O Presidente da República quer que os portugueses se unam para construir um país melhor. No discurso oficial do 10 de Junho, no Porto, Cavaco Silva reafirmou a necessidade um maior investimento na recuperação social e económica. O Chefe de Estado diz mesmo que a responsabilidade no futuro do país é de todos os portugueses.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, pediu hoje aos portugueses para não se resignarem face às dificuldades do país, ao discursar na sessão solene do Dia de Portugal, realizada no Porto. "Isso seria indigno do nosso passado, um desperdício do nosso presente e o adiar do nosso futuro", alertou.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, pediu hoje aos portugueses para não se resignarem face às dificuldades do país, ao discursar na sessão solene do Dia de Portugal, realizada no Porto. "Isso seria indigno do nosso passado, um desperdício do nosso presente e o adiar do nosso futuro", alertou.
Na sua intervenção no edifício da Alfândega do Porto, Cavaco Silva disse pretender "interpelar directamente" os portugueses, para os exortar "a reflectir sobre o que desejam e o que se dispõem a fazer" pelo país. "Ambicionamos um país mais rico e mais justo, uma sociedade que não seja atravessada por tantas assimetrias e desigualdades, um território mais equilibrado no desenvolvimento de todas as suas parcelas", sublinhou.
Cavaco Silva recusou a ideia de se comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades como "um ritual passadista", mas considerou que o país pode colher lições na "insatisfação colectiva" e na "coragem para enfrentar dificuldades" evidenciada nas descobertas marítimas de há cinco séculos. "Sem ela [a coragem] teríamos ficado reféns da resignação", sublinhou, para apelar depois para que os portugueses "não se deixem vencer pelo desânimo ou pelo cepticismo".
Noutro ponto do seu discurso, o Presidente da República pediu aos portugueses que corrijam "uma certa tendência para atribuir aos outros muito daquilo" que acontece e que desistam da ideia de que o "Estado é, para o bem e para o mal, a raiz e a solução de todos os nossos problemas". Alertou ainda para as exigências determinadas pela globalização, mas referiu que "as condicionantes" que o país enfrenta e que "colocam novas exigências" não impediram a realização das "justas ambições" dos portugueses. "Num mundo cada vez mais interdependente, globalizado e competitivo, vivemos cada vez mais dependentes de nós próprios, do nosso trabalho, da capacidade de defenderemos os nossos interesses no plano externo", assinalou.
Referindo-se à escolha do Porto para as comemorações do 10 de Junho deste ano, o Chefe de Estado referiu: "Aqui existe vontade granítica de triunfar". Antes da cerimónia na Alfândega do Porto, o Chefe de Estado assistiu a um desfile militar na zona litoral da cidade e sublinhou, na altura, o seu "profundo respeito" por umas Forças Armadas cujo papel "nem sempre" tem sido reconhecido. Cavaco Silva, que por inerência é o comandante supremo das Forças Armadas, destacou particularmente o envolvimento dos militares na revolução de 25 de Abril de 1974 e na intervenção de 25 de Novembro do ano seguinte.
Este envolvimento, disse, "trouxe a Portugal a democracia, a liberdade, o Estado de Direito, o respeito da comunidade internacional e a plena integração no espaço europeu". O Presidente destacou ainda o papel das Forças Armadas em missões internacionais e na realização de tarefas essenciais para o bem-estar das populações, numa alusão ao envolvimento da Engenharia Militar em trabalhos para a sociedade civil.
In SIC