quinta-feira, janeiro 25, 2007

A questão CML

Há já muito que se vem ouvindo falar das relações “perniciosas” entre a CML e a empresa Braga Parques. Diria eu que este tema se levantou a partir do momento em que o actual vereador do Bloco de Esquerda, Dr. Sá Fernandes, começou a arquitectar a hipótese de se candidatar à Câmara.
Há, efectivamente, relações entre a CML e a empresa Braga Parques. Como, aliás, presumo que haja com muitas outras empresas nacionais dos mais variados ramos de actividades. Mal seria se assim não fosse.
No entanto, a grande questão que se vem ultimamente colocando prende-se com a atitude que deverá ser tomada pelo executivo camarário no decorrer das investigações às casas e aos gabinetes dos vereadores executivos eleitos pelo PSD. Deverão os vereadores investigados demitir-se? Deverão renunciar aos mandatos? Deverão marcar-se eleições antecipadas?
O período pós-revolucionário, que o Dr. Sá Fernandes tanto deve recordar, passou vai já para 32 anos! Não podemos andar a falar de eleições antecipadas sem que haja primeiro um veredicto judicial que considere culpado todo o executivo camarário. Caso contrário estamos apenas a ceder aos ímpetos justiceiros de uma certa população que se considera portadora plena dos princípios e da moral.
Nem tampouco se deverão demitir os vereadores eleitos pelo PSD que foram, nos últimos dias investigados, até que haja uma decisão dos tribunais que esclareça convenientemente toda esta questão. Deverão sim, no meu entender suspender os seus mandatos de forma a colaborar com a justiça de forma isenta e sem qualquer apego aos deveres da governação.
Considero muito digna a posição tomada pelos restantes partidos da oposição (PS; PCP; e CDS-PP) que se disponibilizaram para em conjunto chegar a uma solução de compromisso que vise, acima de tudo, a não demissão deste executivo e, por conseguinte a convocação de eleições antecipadas.
É de lamentar a posição radical do vereador (justiçeiro) do Bloco de Esquerda. Radical pois não fala noutra solução que não passe pela convocação de eleições antecipadas. Lisboa precisa de Justiça e não de Justiçeiros.

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