domingo, novembro 06, 2005

Que Soberania?

Quando se fala em cedência de soberania, pegando num dos temas apresentados pelo nosso presidente, fico sempre confuso porque não entendo realmente de que cedências se trata.
São cedências dos poderes Estaduais para entidados que lhe são superiores, tais com as instituições europeias? Ou são as cedências de soberania de que os políticos portugueses nunca conseguiram abdicar em favor da criação de regiões, no seio do próprio Estado?
A questão da dita regeonalização, que tanto tem assombrado as vidas dos nossos soberanos, não se tem colocado pois argumentam que as dimensões do país a isso não justificam. E eu coloco a questão: então porque funciona ela na Suiça ou mesmo na Bélgica? Porque se calhar, antes de ter começado a abdicar de todos os poderes que lhe assistiam (principalmente a Bélgica) trataram de reforçar os governos regionais, dando-lhes força, poder, autonomia.
Mas diz-se então em Lisboa que isso ia apenas gerar mais gastos, ou que iria criar uma dificuldade de controlo nas ramificações do poder. E pergunto eu: a criação de governos regionais não levaria à objectiva diminuição dos efectivos em Lisboa? Não será esse o motiva da urticária? E quanto às ramificações do poder, não se tratará apenas de um receio de Lisboa de perder o controlo, tal pai (tão paternalista que se poderia até chamar António Oliveira) que chora no casamento do filho pois sabe que não irá mais controlar os seus horários, as suas rotinas, os sues hábitos?
Não foi objectivo do Liberalismo a descentralização do Poder? Então que raio de país é este que ainda vive na agonia de deixar sair o controlo de Lisboa?
Rui Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto à regionalização, lembro-me sempre de Vasco Pulido Valente, que disse mais ou menos isto: a descentralização é boa à humanidade uma vez que trás maior liberdade. Mas há uma distinção a fazer entre a Humanidade e os portugueses.
Estou realmente convencido que a regionalização "a la portugaise" iria dar asneira, com uma proliferação de Albertos Joãos e de Valentins.
Pedro Ataíde