sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Dalai Lama,patrono dos direitos humanos ou alvo de instrumentalização?


A história da China é rica em tradições longínquas. Diz-se que os chineses são melhores do que um relógio suíço na sua mestria pela arte que desenvolvem e pelo rigor do seu trabalho. Temos casos em que sim, e como tudo, outros não. Hoje a China cresce a um ritmo vertiginoso, sendo uma potência emergente que despoleta alguns temores. Nesta luta para compreender o que será a Chinado futuro e qual o seu lugar no mundo, muitas têm sido as armas que se usam, Taiwan, direitos humanos e o Dalai Lama.

Esta personagem histórica vem ao longo de séculos na sociedade Tibetana usufruindo de um papel crucial. Sendo que o seu poder até 1959 era política e temporal. Hoje, a China cresce e o Dalai Lama é somente um peão das grandes potências para que possam atrasar o Soft Power chinês. Não que este seja um ideal para o mundo ocidental, mas que sirva de inspiração para a Ásia. A tendência do autoritarismo capitalista tem vindo a crescer no século XXI e, é encarada como uma forma de governo para as sociedades civis menos instruídas. Neste panorama, o exilado político Dalai Lama é uma figura que cada vez menos diz ao mundo. Não nãos podemos esquecer da condecoração que o congresso dos EUA atribuíram ao Dalai Lama, a maior que este pode atribuir. Porém, o que tem feito este homem neste mundo? Tem sido uma resistência ao poder chinês e uma voz dos Direitos Humanos, mas estes são chamados quando convém e esquecidos na hora da guerra. Prova disso é a conduta dos EUA, que não são nem de perto nem de longe piores do que a china, mas se a frase quem salva uma vida salva o mundo é certa então o quem mata uma vida mata o mundo, também o é? Aqui podemos aludir que não interessam os números mas o esforço de gotas que de lançam para o oceano, e este não tem mestres.

A instrumentalização da figura do Dalai Lama é uma forma de usar um oportunista político que usa os Direitos Humanos e a imprensa internacional em seu proveito tendo em vista recuperar o seu território. No fundo o Dalai Lama é como um rei no exílio ao qual não foi dado a possibilidade de se constituir em principado. Já para a China ter o Dalai Lama no é poder inaceitável, porque sendo o Tibete adjacente à Índia para a China tal território é vital. Também este problema do Tibete não se coloca porque se em 1971 a China substituiu Taiwan no Conselho de Segurança, então a ONU aceitou a situação que agora não deve ser alvo de críticas.

Na forma como o Dalai Lama aparece não dá a entender que este faz marketing político contra a China, mas na forma como os Estados que o acolhem. Em Portugal seja o PS ou o PSD o Dalai Lama não tem direito a honras de Estado, por não ser um chefe de Estado. Pode-se falar do Papa, a questão é que este é muito mais enraizado na cultura ocidental do que o Dalai Lama e mesmo no mundo e não tem questões pendentes de ambição pelo poder e compadrio com correntes que visam atacar Estados soberanos que se entende como um objectivo não oficial do Dalai Lama de minar o governo chinês assim como a sua autoridade. Outras personalidades do mundo e mesmo dos EUA fizeram mais do que o Dalai Lama e nem por isso foram agraciados com títulos o que leva a colocar a questão: virtude ou instrumentalização? A resposta é complexa e as opiniões divergem, nem é objectivo deste texto fazer apologia a qualquer das correntes mas abordar uma temática que parece afastada do público internacional.

Nesta teia de coincidências o Dalai Lama está exilado no maior inimigo da região para a China, a Índia, o que representa apenas mais uma grande coincidência no fim de contas. A princesa Diana criou a obra que inspirou muitos e deu frutos neste mundo marcado pela injustiça, mas o Dalai Lama nas suas visitas de “Estado” sem Estado parece querer chegar ao estado de homem com mais poder e não os ideais em si que defende. A mensagem dos EUA foi simples, nós ainda mandamos. Era simples e a China percebeu. Com mas de 100 títulos honoris causa lá vai o Dalai Lama tentando em vão fazer parte de uma oposição silenciosa, porque no dia em que Sua Santidade criticar abertamente a China, os Estados vão-se retrair ainda mais e Sua Santidade sabe bem isso assim como a sua cáfila.

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