segunda-feira, novembro 28, 2005

A Republica morreu!

Basta!
É tempo de passar a Certidão de Óbito a esta República e reunir uma assembleia constituinte, que aprove uma nova constituição decretando um novo regime.
Não interessa se seja uma nova Republica, uma Monarquia constitucional ou um regime Parlamentar ou Presidencial, o que interessa é sair deste estado mórbido que se encontra esta Republica Portuguesa.
As elites e esta Republica falharam. Falharam como líderes, como governantes, como instituições e falharam como Homens.

Que Republica é esta que não encoraja os seus cidadãos a terem capacidade de iniciativa e sentido de auto critica, onde os seus cidadãos já não têm a capacidade de pensarem por si próprios.
A geração pós 25 Abril, já não tem ideais, já não capacidade reivindicativa fomos educados num sistema, onde se promove a preguiça o desleixo, onde já não se procura a excelência do indivíduo.
Deixou-se de ter expectativas em relação ao futuro, deixamos levar por sonhos, deixamos de ter em algo em que acreditar.
Deixamos levar pela demagogia e pelo caminho do facilitismo.
Onde o Estado é o nosso pai, tal como vem do regime Salazarista, onde o Estado é que tem que resolver os flagelos da nossa sociedade, é que tem que resolver os nossos problemas.
Com a revolução de 25 Abril de 1974, a revolução dos cravos vermelhos, devia ter rompido com essa estagnação em que se encontrava a sociedade Portuguesa. Mas não.
E formou-se uma nova república com base em ideias nobres, assente numa democracia e na liberdade.
Pergunto que ideais nobres são estes, que democracia é esta, que liberdade nos deram, se temos uma republica, que tal como no regime Salazarista, promove a estagnação, que promove uma sociedade massificada, onde o individuo não anseia por mais e aceita a mediocridade.
Onde as Elites, tal como no regime Salazarista, nascem dentro do partido, crescem no partido e vivem do partido.
A Republica pós 25 Abril criou um conjunto de elites, que vivem e dependem exclusivamente das instituições existentes, ou seja da Republica existente, tal como no regime Salazarista e como se pode reformar aquilo que seja, se temos umas elites, que desde das bases da republica ate ao topo da Republica agarradas ao poder, as instituições que se formaram pós 25 de Abril de 1974.
Onde entram para um partido, através da juventude partidária, passando para militantes, onde pelo facto de estarem no partido ou por uma juventude partidária, começam a ser eleitos ou nomeados para as instituições desta Republica. Vivendo exclusivamente para a politica, criando assim laços de dependência pelo poder e pela permanência do Estatuo Quo, em que se encontra a nossa Republica.
E quer se queira ou quer não, a Constituição de uma Republica, molda a sociedade, ou seja as relações entre os seus cidadãos e não ao contrário.
Temos as gerações pós 25 de Abril, nascidas e criadas no mesmo princípio, que as Elites. Em que nascem, vão para a escola, e aqueles que podem, vão para a universidade e depois começam a trabalhar, mas sempre tudo ao perto da família, perto dos pais.
Não temos capacidade empreendedora, de iniciativa, que nos torne independentes, ou seja arriscar e viver a vida. Tornamo-nos medíocres, que leva a que 31 anos depois do 25 de Abril continuamos a ser uma sociedade provinciana e mesquinha, tal como éramos no regime Salazarista.

É claro que pós 25 de Abril de 1974, a nossa qualidade de vida aumentou, mas com estes condicionalismos que esta republica nos põe, não é possível ansiar por mais, não é possível uma pessoa ter capacidade criativa e dinamismo, se temos um sistema que não nos permite passar para alem da mediocridade.
E aqueles cidadãos que ultrapassam a mediocridade emigram.
Que Republica é esta que esta, que promove que os nossos licenciados, começam a emigrar para o estrangeiro, onde são bons profissionais?

BASTA!!!

É tempo de acordar para a realidade sair deste sono, desta estagnação em que nada é exigido de nós, em que a Republica, em que o Estado é o pai e o Estado que se preocupe em resolver os nossos problemas.
Dêem-nos a liberdade para lutar por nos próprios, pelos ideias que a sociedade ocidental defende e acredita, dêem-nos a liberdade de promover a democracia e a verdadeira participação de todos os cidadãos, dêem-nos a liberdade de querermos ser mais do que medíocres.

O Estado tem que promover a iniciativa individual, criar e educar indivíduos que pensem por si. E proteger e ajudar aqueles que verdadeiramente precisam e não aqueles cidadãos que tem medo de perder os seus direitos adquiridos. Os cidadãos portugueses antes da revolução de 25 Abril de 1974, e os cidadãos franceses antes da revolução francesa de 1789, que tinham a ganhar com o regime vigente também pensavam tinham direitos adquiridos.

A mudança provoca receios, provoca medo, mas a realidade é esta: estamos na cauda da Europa, estamos a ser ultrapassados pelos novos países membros da União Europeia, estamos décadas em atraso em relação a Espanha, ou seja, ficamos pela MEDIOCRIDADE.

É tempo de enfrentar a realidade: a Republica morreu!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando é que é o enterro?

Rui Estêvão Alexandre disse...

Lamento tanto péssimismo. A República é um sistema político, no nosso caso democrático, que pode eventualmente nem sequer ser o melhor. Mas é o que temos! Valerá a pena mudar de regime? Será aí que está o cerne da questão? Não me parece. Parece-me, aliás como dizes, que no pós 25 de Abril muito mudou, mas talvez as mudanças devessem ter sido maiores. As mudanças conseguidas não foram suficientes para conseguir alterar estilos de vida que eram e são tão próprios dos portugueses. O comodismo, o laissez-faire, não são características de hoje. Basta pensar porque razão resistiu esta gente a 40 anos de regime pró-fascista. Gostavam? Duvido! Mas não era tão mau como noutros lados, portanto... Parece-me, Castanheira, que este é um problema que está em nós. Aceitamos de bandeja o que nos oferecem. Não há procura, investigação. Há, isso sim, resignação. Isso é que tem que ser combatido, fortalecendo a República que temos.