várias filosofias, do que uma única religião ou filosofia. Isto é necessário por causa das disposições mentais diferentes de cada ser humano. Cada religião possui certas idéias ou técnicas características, e aprender sobre elas só pode enriquecer a fé de alguém."
Reconhecimento universal e prêmios
Desde sua primeira visita ao ocidente, em 1973, a reputação de Sua Santidade como acadêmico e homem de paz só fez crescer, incessantemente. Nos últimos anos, um grande número de universidades e instituições em todos o mundo têm lhe conferido Prêmios da Paz e títulos de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento pelos seus escritos sobre a filosofia budista e sua liderança a serviço da liberdade, da paz e da não-violência. Um desse títulos, o de Doutor, foi conferido pela Universidade de Seattle, em Washington, EUA.
O seguinte resumo da menção dessa Universidade reflete a estatura de Sua Santidade: "No reino da mente e espírito, o senhor se distinguiu na rigorosa tradição das universidades budistas, alcançando o Grau de Doutor com as mais altas honras, com a idade de 25 anos. No âmbito de assuntos diplomáticos e governamentais, não obstante, o senhor encontrou tempo para lecionar e registrou de forma escrita seus sutis insights sobre filosofia e o significado da vida contemplativa no mundo moderno. Seus livros representam uma contribuição significativa não somente para o vasto corpo de literatura budista, mas também para o diálogo ecumênico entre as grandes religiões mundiais. Sua própria dedicação à vida monástica e contemplativa tem alcançado a admiração não somente por parte dos budistas, mas também dos meditadores cristãos, incluindo o monge Thomas Merton, cuja amizade e conversações com o senhor eram extremamente férteis."
Ao apresentar o Prêmio de Direitos Humanos Congressional Raoul Wallenberg em 1989, o Congressista Americano Tom Lantos disse: "A luta corajosa de Sua Santidade o Dalai Lama o tem distinguido como um líder dos direitos humanos e da paz mundial. Seus esforços contínuos para cessar o sofrimento do povo tibetano através de negociações pacíficas e reconciliação têm exigido dele enorme coragem e sacrifício."
O Prêmio Nobel da Paz de 1989
A decisão do Comitê Norueguês do Prêmio Nobel de conferir à Sua Santidade o Prêmio da Paz ganhou reconhecimento e aplauso mundial. A citação diz: "O Comitê deseja enfatizar o fato de que o Dalai Lama, em sua luta para a liberação do Tibet, constantemente se opõe ao uso da violência. Ele, em vez disto, advoga soluções pacíficas baseadas na tolerância e respeito mútuos para a preservação da herança cultural e histórica de seu povo. O Dalai Lama desenvolveu sua filosofia de paz com uma grande reverência por todas as coisas vivas, e um conceito de responsabilidade universal que envolve toda a humanidade e também a natureza. Na opinião do Comitê, o Dalai Lama vem se conduzindo com propostas construtivas e visionárias para a solução de conflitos internacionais, questões de direitos humanos e problemas ambientais globais."
Em 10 de Dezembro de 1989, Sua Santidade aceitou o prêmio em nome de todos os oprimidos no mundo e daqueles que lutam pela liberdade e trabalham pela paz mundial e pleo povo do Tibet. Em suas considerações, disse: "O prêmio reafirma a nossa convicção de que com a verdade, coragem e determinação como nossas armas, o Tibet será libertado. Nossa luta deve permanecer sem violência e livre de ódio."
Ele também enviou uma mensagem de encorajamento pelo movimento democrático chinês, cuja recente manifestação na Praça da Paz Celestial havia sido alvo de brutal repressão. "Na China, o movimento popular pela democracia foi subjugado pela força bruta, em junho deste ano. Não acredito que as manifestações foram em vão, porque o espírito de liberdade renasceu no povo chinês, e a China não pode escapar do impacto desse espírito, que sopra em muitas partes do mundo. Os corajosos estudantes e seus defensores mostraram à liderança chinesa e ao mundo a face humana daquela grande nação."
Simplesmente um monge budista
Sua Santidade o Dalai Lama freqüentemente diz: "Eu sou simplesmente um monge budista — nem mais nem menos." Ele realmente segue os preceitos da vida de um monge. Vivendo em uma pequena cabana em Dharamsala, levanta-se todos os dias às 4 horas da manhã para meditar, e cumpre uma atribulada agenda de encontros administrativos, audiências particulares, ensinamentos e cerimônias religiosas. Conclui o dia, sempre, com orações. Ao revelar as suas maiores fontes de inspiração, ele normalmente cita seus versos favoritos, encontrados nos escritos do reconhecido santo budista Shantideva:
Enquanto o espaço existir,enquanto seres humanos permanecerem,devo eu também permanecerpara dissipar a miséria do mundo.
(Traduzido por Fátima Ricco Lamac e revisado por Arnaldo Bassolli.)




sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Dalai Lama,patrono dos direitos humanos ou alvo de instrumentalização?


A história da China é rica em tradições longínquas. Diz-se que os chineses são melhores do que um relógio suíço na sua mestria pela arte que desenvolvem e pelo rigor do seu trabalho. Temos casos em que sim, e como tudo, outros não. Hoje a China cresce a um ritmo vertiginoso, sendo uma potência emergente que despoleta alguns temores. Nesta luta para compreender o que será a Chinado futuro e qual o seu lugar no mundo, muitas têm sido as armas que se usam, Taiwan, direitos humanos e o Dalai Lama.

Esta personagem histórica vem ao longo de séculos na sociedade Tibetana usufruindo de um papel crucial. Sendo que o seu poder até 1959 era política e temporal. Hoje, a China cresce e o Dalai Lama é somente um peão das grandes potências para que possam atrasar o Soft Power chinês. Não que este seja um ideal para o mundo ocidental, mas que sirva de inspiração para a Ásia. A tendência do autoritarismo capitalista tem vindo a crescer no século XXI e, é encarada como uma forma de governo para as sociedades civis menos instruídas. Neste panorama, o exilado político Dalai Lama é uma figura que cada vez menos diz ao mundo. Não nãos podemos esquecer da condecoração que o congresso dos EUA atribuíram ao Dalai Lama, a maior que este pode atribuir. Porém, o que tem feito este homem neste mundo? Tem sido uma resistência ao poder chinês e uma voz dos Direitos Humanos, mas estes são chamados quando convém e esquecidos na hora da guerra. Prova disso é a conduta dos EUA, que não são nem de perto nem de longe piores do que a china, mas se a frase quem salva uma vida salva o mundo é certa então o quem mata uma vida mata o mundo, também o é? Aqui podemos aludir que não interessam os números mas o esforço de gotas que de lançam para o oceano, e este não tem mestres.

A instrumentalização da figura do Dalai Lama é uma forma de usar um oportunista político que usa os Direitos Humanos e a imprensa internacional em seu proveito tendo em vista recuperar o seu território. No fundo o Dalai Lama é como um rei no exílio ao qual não foi dado a possibilidade de se constituir em principado. Já para a China ter o Dalai Lama no é poder inaceitável, porque sendo o Tibete adjacente à Índia para a China tal território é vital. Também este problema do Tibete não se coloca porque se em 1971 a China substituiu Taiwan no Conselho de Segurança, então a ONU aceitou a situação que agora não deve ser alvo de críticas.

Na forma como o Dalai Lama aparece não dá a entender que este faz marketing político contra a China, mas na forma como os Estados que o acolhem. Em Portugal seja o PS ou o PSD o Dalai Lama não tem direito a honras de Estado, por não ser um chefe de Estado. Pode-se falar do Papa, a questão é que este é muito mais enraizado na cultura ocidental do que o Dalai Lama e mesmo no mundo e não tem questões pendentes de ambição pelo poder e compadrio com correntes que visam atacar Estados soberanos que se entende como um objectivo não oficial do Dalai Lama de minar o governo chinês assim como a sua autoridade. Outras personalidades do mundo e mesmo dos EUA fizeram mais do que o Dalai Lama e nem por isso foram agraciados com títulos o que leva a colocar a questão: virtude ou instrumentalização? A resposta é complexa e as opiniões divergem, nem é objectivo deste texto fazer apologia a qualquer das correntes mas abordar uma temática que parece afastada do público internacional.

Nesta teia de coincidências o Dalai Lama está exilado no maior inimigo da região para a China, a Índia, o que representa apenas mais uma grande coincidência no fim de contas. A princesa Diana criou a obra que inspirou muitos e deu frutos neste mundo marcado pela injustiça, mas o Dalai Lama nas suas visitas de “Estado” sem Estado parece querer chegar ao estado de homem com mais poder e não os ideais em si que defende. A mensagem dos EUA foi simples, nós ainda mandamos. Era simples e a China percebeu. Com mas de 100 títulos honoris causa lá vai o Dalai Lama tentando em vão fazer parte de uma oposição silenciosa, porque no dia em que Sua Santidade criticar abertamente a China, os Estados vão-se retrair ainda mais e Sua Santidade sabe bem isso assim como a sua cáfila.

Mccain, o candidato republicano.

Nas palavras de Mccain, estas são algumas das propostas do candidato republicano à presidência dos EUA. Com a suspensão da candidatura de Mitt Romney, é quase inevitável ver Mccain a discutir as suas ideias para o futuro da América com Obama ou Clinton em Novembro de 2008.
America faces a dangerous, relentless enemy in the War against Islamic Extremists - We face an enemy that has repeatedly attacked us and remains committed to killing Americans and the destruction of our values. This election is about who is best prepared to lead and defend our nation and its global allies as Commander-in-Chief from day one. This election is about making sure we have the experienced leadership to guide us to victory in this war, protect the nation against future terrorist attacks, and support our troops and first responders who are on the frontlines of the war. This election will decide whether we choose to fight or announce surrender. It will decide whether we have a president who dangerously weakens U.S. security or strengthens it; whether we will flinch and retreat or fully engage the enemy on multiple fronts. We need decisive leadership with the vision and experience to guide our country and the world through this challenge. Having a courageous Commander-in-Chief who is willing to lead us in this war, rally our democratic allies and defeat our enemy to secure a broader peace is what's at stake in this election.
America is at an Economic Crossroads - Government spending is out-of-control. A Democrat elected President will join hands with a tax-and-spend Democratic Congress and subject Americans to enormous tax increases. Even now, the tax code is too complex and too burdensome. Social Security, Medicare and Medicaid - the government's promises to seniors and those in need - must be modernized. Too many American workers are unprepared by non-performing schools and shackled by outdated government employment assistance programs. America needs experienced leadership to guide the U.S. economy to greater prosperity, control government spending, keep taxes low, save Social Security and protect the American worker. Americans want a leader willing to offer straight talk and make the hard calls necessary to ensure a brighter future for our children and grandchildren. The long-term strength of our economy and financial stability of American households are what's at stake in this election.
Americans have lost faith and trust in their government - Americans have lost trust that their government and its elected officials will serve the Nation's interest and not their own. Special interests have too much influence in Washington. Americans want a courageous leader who will stand up to the trial lawyers and labor bosses and other special interests, govern by principle rather than political expedience, keep their promises, and solve problems instead of leaving them for our children. Restoring Americans' confidence in their government is what's at stake in this election.
Americans want judges who will strictly interpret the law and not legislate from the bench - The next president will appoint many federal judges and perhaps even a Supreme Court justice. The recent victory on partial birth abortion is an example of how important the Supreme Court is in protecting our values and interpreting the law as it is written. America needs a president who will provide strong moral leadership. A Democrat president will appoint judges who make law with disregard for the will of the people, but to the cheers of those advancing a liberal social agenda. America needs a leader who recognizes that that the people and states should decide what's best, not the courts. The future of the U.S. Supreme Court is what's at stake in this election.
What are the Bold Solutions?
Winning the War Against Islamic Extremists. Radical Islamic extremists are a relentless threat to America, its citizens, and the values we share. In the words of the al Qaeda leadership, Iraq is the central battleground of this war. We face a fork in the road. John McCain will pursue our opportunity for victory in Iraq, strengthen our hand in the larger war against Islamic extremists, and make our nation more secure. Democrats will fold our tents, embolden our enemies, throw the region into instability, and increase the risks faced on our home soil. To concede defeat now would strengthen al Qaeda, empower Iran and other hostile powers in the Middle East, unleash a full scale civil war in Iraq that could lead to genocide, and destabilize the entire region as neighboring powers come to the aid of their favored factions. John McCain is best prepared to lead and defend our nation and its global allies as Commander-in-Chief from day one. He has the experience and leadership to defeat our enemy and secure a broader peace.
Reforming Health Care for All Americans. Real reform will put families in the driver's seat of our health care system. The road to reform does not lead through Washington and a hugely expensive, bureaucratic, government-controlled system. John McCain will harness competition to offer more affordable insurance options for as many Americans as possible, leveraging the innovation and cost-effectiveness of our nation's firms to put an end to existing rigid, unfriendly bureaucracies. He will build a national market where insurance is more available, portable, and accessible across state lines; in which patients' rights are respected and their information under their control; and one in which people may save more in tax-exempt Health Savings Accounts. He will assist those who need help in getting private insurance.
John McCain will provide incentives for a national market - including the reimportation of pharmaceuticals - that offer greater transparency about effective patient care, options for preventative care and therapies, and prices so that competition makes it easier for families to navigate toward quality and low cost. He will demand reform to medical malpractice laws to curb abusive lawsuits that squeeze doctors, prevent innovation, and drive up the cost of health care. We need more transparency of prices and quality measures so that patients can make informed choices.
Reforming Government. Americans have lost trust that their government and its elected officials will serve the Nation's interest and not their own. Special interests have too much influence in Washington. John McCain will bring spending under control, veto wasteful, pork-barrel spending bills every time, and keep taxes low. He will reform a tax code that is too complex and too burdensome. John McCain will modernize Social Security, Medicare and Medicaid. He will bring accountability, choice and competition to underperforming schools, so our children are equipped to take the best jobs of the 21st century. John McCain is the only leader willing to make the hard calls necessary to restore faith in our government and build a brighter future for our children and grandchildren.
John McCain in Courageous Service, Experienced Leadership, Bold Solutions.

sábado, fevereiro 02, 2008

O Rei Morreu Viva ao Rei!


O assassinato político é uma forma de retirar opositores do caminho pela via antidemocrática, D. Carlos foi vítima disso. Sendo por excelência Portugal em 1908 uma monarquia constitucional com tendência para o rotativismo entre dois grandes partidos, o regenerador que era uma aproximação aos cartista e o progressista que era uma aproximação aos vintistas. Estes dois partidos lutavam entre si pelo poder, porém quando não se entendiam o Rei tinha de usar o seu poder para dissolver o parlamento. O panorama português era de mudança, pois, havia uma constante construção de caminhos-de-ferro, o telégrafo, liberdade de expressão, desenvolvimento científico oceanográfico, respeito internacional por Portugal.

D. Carlos foi um Rei querido pelo povo morto por uma conspiração da carbonária para chegar ao poder. Pouco tempo antes da morte de El-Rei D. Carlos tinha tido lugar uma revolta com o fim de fazer cair a monarquia, noventa e três conspiradores foram presos. Essa tendência sabia que tinha de liquidar o Rei porque só assim tinha possibilidade de regressar à vida política. Esta conspiração não visa alterar Portugal para melhor, seja lá o que isso for, mas fazer chegar ao poder uma cáfila obscura que nos seus enredos cogitou diabolizar a monarquia assim como a figura do Rei.

Foi com a república que Portugal perdeu a liberdade, a nobreza e a igreja foram perseguidas e foi criada uma polícia de Estado que era conhecida como a formiga branca. Tal nome devesse ao facto dessa formiga entrar ninar tudo por onde entra. Se D. Carlos fosse um feroz opositor da liberdade os republicanos não faziam comícios à porta aberta nem falavam abertamente de matar o rei. Não nos devemos esquecer que Portugal foi o primeiro país da Europa a abolir a pena de morte, por isso usou-se o assassinato para compensação de alguns nichos. A morte do Rei não alterou nada para melhor em Portugal e acabou com a possibilidade de neste país o poder estar assente no parlamento, um parlamentarismo! Aquando da I Grande Guerra Portugal não se ficou de fora, pois, como nenhuma das monarquias da Europa, que eram muitas, não reconheciam o regime como valido visto não ter sido submetido a uma consulta popular, a única maneira de encontrar prestígio foi fazer Portugal entrar na guerra. Tanto era o frio lá por terras da Germânia e tão mal foram preparados os soldados portugueses que se fez uma colecta para comprar plicas para que se pudessem aquecer. A plica é geralmente usada pelos pastores alentejanos sendo que faz parte da cultura regional do país.

O Rei não era um homem conservador mas cosmopolita. Despertava invejas devido à sua erudição e “espírito homem livre”. Porém D. Carlos não era um pedreiro mas um Rei, e como tal queria reinar e governar. Preocupava-se de tal forma com o país que não se coibia de fazer ver aos partidos que se não se entendessem a bem da nação dissolvia o parlamento e agendava novas eleições. Isto num país onde a critica era e é mal recebida não dava resultado. E foi por isso que se entendeu matar o Rei, matar um homem, para que Portugal pudesse ser melhor, pudesse ser grande. Não obstante o regime que defendemos ou o regime que defendem por nós volvido noventa e oito anos da implantação da república o que mudou em Portugal? Continuamos a acharmos grandes, mas a Eslovénia é maior, almejamos ser respeitados mas para tal temos de ter uma política de cocktail. Se isto é ser grande se é para isto que houve uma mudança de regime por meios violentos, de tal modo que a carbonária pagou a membros do povo para ir ao funeral dos regicidas em vez de ir ao do Rei, para mostrar o quanto dele não gostavam. Então realmente tudo em Portugal, cabe a cada um ajuizar se foi para melhor ou pior ou neutro.

A monarquia não é a fonte de todos os males nem a solução para todos eles, é uma forma de identidade. Porém Portugal revê a sua identidade no desporto, perdão, no futebol, pão e circo! Como diziam os romanos. É lamentável um país dito democrático ter manifestantes do Bloco de Esquerda a elogiar assassinos é gritante Portugal colocar no panteão Nacional um homem como Aquilino Ribeiro que se gabou se ter participado no regicídio numa entrevista. O passado em Portugal faz prescrever, tudo afinal em Portugal prescreve tal como prescreveu a nossa consciência colectiva de povo. Eça de Queirós dizia que o que menos gostava em Portugal eram os portugueses. Se ser português é isto é calar e esquecer então já não se é português.