Como poderão aperceber-se estou de volta com alguns artigos, para prazer de alguns e desprazer de muitos. O que me traz aqui hoje é um tema ao qual dedico "energia" e penso ser de extrema relevância e actualidade: ENERGIA.
Neste caso não tratarei o tema per si, mas sim em torno de um estado, a Líbia, que é um parceiro estratégico não só da UE como também de Portugal.
A Líbia está pronta para intensificar a sua exploração petrolífera entre empresas estrangeiras e a companhia petrolífera estatal NOC (National Oil Corporation), num esforço tendente à sua reentrada na comunidade internacional.
Tripoli está a tentar desenvolver uma estratégia de longo prazo para o desenvolvimento dos seus substanciais recursos de petróleo e de gás, no sentido de aumentar os rendimentos totais do sector e gerar um crescimento que possa ser usado na reestruturação da sua economia controlada, ainda em grande parte, pelo Estado.
O Governo líbio está interessado numa maior participação das companhias petrolíferas estrangeiras quanto ao desenvolvimento dos campos controlados pela NOC. A produção em muitos campos tem vindo a cair, em particular por causa da falta de tecnologia avançada de produção.
Os acordos de partilha da produção (PSAs – Production Sharing Agreements) podem ser concretizados com petrolíferas estrangeiras, concedendo efectivamente ao sector privado e ás companhias a propriedade das reservas em questão.
Muito tem sido feito ao longo dos últimos seis meses, relativamente aos problemas do sector petrolífero global. Embora a procura da China, da Índia, entre outros tenha aumentado, a falta de capacidade no que respeita à refinação é um grande factor para a subida dos preços do petróleo. Contudo, grande parte da nova produção petrolífera (aquela produzida durante os últimos dois anos), resume-se a matéria-prima pesada que é geralmente imprópria para o uso de muitas refinarias.
Uma das principais razões pelas quais a área de produção líbia provou ser tão bem sucedida é que a quota petrolífera líbia é constituída por light crude, que é altamente valioso, e assim sendo, muita da área de exploração líbia será altamente valorizada, particularmente por causa dos preços de produção reconhecidamente baixos, o que leva a crer que esta estratégia pode vir a ter grandes retornos.
Os projectos líbios que foram suspensos durante longos anos foram reiniciados, como se nota na indústria petrolífera que se começa a desenvolver.
Considerando a falta de capacidade, na América do Norte, no que à refinação diz respeito, as firmas dos Estados Unidos podem estar interessadas em tal proposta, sendo que as companhias petrolíferas norte-americanas já começaram a retomar as suas operações no país e as relações entre Washington e Tripoli continuam a melhorar. Os EUA foram aliviando gradualmente as sanções impostas desde que a Líbia anunciou que tinha abandonado qualquer desejo de desenvolver WMDs e convidadou inspectores para confirmar o termo dos seus alegados programas de WMD.
Não obstante, as empresas petrolíferas norte-americanas são pouco susceptíveis de se intimidarem com dúvidas que permanecem em Washington, sendo que biliões de dólares de investimento norte-americano, serão cada vez mais prováveis na Líbia, durante os próximos cinco anos. Ao mesmo tempo que procura expandir o seu próprio sector petrolífero, a Líbia usa a sua perícia na indústria, no sentido de vir a tornar-se no líder político e económico de todo o continente africano.
Embora seja improvável que os produtores petrolíferos africanos aceitem fornecer petróleo a baixos preços aos seus vizinhos menos afortunados, a projecção da subida da sua produção e o preço muito alto do petróleo poderá ajudar nas ambições da Líbia à liderança africana. Com um potencial deveras atraente, com a retirada de sanções e com os altos preços do petróleo, o futuro do sector petrolífero líbio parece de facto muito promissor.
Enquanto o investimento no sector petrolífero líbio tem crescido firmemente, o país quer agora tirar vantagens quanto às suas vastas reservas de gás no sentido de desenvolver o seu potencial de exportação, em particular para a Europa que se encontra muito próxima geograficamente.
Contudo, Tripoli anseia por atrair muito mais investimento no sector do gás. Os gasodutos com vista à exportação poderão finalmente ser mais rentáveis mas as abundantes reservas justificam um maior desenvolvimento e, nesse sentido, o Governo deve continuar a lançar uma série de autorizações com a intenção precisa de impulsionar o sector do gás. Após tantos anos de estagnação, Tripoli é desafiada a abrir tantas áreas de gás como o fez para a exploração petrolífera. Presentemente, a bacia de Sirte tem 80% das reservas de petróleo provadas do país e contabiliza cerca de 90% da produção. Assim as áreas de produção de outras bacias que foram recentemente abertas a concurso a fim de aumentar a produção confirmam que o país se encontra relativamente inexplorado.
Estes objectivos parecem realizáveis, dada a grande atracção, que se verifica actualmente, sobre concessões líbias e os custos muito baixos da produção de petróleo no país, mas muito dependerá dos termos de investimento da oferta, sendo que a concessão de alguns recursos a montante poderia ser realizada juntamente com o investimento a jusante nas refinarias de petróleo e gás.
Presentemente, o projecto ocidental de gás líbio (Western Libya Gas Project), que é partilhado pela companhia italiana Eni-Agip e pela NOC, é a base do sector de gás líbio. O gás é exportado para Europa através do gasoduto (Greenstream) que corre sob o mediterrâneo e sob a Sicília antes de continuar rumo ao continente, já na Itália.
O gás é actualmente vendido, sob a forma de negócios a longo prazo, aos consumidores italianos mas poderá mais tarde ser introduzido no mercado da UE, para suprir as necessidades energéticas de muitos países europeus.
A Argélia está actualmente a desenvolver dois novos gasodutos, para além do importante sector de gás natural liquefeito (LNG), para exportação para a União Europeia, que lhe dará quatro rotas em direcção ao enorme mercado europeu. Um outro gasoduto proposto para exportar o gás líbio será aquele para Espanha e dado que a rota prevista passará através da Argélia e de Marrocos, é possível que o mercado marroquino possa fornecer uma outra opção para as exportações líbias.
Consequentemente não existe nenhuma razão pela qual a Líbia não possa igualmente desenvolver gasodutos adicionais através do Mediterrâneo. As reservas provadas de gás da Líbia são muito substanciais o que torna inteiramente possível que consiga ultrapassar a Argélia dado o investimento adicional na exploração, que tem vindo a ser realizado.
O aumento da procura europeia relativamente ao gás certamente que proporciona um mercado convenientemente localizado para as exportações líbias. O crescimento económico e a prosperidade da Europa devem constituir um mercado em crescimento para o gás norte-africano para os próximos anos.
Os vários mercados de gás da UE oferecem uma oportunidade excelente para os produtores de gás na Líbia fixarem negócios a longo prazo para a exportação, mas o progresso não será directo ou mesmo automático.
Em primeiro lugar, a Líbia não é o único país que procura a região. Os produtores de LNG na Nigéria, na Argélia, no Egipto e em Trinidade e Tobago já têm acordos concretos postos em prática e outros serão ajustados no futuro. Existe igualmente muita competição relativamente aos fornecimentos de gás da Argélia, da Noruega e sobretudo do gigante russo a Gazprom.
Em segundo lugar, adicionais descobertas de gás líbio não serão garantidas por qualquer meio. Dado o tamanho das reservas provadas e do interesse difundido nas prospecções de petróleo e de gás, este facto não deverá constituir por si só um obstáculo.
Mas uma possível falha no que respeita à séria revisão da administração e burocracia líbias poderá constituir por si só mais que um problema. É necessário um processo de licenciamento equilibrado e transparente no sentido de dar aos investidores de todas as nacionalidades toda a confiança relativamente ao país.
não será preciso dizer para que se sintam á vontade para criticar, comentar.... o que seja, á vossa vontade!
Neste caso não tratarei o tema per si, mas sim em torno de um estado, a Líbia, que é um parceiro estratégico não só da UE como também de Portugal.
A Líbia está pronta para intensificar a sua exploração petrolífera entre empresas estrangeiras e a companhia petrolífera estatal NOC (National Oil Corporation), num esforço tendente à sua reentrada na comunidade internacional.
Tripoli está a tentar desenvolver uma estratégia de longo prazo para o desenvolvimento dos seus substanciais recursos de petróleo e de gás, no sentido de aumentar os rendimentos totais do sector e gerar um crescimento que possa ser usado na reestruturação da sua economia controlada, ainda em grande parte, pelo Estado.
O Governo líbio está interessado numa maior participação das companhias petrolíferas estrangeiras quanto ao desenvolvimento dos campos controlados pela NOC. A produção em muitos campos tem vindo a cair, em particular por causa da falta de tecnologia avançada de produção.
Os acordos de partilha da produção (PSAs – Production Sharing Agreements) podem ser concretizados com petrolíferas estrangeiras, concedendo efectivamente ao sector privado e ás companhias a propriedade das reservas em questão.
Muito tem sido feito ao longo dos últimos seis meses, relativamente aos problemas do sector petrolífero global. Embora a procura da China, da Índia, entre outros tenha aumentado, a falta de capacidade no que respeita à refinação é um grande factor para a subida dos preços do petróleo. Contudo, grande parte da nova produção petrolífera (aquela produzida durante os últimos dois anos), resume-se a matéria-prima pesada que é geralmente imprópria para o uso de muitas refinarias.
Uma das principais razões pelas quais a área de produção líbia provou ser tão bem sucedida é que a quota petrolífera líbia é constituída por light crude, que é altamente valioso, e assim sendo, muita da área de exploração líbia será altamente valorizada, particularmente por causa dos preços de produção reconhecidamente baixos, o que leva a crer que esta estratégia pode vir a ter grandes retornos.
Os projectos líbios que foram suspensos durante longos anos foram reiniciados, como se nota na indústria petrolífera que se começa a desenvolver.
Considerando a falta de capacidade, na América do Norte, no que à refinação diz respeito, as firmas dos Estados Unidos podem estar interessadas em tal proposta, sendo que as companhias petrolíferas norte-americanas já começaram a retomar as suas operações no país e as relações entre Washington e Tripoli continuam a melhorar. Os EUA foram aliviando gradualmente as sanções impostas desde que a Líbia anunciou que tinha abandonado qualquer desejo de desenvolver WMDs e convidadou inspectores para confirmar o termo dos seus alegados programas de WMD.
Não obstante, as empresas petrolíferas norte-americanas são pouco susceptíveis de se intimidarem com dúvidas que permanecem em Washington, sendo que biliões de dólares de investimento norte-americano, serão cada vez mais prováveis na Líbia, durante os próximos cinco anos. Ao mesmo tempo que procura expandir o seu próprio sector petrolífero, a Líbia usa a sua perícia na indústria, no sentido de vir a tornar-se no líder político e económico de todo o continente africano.
Embora seja improvável que os produtores petrolíferos africanos aceitem fornecer petróleo a baixos preços aos seus vizinhos menos afortunados, a projecção da subida da sua produção e o preço muito alto do petróleo poderá ajudar nas ambições da Líbia à liderança africana. Com um potencial deveras atraente, com a retirada de sanções e com os altos preços do petróleo, o futuro do sector petrolífero líbio parece de facto muito promissor.
Enquanto o investimento no sector petrolífero líbio tem crescido firmemente, o país quer agora tirar vantagens quanto às suas vastas reservas de gás no sentido de desenvolver o seu potencial de exportação, em particular para a Europa que se encontra muito próxima geograficamente.
Contudo, Tripoli anseia por atrair muito mais investimento no sector do gás. Os gasodutos com vista à exportação poderão finalmente ser mais rentáveis mas as abundantes reservas justificam um maior desenvolvimento e, nesse sentido, o Governo deve continuar a lançar uma série de autorizações com a intenção precisa de impulsionar o sector do gás. Após tantos anos de estagnação, Tripoli é desafiada a abrir tantas áreas de gás como o fez para a exploração petrolífera. Presentemente, a bacia de Sirte tem 80% das reservas de petróleo provadas do país e contabiliza cerca de 90% da produção. Assim as áreas de produção de outras bacias que foram recentemente abertas a concurso a fim de aumentar a produção confirmam que o país se encontra relativamente inexplorado.
Estes objectivos parecem realizáveis, dada a grande atracção, que se verifica actualmente, sobre concessões líbias e os custos muito baixos da produção de petróleo no país, mas muito dependerá dos termos de investimento da oferta, sendo que a concessão de alguns recursos a montante poderia ser realizada juntamente com o investimento a jusante nas refinarias de petróleo e gás.
Presentemente, o projecto ocidental de gás líbio (Western Libya Gas Project), que é partilhado pela companhia italiana Eni-Agip e pela NOC, é a base do sector de gás líbio. O gás é exportado para Europa através do gasoduto (Greenstream) que corre sob o mediterrâneo e sob a Sicília antes de continuar rumo ao continente, já na Itália.
O gás é actualmente vendido, sob a forma de negócios a longo prazo, aos consumidores italianos mas poderá mais tarde ser introduzido no mercado da UE, para suprir as necessidades energéticas de muitos países europeus.
A Argélia está actualmente a desenvolver dois novos gasodutos, para além do importante sector de gás natural liquefeito (LNG), para exportação para a União Europeia, que lhe dará quatro rotas em direcção ao enorme mercado europeu. Um outro gasoduto proposto para exportar o gás líbio será aquele para Espanha e dado que a rota prevista passará através da Argélia e de Marrocos, é possível que o mercado marroquino possa fornecer uma outra opção para as exportações líbias.
Consequentemente não existe nenhuma razão pela qual a Líbia não possa igualmente desenvolver gasodutos adicionais através do Mediterrâneo. As reservas provadas de gás da Líbia são muito substanciais o que torna inteiramente possível que consiga ultrapassar a Argélia dado o investimento adicional na exploração, que tem vindo a ser realizado.
O aumento da procura europeia relativamente ao gás certamente que proporciona um mercado convenientemente localizado para as exportações líbias. O crescimento económico e a prosperidade da Europa devem constituir um mercado em crescimento para o gás norte-africano para os próximos anos.
Os vários mercados de gás da UE oferecem uma oportunidade excelente para os produtores de gás na Líbia fixarem negócios a longo prazo para a exportação, mas o progresso não será directo ou mesmo automático.
Em primeiro lugar, a Líbia não é o único país que procura a região. Os produtores de LNG na Nigéria, na Argélia, no Egipto e em Trinidade e Tobago já têm acordos concretos postos em prática e outros serão ajustados no futuro. Existe igualmente muita competição relativamente aos fornecimentos de gás da Argélia, da Noruega e sobretudo do gigante russo a Gazprom.
Em segundo lugar, adicionais descobertas de gás líbio não serão garantidas por qualquer meio. Dado o tamanho das reservas provadas e do interesse difundido nas prospecções de petróleo e de gás, este facto não deverá constituir por si só um obstáculo.
Mas uma possível falha no que respeita à séria revisão da administração e burocracia líbias poderá constituir por si só mais que um problema. É necessário um processo de licenciamento equilibrado e transparente no sentido de dar aos investidores de todas as nacionalidades toda a confiança relativamente ao país.
não será preciso dizer para que se sintam á vontade para criticar, comentar.... o que seja, á vossa vontade!
2 comentários:
Caro Luís
É com grande honra que vejo a sua intervenção. Esta vem dar o “fluxo” necessário ao blog. Da minha parte as suas intervenções serão sempre bem vindas.
Um grande abraço e bom Natal.
P.S. Irei no decurso desta semana comentar os seus artigos.
Caro Lu�s
Visto que j� fez as honras da casa que t�o bem conhece tomei a liberdade de o adicionar aos Contributors. Espero que as suas interven�es sejam regulares.
Bem-haja.
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